Onde estavas no 25 de Abril de 2020?
Opinião » 2020-05-09 » Jorge Salgado Simões"Eu sou dos que ainda cá não estava em 1974. "
Já se pode falar do 25 de Abril? Já podemos falar do 25 de Abril sem se ser acusado de arreigado comunista ou perigoso fascista? É que isto este ano foi mesmo mau demais para ser verdade.
Eu sou dos que ainda cá não estava em 1974. Não o vivendo, aprendi o seu significado e sempre gostei da data, das histórias e do simbolismo de Abril, mas há já vários anos que defendo que as comemorações devem ter um formato menos cerimonioso, mais próximo das pessoas, com menos discursos e mais evidências de conquistas que fizemos com a democracia. Não faltam exemplos disto mesmo, na saúde, na educação, nas condições de vida melhoradas em tantos locais do país e em tantos aspectos.
Se continuarmos a insistir na fórmula: políticos a falar para políticos, não raras vezes exclusiva a participações seniores e sem que ninguém esteja realmente interessado em ouvir o que os outros dizem; o 25 de Abril não perdurará como data assinalável por muito mais tempo.
Mas este era um ano atípico para o que quer que fosse, e daí a estupefacção de nos vermos confrontados com um país político que não percebeu que o cerimonial de 2020 não podia ser o mesmo, dada a situação que o país atravessava. Mesmo que só simbolicamente, as comemorações na Assembleia da República nunca deviam ter acontecido naquele formato.
Para além de exporem à vista de todos o distanciamento entre eleitos e eleitores, não conseguiram mais do que pôr uns contra os outros, de uma forma crispada e completamente sem sentido, que em nada enalteceu o 25 de Abril. Reduzir tudo aos velhos debates da esquerda e direita, entre os de 24 e os de 26 de Abril, como se uns fossem os filhos da madrugada e outros os enteados de outra coisa qualquer, é profundamente redutor do que somos já hoje, 46 anos depois da revolução: um país decente mas com tanto ainda por conseguir.
Eu, confesso-me, no 25 de Abril de 2020 não estive por aqui.
Onde estavas no 25 de Abril de 2020?
Opinião » 2020-05-09 » Jorge Salgado SimõesEu sou dos que ainda cá não estava em 1974.
Já se pode falar do 25 de Abril? Já podemos falar do 25 de Abril sem se ser acusado de arreigado comunista ou perigoso fascista? É que isto este ano foi mesmo mau demais para ser verdade.
Eu sou dos que ainda cá não estava em 1974. Não o vivendo, aprendi o seu significado e sempre gostei da data, das histórias e do simbolismo de Abril, mas há já vários anos que defendo que as comemorações devem ter um formato menos cerimonioso, mais próximo das pessoas, com menos discursos e mais evidências de conquistas que fizemos com a democracia. Não faltam exemplos disto mesmo, na saúde, na educação, nas condições de vida melhoradas em tantos locais do país e em tantos aspectos.
Se continuarmos a insistir na fórmula: políticos a falar para políticos, não raras vezes exclusiva a participações seniores e sem que ninguém esteja realmente interessado em ouvir o que os outros dizem; o 25 de Abril não perdurará como data assinalável por muito mais tempo.
Mas este era um ano atípico para o que quer que fosse, e daí a estupefacção de nos vermos confrontados com um país político que não percebeu que o cerimonial de 2020 não podia ser o mesmo, dada a situação que o país atravessava. Mesmo que só simbolicamente, as comemorações na Assembleia da República nunca deviam ter acontecido naquele formato.
Para além de exporem à vista de todos o distanciamento entre eleitos e eleitores, não conseguiram mais do que pôr uns contra os outros, de uma forma crispada e completamente sem sentido, que em nada enalteceu o 25 de Abril. Reduzir tudo aos velhos debates da esquerda e direita, entre os de 24 e os de 26 de Abril, como se uns fossem os filhos da madrugada e outros os enteados de outra coisa qualquer, é profundamente redutor do que somos já hoje, 46 anos depois da revolução: um país decente mas com tanto ainda por conseguir.
Eu, confesso-me, no 25 de Abril de 2020 não estive por aqui.
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
Eleições, para que vos quero! - antónio mário santos » 2024-02-22 Quando me aborreço, mudo de canal. Vou seguindo os debates eleitorais televisivos, mas, saturado, opto por um filme no SYFY, onde a Humanidade tenta salvar com seus heróis americanizados da Marvel o planeta Terra, em vez de gramar as notas e as opiniões dos comentadores profissionais e partidocratas que se esfalfam na crítica ou no elogio do seu candidato de estimação. |
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