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O Centro Hospitalar do Médio Tejo: a polémica, perplexidades e reflexões (3.ª parte)

Opinião  »  2014-06-27  »  Acácio Gouveia

”Se o conhecimento pode criar problemas, não será através da ignorância que os resolveremos” (Isaac Asimov)

 

Voltando ainda ao tema das maternidades, é de estranhar que se tenha alvitrado como melhor localização da maternidade do Médio Tejo o Entroncamento ou Ourém. Se três hospitais são demasiados, que sentido faria construir um quarto? Ourém e Fátima ficam a pouco mais de 20 Km de Leiria. Qual a lógica de colocar tão próximas duas maternidades?

Esta é a segunda perplexidade.

A hipótese de criar uma maternidade em Ourém só é possível num ambiente de regionalismo exacerbado que já diluiu a ideia da unidade nacional. Ao que parece, esquece-se que os limites da nação se situam no oceano Atlântico e não na Serra d’Aire. Habitualmente, acusa-se o poder central de desconhecer o país real. Ora, esta acusação é extensiva aos autarcas e forças vivas do tal ”país real”, que ostensivamente ignoram a realidade que ultrapasse os limites do seu município ou, quando muito, do grupo de municípios vizinhos. A proliferação de hospitais e extensões de centros de saúde teve mais a ver com o prestígio dos burgos que com a eficiência dos cuidados que era suposto prestarem.

A terceira liçã o bairrismo inquinou a discussão e não traz necessariamente melhorias para as regiões e, se as traz, não têm sustentabilidade a longo prazo. É inquestionável a legitimidade (e mesmo obrigação) de o poder local interferir na reorganização dos cuidados de saúde. Mas é vital que o façam com conhecimento de causa. Infelizmente, a impreparação dos autarcas nesta matéria é preocupante. Veja-se, por exemplo, a proposta de uma reabertura encapotada da extensão de Vila do Paço, noticiada no último número do Jornal Torrejano, apadrinhada pela própria Câmara Municipal. Esta hipótese só é possível vinda de quem desconheça por completo a realidade no terreno e as melhorias proporcionadas com a reorganização operada há dois anos.

É aflitivo concluir que a política não está a ser usada com o objetivo de proteger a saúde das populações, mas que, pelo contrário, os cuidados de saúde se transformaram em instrumento ao serviço do reforço do poder dos partidos e/ou da legitimação das ideologias. Ora, como as soluções para os problemas são equacionadas em termos dos interesses partidários ou da visões ideológicas, os decisores políticos optam por dispensar as opiniões dos técnicos, para não correm riscos de verem os seus planos contestados. Quando muito, selecionam dentro das suas fileiras os que forem mais permeáveis às fidelidades político-partidárias. A impopularidade da influência tecnocrática na política está a arrastar perigosamente o poder local (e não só) para o obscurantismo. Alguns erros cometidos na planificação dos cuidados de saúde tinham sido, como vimos, previamente denunciados por profissionais de saúde, cujas opiniões foram ignoradas.

Quarta liçã os decisores políticos e as populações deveriam ter em linha de conta as opiniões dos técnicos antes de tomarem as suas decisões.

aamgouveia55@gmail.com

 

 

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