A GRANDE ILUSÃO
"A esmagadora maioria das pessoas a quem se dirige os políticos não tem o direito à verdade"
Defendia Kant que em nenhuma circunstância se deve mentir. Todavia, Benjamin Constant dizia que não é bem assim. A verdade não tem um um valor incondicional pois depende das circunstâncias. Dizer a verdade é um dever se as pessoas tiverem direito a ela. Se um assassino pergunta a alguém onde está a sua futura vítima, não tem o direito de saber e não merece saber.
Entretanto dei comigo a adaptar este divertido arrufo filosófico à relação entre políticos e o povo, ciclicamente conhecido por eleitorado. Os políticos mentem. Seja por astúcia premeditada, seja por entusiasmo paternalista de quem olha para o povo como um filho que deseja ver feliz. Mas pronto, mentem. A minha questão consiste em saber se têm ou não o direito de mentir. Na minha opinião, têm. E digo-o enquanto pessoa mais insuspeita do mundo, pois não estou nem nunca estarei envolvido em actos políticos. Têm esse direito pois a esmagadora maioria das pessoas a quem se dirige os políticos não tem o direito à verdade. O jogo entre políticos e eleitorado não é marcado por critérios de verdade mas de ilusão. Ainda para mais, uma ilusão livre. Os políticos manipulam pessoas que aceitam ser manipuladas, mentem a pessoas que se deleitam com mentiras. A relação entre políticos e eleitores não resulta de um contrato racional entre agentes racionais mas de uma relação entre actores e público que se deleitam com o jogo de ilusões que se estabelece entre eles. O homo politicus, tanto o que elege (homo stultus), como o que é eleito (homo loquens), é sobretudo um homo ludens.
Quem explica isso muito bem é um conhecido filósofo chamado Platão. Para ele, os políticos infantilizam pessoas que se deixam infantilizar, dizendo-lhes o que elas gostam de ouvir independentemente do valor racional do que estão a ouvir. É por isso que um acto eleitoral, em vez de nos fazer chorar, deve fazer rir. Tanto políticos como o povo a quem se dirigem são risíveis.
A GRANDE ILUSÃO
A esmagadora maioria das pessoas a quem se dirige os políticos não tem o direito à verdade
Defendia Kant que em nenhuma circunstância se deve mentir. Todavia, Benjamin Constant dizia que não é bem assim. A verdade não tem um um valor incondicional pois depende das circunstâncias. Dizer a verdade é um dever se as pessoas tiverem direito a ela. Se um assassino pergunta a alguém onde está a sua futura vítima, não tem o direito de saber e não merece saber.
Entretanto dei comigo a adaptar este divertido arrufo filosófico à relação entre políticos e o povo, ciclicamente conhecido por eleitorado. Os políticos mentem. Seja por astúcia premeditada, seja por entusiasmo paternalista de quem olha para o povo como um filho que deseja ver feliz. Mas pronto, mentem. A minha questão consiste em saber se têm ou não o direito de mentir. Na minha opinião, têm. E digo-o enquanto pessoa mais insuspeita do mundo, pois não estou nem nunca estarei envolvido em actos políticos. Têm esse direito pois a esmagadora maioria das pessoas a quem se dirige os políticos não tem o direito à verdade. O jogo entre políticos e eleitorado não é marcado por critérios de verdade mas de ilusão. Ainda para mais, uma ilusão livre. Os políticos manipulam pessoas que aceitam ser manipuladas, mentem a pessoas que se deleitam com mentiras. A relação entre políticos e eleitores não resulta de um contrato racional entre agentes racionais mas de uma relação entre actores e público que se deleitam com o jogo de ilusões que se estabelece entre eles. O homo politicus, tanto o que elege (homo stultus), como o que é eleito (homo loquens), é sobretudo um homo ludens.
Quem explica isso muito bem é um conhecido filósofo chamado Platão. Para ele, os políticos infantilizam pessoas que se deixam infantilizar, dizendo-lhes o que elas gostam de ouvir independentemente do valor racional do que estão a ouvir. É por isso que um acto eleitoral, em vez de nos fazer chorar, deve fazer rir. Tanto políticos como o povo a quem se dirigem são risíveis.
![]() Apresentados os candidatos à presidência da Câmara de Torres Novas, a realizar nos finais de Setembro, ou na primeira quinzena de Outubro, restam pouco mais de três meses (dois de férias), para se conhecer ao que vêm, quem é quem, o que defendem, para o concelho, na sua interligação cidade/freguesias. |
![]() O nosso major-general é uma versão pós-moderna do Pangloss de Voltaire, atestando que, no designado “mundo livre”, estamos no melhor possível, prontos para a vitória e não pode ser de outro modo. |
![]() “Pobre é o discípulo que não excede o seu mestre” Leonardo da Vinci
Mais do que rumor, é já certo que a IA é capaz de usar linguagem ininteligível para os humanos com o objectivo de ser mais eficaz. |
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Em 2012, o psicólogo social Jonathan Haidt publicou a obra A Mente Justa: Porque as Pessoas Boas não se Entendem sobre Política e Religião. Esta obra é fundamental porque nos ajuda a compreender um dos dramas que assolam os países ocidentais, cujas democracias se estruturam, ainda hoje, pela dicotomia esquerda–direita. |
![]() Imagino que as últimas eleições terão sido oportunidade para belos e significativos encontros. Não é difícil pensar, sem ficar fora da verdade, que, em muitas empresas, patrões e empregados terão ambos votado no Chega. |
![]() "Hire a clown, get a circus" * Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades. |
![]() A eleição de um novo Papa é um acontecimento sempre marcante, apesar de se viver, na Europa, em sociedades cada vez mais estranhas ao cristianismo. Uma das grandes preocupações, antes, durante e após a eleição de Leão XIV, era se o sucessor de Francisco seria conservador ou progressista. |
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