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Fátima Coelho: Uma experiência marcante e enriquecedora

Opinião  »  2014-09-25  »  mg teste

Entrei no ”Jornal Torrejano” em Julho de 1998. O estágio foi um período de aprendizagem pura. O quotidiano na redação, a familiaridade com as rotinas de um meio de comunicação regional, os ”truques”, os desafios, as dificuldades, os conselhos e muitos ensinamentos, fizeram-me aprender e evoluir imenso enquanto jornalista.

No ”Jornal Torrejano” tive a oportunidade de privar com homens e mulheres que tinham em comum uma ampla cultura geral e nobreza de valores. Movia-os um elevado sentido de responsabilidade individual em contribuir para um mundo mais justo, uma sociedade mais informada e interessada pelo que se passa à sua volta.

Conheci o dia-a-dia numa redacção, aprendi a escrita de peças de temáticas e complexidade diversas, o contacto com as fontes, a procura de informações, as reportagens com as mais variadas pessoas e diferentes assuntos, entre outras tantas atividades que compõem a vida de um jornalista. Tudo isto e muito mais permitiram-me evoluir de uma forma que não é possível em ambiente académico, onde a teoria tem a primazia.

Os ensinamentos da Margarida Trincão, do João Carlos Lopes e do Joaquim Lopes foram essenciais para todo o trabalho que desenvolvi tanto no ”Jornal Torrejano” como no ”Notícias da Golegã”. Neste último, não posso deixar de referir o auxílio sempre precioso da Lurdes Pires e da Fernanda Vieira da Silva.

Ao falar da minha passagem pelo ”Jornal Torrejano” não posso deixar de recordar a Conceição Gomes, Conceição Godinho, Cristiano Abegão, Miguel Fanha, Luísa Martins, Nuno Matos, Inês Vidal, o saudoso Luís Filipe Santos, entre muitos outros.

O primeiro trabalho, com chamada na primeira página, foi uma entrevista a uma atleta de ginástica da União Desportiva e Recreativa da Zona Alta, Bianca Couto, que se tinha sagrado campeã nacional. Em sete anos, muitas foram as breves, as notícias, reportagens e entrevistas, assim como muitas mudanças.

Quando entrei no jornal não se usava Internet e as máquinas fotográficas ainda eram de rolo e precisavam de revelação. Com o passar do tempo, apareceram as máquinas digitais e, em setembro de 2000, teve início um novo projeto editorial, o Notícias da Golegã.

É difícil enumerar todos os textos e explicar tudo o que aprendi sobre as mais diversas áreas, tanto no ”Jornal Torrejano” como no ”Notícias da Golegã”. No entanto, não posso deixar de falar das entrevistas a José Saramago, prémio Nobel da Literatura, quando visitou a Azinhaga, a terra que o viu nascer, José Cid, Além-Mar, Pedro Barroso, entre tantos outros, não só conhecidos do grande público, mas também os que moram quase na porta ao lad os avieiros, o sapateiro, o barbeiro, as apanhadoras de ervas aromáticas e medicinais ou a enfermeira aposentada que continuava a levantar-se cedo e percorria de bicicleta várias aldeias, para ajudar quem precisava. Um jornalismo que conta as histórias dos que são como nós – mas melhores, porque têm histórias que podemos contar.

A pro-atividade é muito importante no jornal. É preciso descobrir assuntos e histórias que possam interessar aos leitores. Apresentar ideias nas reuniões de redacção e receber aprovação. Recordo duas histórias que propus para comemorar o dia dos namorados: uma, em que acompanhei agentes da PSP na noite de 15 de Fevereiro, entre as 2 e as 7 da manhã numa missão de fiscalização. Uma madrugada bastante fria em que foram fiscalizados 96 condutores. Um outro trabalho apresentado para comemorar o dia dos namorados, algo inédito na altura por estas paragens, foi dar a conhecer o amor entre duas mulheres, o amor no feminino.

Entrar no jornalismo é ter contacto com muitas histórias, umas com finais felizes e outras nem por isso. No ”Jornal Torrejano” foi-me dada essa oportunidade. Contar histórias, sem filtros, sem privações, sem pudores e sem limitações. Um jornalismo feito de pessoas reais que vivem no mesmo mundo real que todos nós, alguns paredes meias connosco e com histórias de vida fantásticas.

Em todas as peças a mesma preocupaçã informar bem.

A limitação de espaço e os títulos eram o mais difícil, enquanto escrever 15.000 caracteres se tornava fácil. Nos títulos a ajuda do Joaquim Lopes foi essencial e agradeço-lhe muito por isso. Quanto ao espaço, penso que raramente cumpri com o número de caracteres que era imposto, ultrapassava sempre, mas tinha sorte, e raramente vi os meus textos cortados. Obrigada, João Carlos Lopes, por todas as oportunidades.

O balanço de sete anos passados no ”Jornal Torrejano” são sem dúvida, muito positivos. Foi uma aprendizagem e crescimento enquanto profissional e pessoa. Uma experiência marcante e enriquecedora, além de ter conhecido pessoas que ficarão para a vida.

Confesso que, no jantar de despedida e no meu último dia no ”Jornal Torrejano”, fiquei muito triste e deu-me uma dor no peito… Mas, chega uma altura na vida que sentimos a necessidade de mudar o rumo.

Os sete anos no ”Jornal Torrejano” foram uma aventura fascinante. E por tudo o que representou na minha vida e por tudo o que representa para este concelho, desejo um feliz aniversário e muitos e muitos anos de vida a informar e a contar histórias.

Fátima Coelho

 

 

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