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Eça é que é essa...

Opinião  »  2013-02-22  »  João António

Hoje podia ter escrito estas palavras:

”Em Portugal não há ciência de governação nem há ciência de organizar oposição. Falta igualmente a aptidão, o engenho, o bom senso e a moralidade nestes dois factores que constituem o movimento político das nações.

A ciência de governar é neste país uma habilidade, uma rotina de acaso, diversamente influenciada pela paixão, pela intriga, pela vaidade, pela frivolidade e pelo interesse. Ordinariamente todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas, porém são nulos a resolver crises, não têm austeridade, nem a concepção nem o instinto político nem a experiência que faz o estadista.

É assim que há muito tempo em Portugal são regidos os destinos políticos, política de acaso, política de compadrio, política de expediente, país governado ao acaso, governado por vaidades, por interesses, por especulação e corrupção por privilégio e influencia de camarilhas.”

Podia ter escrito essas palavras hoje, porque quase cento e cinquenta anos depois de Eça de Queirós as ter escrito, continuam a retratar fielmente os nossos políticos todos, os da esquerda e os da direita, os que governam e os da oposição, como se o tempo tivesse parado. Não há uma vírgula que possa ser subtraída, um ponto que necessite de ser acrescentado.

E o nosso problema já nem se situa em quem nos governa hoje, resulta desta democracia controlada pelo dinheiro, pelas elites e pelos lóbis, em que se eternizam os mesmos, no poder e na oposição, trocando apenas de lugar, alguns de camisola, outros de terra de acordo com a lei para não saírem do poder. Saem uns, entram os outros, para uns anos mais tarde darem lugar aos primeiros. Não foram assim tantos os que puseram o país nesta situação de miséria: foram alguns que continuam em funções de Estado apregoando virtudes, outros que emigraram do país e das notícias, mas um dia irão surgir da bruma que nem um dom Sebastião qualquer. Não virão montados num cavalo branco em dia de nevoeiro, mas voando como abutres para esgravelharem algum resquício de carne que ainda resista, apodrecida, nos ossos do cadáver que em pouco tempo se tornará este moribundo povo.

 

 

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