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“Como vos atreveis!?” – Greta Thunberg

Opinião  »  2023-02-04  »  Acácio Gouveia

"A CIP e a generalidade do tecido empresarial, como algumas honrosas exceções, não esconde a sua hostilidade contra os ambientalistas. "

“O deserto cresce. Aí daquele que oculta desertos!” – Nietzcshe

Quem se lembra duma manifestação de jovens alunos em Torres Novas, anos atrás, em defesa do meio ambiente? Uma manhã de aulas foi substituída por marchas de estudantes pelas ruas entoando slogans e exibindo cartazes “em defesa do ambiente”. Nenhum se referia ao problema ecológico mais pungente que então afligia a nossa cidade, a Fabrioleo, astutamente escondido atrás das grandes causas da Amazónia, ou dos Oceanos, as quais, convenhamos, permaneceram intocadas pela indignação dos adolescentes desta simpática cidadezinha. O balanço da iniciativa pode resumir-se em três palavras: tiros na água. No fundo, a contestação foi judiciosamente desviada do alvo correcto para onde não fizesse mossa. Mais valera que tivessem ido às aulas em vez de andarem a dar tiros de pólvora seca pelas ruas de Torres.

Outro galo cantou quando jovens estudantes partiram a loiça e avançaram para a ocupação das respectivas escolas, em protesto contra o uso dos combustíveis fósseis. Aqui já doeu um pouco e, por esse motivo, o “sistema” reagiu. Condenadas, embora de forma condescende, ficou o aviso: há linhas vermelhas. Todos os protestos que não sejam inócuos serão punidos.

Já quanto aos agressores do ambiente e depredadores dos recursos, geradores de escassez a provir, esses podem contar com a complacência dos poderes legislativo, judicial e executivo. Veja-se o caso da Fabrióleo, que se arrastou sorrateiramente, infernizando a vida dos torrejanos, durante anos. Por fim, deixou um legado de detritos e... foi continuar a actividade criminosa noutro concelho, auxiliada por milhão e meio de euros do erário público! Resumindo: os crimes ambientais, em Portugal, não só compensam como são recompensados. Já protestar contra os criminosos... só se forem manifestações inócuas e castradas, que até são bem-vindas para que tudo fique na mesma, oferecendo a ilusão que algo se move.

Do outro lado da trincheira das activistas irreverentes, temos os defensores do actual status quo do “desenvolvimento”, como eles dizem? São os dirigentes dos grupos económicos e os políticos, quando necessário, acolitados por alguns dirigentes religiosos fanáticos e, mais discretamente, por sindicatos situacionistas. Deixemos de lado os pesos pesados mundiais: os líderes políticos mais poderosos (ou ex-líderes com potencial para regressarem ao poder): Xi Ji Ping, Bolsonaro, Putin, Erdogan, Trump, os sheiks da Península Arábica, etc.. Desfoquemo-nos também das indústrias ligadas aos hidrocarbonetos e à agropecuária intensiva, só para citar duas das mais lesivas. Para não vamos cair na mesma cilada dos jovenzinhos que peroraram pelas avenidas torrejanas o seu entusiasmo em vão, concentremo-nos na “rapaziada” cá do cantinho à beira mar plantado.

Comecemos pelos que fingem que querem mudanças (o pretérito ministro do ambiente João Matos, por exemplo) e não passam de quintas colunas das indústrias poluidoras e dos plantadores de desertos de eucaliptais, dos donos aterros e dos envenadores de rios e ribeiros. Depois temos os políticos que ostensivamente são contra a mobilidade eléctrica, como o deputado Nuno Melo, e os comentadores, como José Gomes Ferreira, defensor dos combustíveis fósseis, só para citar dois exemplos. A CIP e a generalidade do tecido empresarial, como algumas honrosas exceções, não esconde a sua hostilidade contra os ambientalistas. Usam e abusam do chavão “fundamentalismo ambientalista” para esconder atrás dessa cortina de fumo o seu próprio fanatismo.

Como se continuam a atrever a impor aos jovens esta rota sem futuro? E a persegui-los quando protestam?

 

 

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