Tudo por uma fotografia
Opinião » 2020-04-17 » António Gomes"O momento que atravessamos é um momento extraordinário da vida em sociedade, é um momento de combate ao inimigo invisíve"
Em plena crise pandémica, os responsáveis políticos e particularmente os que ocupam lugares executivos, têm de dar o exemplo, assumindo as responsabilidades do cargo que ocupam. Não podem ter atitudes como se nada se passasse, como se tudo corresse dentro da normalidade, como se o COVID 19 fosse um invenção de alguns ou como se as medidas de prevenção e de protecção fossem só para os outros.
É em sentido contrário, e não olhando a meios para atingir os fins, que interpreto algumas atitudes do presidente da câmara de Torres Novas.
Nasceram dois bebés no hospital de Torres Novas e já agora, nasceram ali porque o desgraçado do vírus veio alterar a vida de todos nós e a maternidade veio para Torres Novas… Os bebés são tanto torrejanos nascendo aqui como nascendo em Abrantes. As fotos que o presidente da câmara foi tirar no hospital são pura demagogia e uma irresponsabilidade, é uma atitude em completo antagonismo com a situação que vivemos e com a atitude que devem ter os responsáveis políticos.
O Lar de idosos de Pedrógão, infelizmente, teve de ser evacuado e os seus residentes deslocados para o Palácio dos Desportos, como mandam as boas práticas, para se proceder à desinfecção das instalações do Lar. O presidente da câmara acompanhou esta situação e fez bem. Mas não resistiu e como não podia deixar de ser, lá registou a sua presença dentro do espaço destinado aos residentes do lar, com direito a pose fotográfica e tudo, para registo futuro. Aliás o presidente da câmara fez-se acompanhar, porque há gente que, se não aparecer na foto, deixa de respirar.
Se as fotos fossem no exterior do pavilhão, menos mau, sempre se passava a ideia da importância do isolamento que se tem da dar aos espaços reservados àqueles que são um dos grupos de maior risco e a quem garante o seu cuidado.
O momento que atravessamos é um momento extraordinário da vida em sociedade, é um momento de combate ao inimigo invisível, é o tempo do recato e não do folclore, é o tempo do respeito pelos outros e não o tempo do vale tudo. Nem tudo serve para os jornais e redes sociais.
Tudo isto obedece a uma forma de estar na vida em sociedade e não é exclusivo de Torres Novas. Há dias vimos nas televisões o bispo do Porto ir abençoar um hospital de campanha e para tal não teve qualquer pejo em desrespeitar o cerco sanitário existente naquela localidade, arrastando atrás de si uma quantidade de pessoas que mais parecia uma comitiva em tempo de campanha eleitoral.
Tempos estranhos… fiquem em casa e protejam-se.
Tudo por uma fotografia
Opinião » 2020-04-17 » António GomesO momento que atravessamos é um momento extraordinário da vida em sociedade, é um momento de combate ao inimigo invisíve
Em plena crise pandémica, os responsáveis políticos e particularmente os que ocupam lugares executivos, têm de dar o exemplo, assumindo as responsabilidades do cargo que ocupam. Não podem ter atitudes como se nada se passasse, como se tudo corresse dentro da normalidade, como se o COVID 19 fosse um invenção de alguns ou como se as medidas de prevenção e de protecção fossem só para os outros.
É em sentido contrário, e não olhando a meios para atingir os fins, que interpreto algumas atitudes do presidente da câmara de Torres Novas.
Nasceram dois bebés no hospital de Torres Novas e já agora, nasceram ali porque o desgraçado do vírus veio alterar a vida de todos nós e a maternidade veio para Torres Novas… Os bebés são tanto torrejanos nascendo aqui como nascendo em Abrantes. As fotos que o presidente da câmara foi tirar no hospital são pura demagogia e uma irresponsabilidade, é uma atitude em completo antagonismo com a situação que vivemos e com a atitude que devem ter os responsáveis políticos.
O Lar de idosos de Pedrógão, infelizmente, teve de ser evacuado e os seus residentes deslocados para o Palácio dos Desportos, como mandam as boas práticas, para se proceder à desinfecção das instalações do Lar. O presidente da câmara acompanhou esta situação e fez bem. Mas não resistiu e como não podia deixar de ser, lá registou a sua presença dentro do espaço destinado aos residentes do lar, com direito a pose fotográfica e tudo, para registo futuro. Aliás o presidente da câmara fez-se acompanhar, porque há gente que, se não aparecer na foto, deixa de respirar.
Se as fotos fossem no exterior do pavilhão, menos mau, sempre se passava a ideia da importância do isolamento que se tem da dar aos espaços reservados àqueles que são um dos grupos de maior risco e a quem garante o seu cuidado.
O momento que atravessamos é um momento extraordinário da vida em sociedade, é um momento de combate ao inimigo invisível, é o tempo do recato e não do folclore, é o tempo do respeito pelos outros e não o tempo do vale tudo. Nem tudo serve para os jornais e redes sociais.
Tudo isto obedece a uma forma de estar na vida em sociedade e não é exclusivo de Torres Novas. Há dias vimos nas televisões o bispo do Porto ir abençoar um hospital de campanha e para tal não teve qualquer pejo em desrespeitar o cerco sanitário existente naquela localidade, arrastando atrás de si uma quantidade de pessoas que mais parecia uma comitiva em tempo de campanha eleitoral.
Tempos estranhos… fiquem em casa e protejam-se.
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia » 2024-04-10 » Jorge Carreira Maia Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores. |
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
» 2024-04-10
» Jorge Carreira Maia
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia |