25 de Abril e 25 de Novembro - jorge carreira maia
Por que razão a França só comemora o 14 de Julho, o início da Revolução Francesa, e não o 27 ou 28 de Julho? O que aconteceu a 27 ou 28 de Julho de tão importante? A 27 de Julho de 1794, Maximilien Robespierre foi preso e a 28, sem julgamento, foi executado. A França libertava-se do regime do Terror, um regime sangrento, onde muitos milhares de franceses (talvez entre 16 mil e 40 mil) foram guilhotinados. Os franceses, porém, não vêem a libertação no fim da deriva extremista da Revolução Francesa, mas no seu dia inaugural. Ora, em Portugal, sítio onde nada de semelhante se viveu, parece que uma parte das elites políticas de direita precisa do aconchego do 25 de Novembro para engolir a pílula amarga do 25 de Abril. Por que será?
Em França, tanto os jacobinos de Robespierre (os radicais) como os girondinos (os moderados) estiveram do lado da Revolução. Ambos se reconheciam no 14 de Julho. Em Portugal, em 1974, as coisas não foram assim. Com honrosas excepções, como as de Nuno Rodrigues dos Santos, Francisco Sá Carneiro, Francisco Pinto Balsemão e mais uns quantos velhos republicanos e ex-deputados da ala liberal da Assembleia Nacional ou, mais atrás, figuras como Cunha Leal, Jaime Cortesão, Azevedo Gomes e, por certo, Norton de Matos e Humberto Delgado, toda a direita estava com o regime caído a 25 de Abril. Não houve uma tradição consistente da direita democrática em oposição à ditadura. Quando se dá o 25 de Abril, a oposição era quase toda (mas não toda) de esquerda (com vários matizes), não havendo uma direita democrática organizada.
Parte da direita não se reconhece no 25 de Abril, não por causa da deriva revolucionária e do gonçalvismo, mas por aquilo que a data representa: o fim da ditadura e a abertura do caminho para uma autêntica democracia representativa. O 25 de Novembro é usado para tapar a grande decepção que foi o fim do regime do Estado Novo. O mais estranho é que mesmo o 25 de Novembro foi arquitectado e dirigido por militares e políticos de esquerda, a começar por Mário Soares e a acabar no General Costa Gomes, para não falar em Vasco Lourenço ou Melo Antunes. O 25 de Novembro teve dois derrotados. A extrema-esquerda militar e civil, mas também a extrema-direita que queria aproveitar o momento para ilegalizar o PCP e outros partidos à esquerda do PCP. O 25 de Novembro não pôs fim a nenhum regime de Terror nem a nenhuma ditadura, que não existiam. Serviu para baixar a elevada tensão política no país, eliminar a influência esquerdista nos militares e pôr ordem nos quartéis. Foi uma correcção e um ajustamento, não uma libertação. Dia da libertação só há um, o 25 de Abril e mais nenhum.
25 de Abril e 25 de Novembro - jorge carreira maia
Por que razão a França só comemora o 14 de Julho, o início da Revolução Francesa, e não o 27 ou 28 de Julho? O que aconteceu a 27 ou 28 de Julho de tão importante? A 27 de Julho de 1794, Maximilien Robespierre foi preso e a 28, sem julgamento, foi executado. A França libertava-se do regime do Terror, um regime sangrento, onde muitos milhares de franceses (talvez entre 16 mil e 40 mil) foram guilhotinados. Os franceses, porém, não vêem a libertação no fim da deriva extremista da Revolução Francesa, mas no seu dia inaugural. Ora, em Portugal, sítio onde nada de semelhante se viveu, parece que uma parte das elites políticas de direita precisa do aconchego do 25 de Novembro para engolir a pílula amarga do 25 de Abril. Por que será?
Em França, tanto os jacobinos de Robespierre (os radicais) como os girondinos (os moderados) estiveram do lado da Revolução. Ambos se reconheciam no 14 de Julho. Em Portugal, em 1974, as coisas não foram assim. Com honrosas excepções, como as de Nuno Rodrigues dos Santos, Francisco Sá Carneiro, Francisco Pinto Balsemão e mais uns quantos velhos republicanos e ex-deputados da ala liberal da Assembleia Nacional ou, mais atrás, figuras como Cunha Leal, Jaime Cortesão, Azevedo Gomes e, por certo, Norton de Matos e Humberto Delgado, toda a direita estava com o regime caído a 25 de Abril. Não houve uma tradição consistente da direita democrática em oposição à ditadura. Quando se dá o 25 de Abril, a oposição era quase toda (mas não toda) de esquerda (com vários matizes), não havendo uma direita democrática organizada.
Parte da direita não se reconhece no 25 de Abril, não por causa da deriva revolucionária e do gonçalvismo, mas por aquilo que a data representa: o fim da ditadura e a abertura do caminho para uma autêntica democracia representativa. O 25 de Novembro é usado para tapar a grande decepção que foi o fim do regime do Estado Novo. O mais estranho é que mesmo o 25 de Novembro foi arquitectado e dirigido por militares e políticos de esquerda, a começar por Mário Soares e a acabar no General Costa Gomes, para não falar em Vasco Lourenço ou Melo Antunes. O 25 de Novembro teve dois derrotados. A extrema-esquerda militar e civil, mas também a extrema-direita que queria aproveitar o momento para ilegalizar o PCP e outros partidos à esquerda do PCP. O 25 de Novembro não pôs fim a nenhum regime de Terror nem a nenhuma ditadura, que não existiam. Serviu para baixar a elevada tensão política no país, eliminar a influência esquerdista nos militares e pôr ordem nos quartéis. Foi uma correcção e um ajustamento, não uma libertação. Dia da libertação só há um, o 25 de Abril e mais nenhum.
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![]() O nosso major-general é uma versão pós-moderna do Pangloss de Voltaire, atestando que, no designado “mundo livre”, estamos no melhor possível, prontos para a vitória e não pode ser de outro modo. |
![]() “Pobre é o discípulo que não excede o seu mestre” Leonardo da Vinci
Mais do que rumor, é já certo que a IA é capaz de usar linguagem ininteligível para os humanos com o objectivo de ser mais eficaz. |
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Em 2012, o psicólogo social Jonathan Haidt publicou a obra A Mente Justa: Porque as Pessoas Boas não se Entendem sobre Política e Religião. Esta obra é fundamental porque nos ajuda a compreender um dos dramas que assolam os países ocidentais, cujas democracias se estruturam, ainda hoje, pela dicotomia esquerda–direita. |
![]() Imagino que as últimas eleições terão sido oportunidade para belos e significativos encontros. Não é difícil pensar, sem ficar fora da verdade, que, em muitas empresas, patrões e empregados terão ambos votado no Chega. |
![]() "Hire a clown, get a circus" * Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades. |
![]() A eleição de um novo Papa é um acontecimento sempre marcante, apesar de se viver, na Europa, em sociedades cada vez mais estranhas ao cristianismo. Uma das grandes preocupações, antes, durante e após a eleição de Leão XIV, era se o sucessor de Francisco seria conservador ou progressista. |
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