Reflexão em tempo de pandemia
Opinião » 2020-04-17 » AnabelaSantos"Este é o agora … e o futuro? O futuro é uma incógnita. A Covid-19 espoletou em nós sentimentos de medo e desespero pela incerteza do futuro"
A vida antes, agora e depois desta crise pandémica. Sei o que foi, sei o que é, mas não sei o que vai ser. Não consigo saber. Acredito que qualquer opinião, neste momento, venha a ser uma previsão errada ou uma expectativa frustrada.
Na verdade, este tempo de confinamento é merecedor de reflexão: o que fizemos no passado, o que vivemos hoje e o que nos espera no futuro.
O passado foi mal tratado pelo ser humano. Ser que não aprende com erros, crises políticas e económicas, guerras, lutas religiosas, violência e desrespeito pela natureza e o meio ambiente. Insistimos em criar um modo de estar que não é sustentável e, agora, sofremos as respectivas consequências.
O presente é um tempo estranho que nos mostra o quanto o homem é frágil perante algumas adversidades. Um vírus apoderou-se do mundo e vivemos mudanças abissais que não conseguimos controlar. Alterou radicalmente a forma como vivemos e socializamos. Trancados em casa, excepto os “heróis” que, todos os dias, têm de sair à rua por questões profissionais ou de voluntariado, vivemos online em frente ao ecrã. A escola e a forma de trabalhar mudaram e mudou a forma como interagimos com a família e os “outros”. O mundo está, desgraçadamente, virado às avessas: inúmeras mortes, empresas fechadas, desemprego, início de uma crise económica, afastamento social e familiar, solidão e medo. Somos todos vítimas do poder de um vírus malvado. Disse o Papa Francisco, na oração pela humanidade, na praça de São Pedro, que “estamos todos no mesmo barco”. Sim, estamos no mesmo barco no que diz respeito à consciência de que só unidos conseguimos sair desta situação e porque sabemos que o vírus não escolhe classes sociais ou poderes. Isto entendemos, mas dentro deste mesmo barco, os camarotes não são iguais para todos. Os mais atingidos são os pobres, os desempregados, os solitários e os desprotegidos. Vivemos um momento em que temos de ter paciência, a tal paciência que nos faz mergulhar bem no âmago da vida.
Este é o agora … e o futuro? O futuro é uma incógnita. A Covid-19 espoletou em nós sentimentos de medo e desespero pela incerteza do futuro. Sabemos que a situação terá consequências políticas, culturais, económicas e de relacionamento humano, a médio e longo prazo. Aliás, já vivemos essas consequências.
É certo que as desgraças não perduram para sempre. Tal como o vírus chegou, também irá embora, deixando um mundo diferente, mas vai embora. Acredito que muito do que era a nossa vida irá voltar. Sairemos à rua, paramos para cumprimentar e conversar demoradamente com os vizinhos, voltamos ao café da esquina, a minha rua volta a estar entupida por causa da desorganização do estacionamento, a escola e o trabalho voltam ao funcionamento normal ou mais ou menos porque poderá ser repensado, os automóveis, as empresas e o Homem irão continuar a contribuir para a poluição do meio ambiente e voltamos a sentir a agitação do dia a dia.
No tempo que vai chegar, acredito, ainda, haverá uma crise económica, perda de empregos, eventuais medidas de austeridade e novamente a necessidade de nos reerguermos. A nossa consciência e as nossas certezas nunca mais serão como eram. É necessário repensar a vida, enchermo-nos de esperança e arquitectar novos projectos para um melhor e aperfeiçoado futuro. Temos de encontrar soluções inteligentes para mantermos a nossa qualidade de vida sem comprometer as gerações futuras.
E nisto que acredito. O que irá acontecer? – Não sei!
Reflexão em tempo de pandemia
Opinião » 2020-04-17 » AnabelaSantosEste é o agora … e o futuro? O futuro é uma incógnita. A Covid-19 espoletou em nós sentimentos de medo e desespero pela incerteza do futuro
A vida antes, agora e depois desta crise pandémica. Sei o que foi, sei o que é, mas não sei o que vai ser. Não consigo saber. Acredito que qualquer opinião, neste momento, venha a ser uma previsão errada ou uma expectativa frustrada.
Na verdade, este tempo de confinamento é merecedor de reflexão: o que fizemos no passado, o que vivemos hoje e o que nos espera no futuro.
O passado foi mal tratado pelo ser humano. Ser que não aprende com erros, crises políticas e económicas, guerras, lutas religiosas, violência e desrespeito pela natureza e o meio ambiente. Insistimos em criar um modo de estar que não é sustentável e, agora, sofremos as respectivas consequências.
O presente é um tempo estranho que nos mostra o quanto o homem é frágil perante algumas adversidades. Um vírus apoderou-se do mundo e vivemos mudanças abissais que não conseguimos controlar. Alterou radicalmente a forma como vivemos e socializamos. Trancados em casa, excepto os “heróis” que, todos os dias, têm de sair à rua por questões profissionais ou de voluntariado, vivemos online em frente ao ecrã. A escola e a forma de trabalhar mudaram e mudou a forma como interagimos com a família e os “outros”. O mundo está, desgraçadamente, virado às avessas: inúmeras mortes, empresas fechadas, desemprego, início de uma crise económica, afastamento social e familiar, solidão e medo. Somos todos vítimas do poder de um vírus malvado. Disse o Papa Francisco, na oração pela humanidade, na praça de São Pedro, que “estamos todos no mesmo barco”. Sim, estamos no mesmo barco no que diz respeito à consciência de que só unidos conseguimos sair desta situação e porque sabemos que o vírus não escolhe classes sociais ou poderes. Isto entendemos, mas dentro deste mesmo barco, os camarotes não são iguais para todos. Os mais atingidos são os pobres, os desempregados, os solitários e os desprotegidos. Vivemos um momento em que temos de ter paciência, a tal paciência que nos faz mergulhar bem no âmago da vida.
Este é o agora … e o futuro? O futuro é uma incógnita. A Covid-19 espoletou em nós sentimentos de medo e desespero pela incerteza do futuro. Sabemos que a situação terá consequências políticas, culturais, económicas e de relacionamento humano, a médio e longo prazo. Aliás, já vivemos essas consequências.
É certo que as desgraças não perduram para sempre. Tal como o vírus chegou, também irá embora, deixando um mundo diferente, mas vai embora. Acredito que muito do que era a nossa vida irá voltar. Sairemos à rua, paramos para cumprimentar e conversar demoradamente com os vizinhos, voltamos ao café da esquina, a minha rua volta a estar entupida por causa da desorganização do estacionamento, a escola e o trabalho voltam ao funcionamento normal ou mais ou menos porque poderá ser repensado, os automóveis, as empresas e o Homem irão continuar a contribuir para a poluição do meio ambiente e voltamos a sentir a agitação do dia a dia.
No tempo que vai chegar, acredito, ainda, haverá uma crise económica, perda de empregos, eventuais medidas de austeridade e novamente a necessidade de nos reerguermos. A nossa consciência e as nossas certezas nunca mais serão como eram. É necessário repensar a vida, enchermo-nos de esperança e arquitectar novos projectos para um melhor e aperfeiçoado futuro. Temos de encontrar soluções inteligentes para mantermos a nossa qualidade de vida sem comprometer as gerações futuras.
E nisto que acredito. O que irá acontecer? – Não sei!
Caminho de Abril - maria augusta torcato » 2024-04-22 » Maria Augusta Torcato Olho para o meu caminho e fico contente. Acho mesmo que fiz o caminho de Abril. O caminho que Abril representa. No entanto, a realidade atual e os desafios diários levam-me a desejar muito que este caminho não seja esquecido, não por querer que ele se repita, mas para não nos darmos conta, quase sem tempo de manteiga nos dentes, que estamos, outra vez, lá muito atrás e há que fazer de novo o caminho com tudo o que isso implica e que hoje seria incompreensível e inaceitável. |
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia » 2024-04-10 » Jorge Carreira Maia Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores. |
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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» 2024-04-22
» Maria Augusta Torcato
Caminho de Abril - maria augusta torcato |
» 2024-04-10
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