![]() De quantos Abris se faz uma vida que já vai longa? Cada um contará os seus, aqueles que não se medem pelo calendário, mas são marcos de destaque e lembrança. É o caso do 25 de Abril, data fronteira entre o antes e o depois; um antes que se vai escoando com a memória dos que o viveram e vão desaparecendo, e um depois que o não pode olvidar. |
![]() Já se pode falar do 25 de Abril? Já podemos falar do 25 de Abril sem se ser acusado de arreigado comunista ou perigoso fascista? É que isto este ano foi mesmo mau demais para ser verdade. Eu sou dos que ainda cá não estava em 1974. |
![]() Não foi “E depois do adeus” nem a “Grândola” que me adormeceram nessa noite, mas sim “Non son degno di te” (“Não sou digno de ti”) de Gianni Morandi, suplicada por alguém depois de dizer a frase ao telefone da rádio, o romantismo italiano adocicando-me os ouvidos, embalando-me o sono num colchão renovado com a renovação das camisas de milho. |
![]() Não é o futuro depois da pandemia, é o futuro simplesmente. |
![]() A celebração do 25 de Abril deste ano foi, do ponto de vista simbólico, a mais importante de sempre. Tem múltiplos aspectos a merecer realce. Em primeiro lugar a controvérsia lançada por quem, do ponto de vista político, queria que as celebrações não se realizassem. |
![]() Depois de loucos 20 anos e de centenas e centenas de milhões de euros de investimento em escolas, piscinas, bibliotecas, centros escolares, pavilhões, centro de congressos, hospitais e centros de saúde, estradas e centros culturais, mercados e jardins, parques e viadutos, rotundas e avenidas, temos um território em perda de densidade, temos o “interior” já aqui, a 50 km do mar em linha recta e a 50 minutos de Lisboa. |
![]() Num ensaio, A pandemia e o capitalismo numérico, no Público de Domingo de Páscoa, o filósofo José Gil afirma que, durante todo este tempo de confinamento, “não se conceberam nem novos valores éticos, nem novos programas económicos ou práticas políticas”. |
![]() A actual situação, em Portugal obriga-nos a olhar para as suas várias dimensões e consequências, fixando-nos nas que se nos afiguram, de momento, mais relevantes e destas o ambiente criado pela crise e combate à pandemia do COVID-19. |
![]() A vida antes, agora e depois desta crise pandémica. Sei o que foi, sei o que é, mas não sei o que vai ser. Não consigo saber. Acredito que qualquer opinião, neste momento, venha a ser uma previsão errada ou uma expectativa frustrada. |
![]() Em plena crise pandémica, os responsáveis políticos e particularmente os que ocupam lugares executivos, têm de dar o exemplo, assumindo as responsabilidades do cargo que ocupam. Não podem ter atitudes como se nada se passasse, como se tudo corresse dentro da normalidade, como se o COVID 19 fosse um invenção de alguns ou como se as medidas de prevenção e de protecção fossem só para os outros. |