Aquilo que chamamos o nosso pensamento tem raízes em lugares que, muitas vezes, nem suspeitamos. É preciso um acaso ou um longo trabalho de arqueologia para percebermos como certas ideias sobre o mundo se formaram em nós.
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Sérgio Godinho fez há dias setenta anos. Setenta? Sim, Rosalinda. Como diria o Fausto, companheiro nessas andanças, se tu fosses à praia, se tu fosses ver o mar, sabias que o Sérgio já por lá tinha andado há muitas luas.
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Algum dia teria de ser. Fui adiando, empurrando, mas agora já não dava para mais desculpas.
Já não bastava fungar, criticar, escrevinhar por aí, mas continuar a assobiar para o lado.
Ponderei, dormi sobre o assunto e, como agora se diz, decidi assumir: vou avançar!
Desta vez convidei-me a mim próprio e resolvi aceitar.
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Há retornos definitivos, temporários e pontuais. Há retornos que o não são.

O período de férias é profícuo em retornos. Retorno ao país de origem, retorno à terra de nascimento ou crescimento, retorno a casa dos avós, retorno a casa dos pais, retorno a espaços, às vezes, vazios de pessoas que passaram a ter outra morada.
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A conspiração de interesses que está a destruir as bases do sistema democrático e a tentar eliminar, a todo o custo, os partidos políticos enquanto instâncias de mediação entre os cidadãos e o Estado, para poder assaltar o Estado à vontade na batalha final, continua a fazer o seu trabalho de sapa instigando ao ódio aos partidos.
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Num daqueles felizes momentos em que não era fácil perceber se estava sóbrio ou bêbedo, dizia Winston Churchill que o capitalismo representa uma desigual distribuição da riqueza, enquanto o socialismo representa a igual distribuição da miséria, dito espirituoso que até um filósofo de esquerda como John Rawls seria capaz de subscrever.
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As férias de Verão – ainda fará sentido falar assim? – estão a acabar. Setembro devolver-nos-á, aos que estamos de férias, ao mundo profano dos negócios quotidianos e preparar-nos-á para as eleições de 4 de Outubro.
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A ideia popular, muito corrente nos dias de hoje, de que todos os políticos são iguais é falsa. Contudo, como a generalidade das ideias falsas, ela contém um fundo de verdade. É falso que todos os políticos sejam corruptos.
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Uma das colecções de “livrinhos” de aventuras do oeste editada pela Agência Portuguesa de Revistas era a 6 Balas. Se olharmos para a capa descobrimos uma realidade distinta da dos nossos dias.
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Entrámos em período de completo delírio. Faz parte da nossa tradição política em tempo pré-eleitoral. O fogo de artifício e os jogos florais a que as várias partes se entregam tendem a escamotear a dura realidade em que se vive.
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