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"Toc’a música"

Opinião  »  2015-01-16  »  Afonso Borga

Lembro-me de estar sentado numa cadeira, balançando os pés, junto à lareira e ver o meu avô derramar uma lágrima ao ouvir uma banda filarmónica que tocava na televisão. Das poucas memórias que tenho dele, essa foi uma das que ficou…

Sei bem como ele amava a banda. Ele que durante anos foi também músico e ”porta-estandarte”. Ele que não sabia ler uma pauta de música, tocava ”de ouvido”. Ele que, no entanto, conseguia apreciar uma música como ninguém. Ele que também foi construindo a história da banda e fez parte do caminho que a construiu! Ele que não se cansava de assobiar as músicas da banda. Hoje compreendo aquela lágrima e o porquê de ele gostar assim tanto da banda. É que, quando nos envolvemos numa atividade e nos dedicamos intensamente a uma causa, acabamos por sentir que essa causa passa a ter um bocadinho de nós e acaba então por ser ”nossa” também. E, ao dizer isto, penso que estou a falar no geral no que toca ao associativismo! É por isto que hoje muitas pessoas, por todo o país, teimam em não deixar acabar parte da cultura e tradição do nosso país, de que são exemplo as bandas filarmónicas, os ranchos folclóricos, os grupos de teatro, entre outros.

Lembro-me de ele me dizer que gostava que eu entrasse para a banda! E assim foi, seguindo as ”pisadas” do meu avó e do meu pai, que também foi músico. No entanto, o meu avô não chegou a ver-me tocar na banda que ele tanto amava.

Desde então, a banda faz parte da minha vida e posso garantir que sou hoje uma pessoa diferente. Acima de tudo, para além da minha formação musical gratuita, e importa referir o facto de muitas bandas hoje oferecerem esta formação totalmente gratuita nas suas escolas de música, a banda contribuiu para a minha formação enquanto pessoa, ao desenvolver o meu sentido de responsabilidade, de organização, de gestão de tempo e do trabalho em equipa, essencial quando se partilha o mesmo ”trabalho” com outras cerca de 30 pessoas. E há que valorizar a dimensão humana que este tipo de manifestação cultural comporta, tornando-se numa autêntica escola de cidadania que promove o crescimento integral dos que a constituem.

Este texto vem a propósito do passado concerto de ano novo, realizado pela SFUP no Teatro Virgínia, e por mais um belo momento que compõe agora a história desta coletividade, mas também por querer testemunhar o quão importante se tornam estas atividades, ditas ”extracurriculares”, na formação dos jovens.

apborga@live.com.pt

 

 

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