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Alcanena – o arquivo que não existe

Opinião  »  2015-10-16  »  Gabriel Feitor

"As novas gerações têm o direito de questionar sobre a documentação de Alcanena como concelho. Têm o direito de a poder querer ler, investigar, dissecar, fazer-lhe perguntas.»Este é o meu apelo para que a Câmara Municipal tome a iniciativa de prever este assunto no orçamento do próximo ano. A memória agradece. "

É um apelo. Um apelo à necessidade de haver um arquivo municipal em Alcanena. As comemorações do primeiro centenário do concelho de Alcanena passaram, em grande parte, por uma estratégia política enviesada. Fez-se tudo, menos o essencial: preservar a memória de um concelho recente e que urge, definitivamente, ter a sua marca. Pela primeira vez, lançaram-se estudos historiográficos sobre a ânsia de autonomia dos alcanenenses.

As bases que Joaquim Guilherme Ramos e Joaquim Inácio Bento Júnior lançaram na década de 80 e 90 do século passado, deram, finalmente, frutos. Mas isso não basta. Se, por um lado, a história de Alcanena até 1914 está diluída na história de Torres Novas cuja a busca passa pelos arquivos nacionais e, principalmente, o municipal de Torres Novas, a de 1914 até aos nossos dias muda completamente nesse aspecto.

O que se sabe do concelho de Alcanena nos anos da I República entre 1914 e 1926? Quais foram os confrontos entre as duas linhas políticas de então – democráticos e unionistas – nos órgãos do poder local? E do Estado Novo? Qual foi a linha traçada no projecto de desenvolvimento de Alcanena de que tanto se falava na época? São estas questões, no meio de tantas outras, que urgem responder à memória concelhia.

Surgem, portanto, as seguintes questões: na I República, onde estão os livros de actas da Comissão Executiva e do Senado Municipal? E os copiadores de correspondência da Administração do Concelho? Na Ditadura Militar e Estado Novo, onde estão os livros das reuniões da Câmara Municipal, do Conselho Municipal e das várias comissões? Para além desta documentação, importantíssima para o estudo dos órgãos do poder local e da vida concelhia, outra deverá existir.

Outras ideias, como a agregação da documentação histórica das antigas juntas de paróquia e de freguesia, documentação paroquial, jornais, arquivos privados, entre outros, deverão constar naquilo a que se poderá chamar de arquivo municipal. Não é a primeira vez que escrevo sobre este assunto – já o fiz nos meus dois livros e noutras intervenções. É hora da Câmara Municipal tomar este assunto como sério, favorável até na sua gestão documental contemporânea.

A solução pode não ser imediata, mas é necessário inventariar e catalogar a documentação mais importante e coloca-la à disposição do público – como por exemplo na Biblioteca Municipal. Como refere  António Mário Lopes dos Santos no prefácio do meu último trabalho, «Alcanena pode ser radiografada até 1914.

Mas como concelho, qual a sua história? A urgência de recuperar num arquivo concelhio todo o disperso documental impõe-se, em nome da dignidade dum concelho que, ao ganhar a sua autonomia com esforço ao longo de séculos, se desmemorizou. E depois? O que foi até os nosso dias? As novas gerações têm o direito de questionar sobre a documentação de Alcanena como concelho. Têm o direito de a poder querer ler, investigar, dissecar, fazer-lhe perguntas.»Este é o meu apelo para que a Câmara Municipal tome a iniciativa de prever este assunto no orçamento do próximo ano. A memória agradece.  

 

 

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