O monstro (colossal)
Opinião » 2011-08-18 » Helder Simões
Era pois necessário avaliar o estado do ”cofre público”. Foi designada uma equipa de homens intratáveis, sem família que reclamasse cadáver, apoiada por forças de intervenção militarizadas, igualmente descartáveis. Desse punhado de duros, voltou quando muito um quarto, tão maltratados que se lhes não reconheciam feições ou identidade. Ao ministro, deram testemunhos assustadores. Os primeiros relatos foram de caldeirões fervilhantes de gordura estatal em ebulição. Depois, visivelmente perturbados, falaram de um buraco colossal, mais colossal que o Colosso de Rodes! Mencionaram anti-matéria, profundidades insondáveis, buracos negros sugadores que podem chegar à Cochinchina! Desde ”A Viagem ao Centro da Terra”, jamais se vira tamanho abismo. O ministro ficou perplexo. Afinal muitos tinham sido os homens que pactuaram com o Monstro, e que no cofre se aviaram. Posto isto, como aos seus antecessores, ao pobre ministro resta servir a besta e tentar tapar esse colossal buraco, antes que o eixo gravitacional do planeta se desequilibre e sacuda os portugueses da Europa. Mas ao comum cidadão, alimentar o ”cofre público”, é bem mais penoso que alcançá-lo. Nem Hércules teve tantos trabalhos, nem Atlas sofreu tamanhas dores nas costas. Sensível a isto, magnânimo, o governo decidiu publicar um manual de sobrevivência para os pobres cidadãos, cuja única missão em vida será a de tapar o buraco, cavando a própria cova. O manual ainda não está ultimado, mas sabe-se que contém uma série de medidas indispensáveis para a sobrevivência desses bravos. A título de exemplo, explica-se aos jovens das cidades como podem alugar um T2 se o dividirem por 4 e para quem aufere 200 euros de pensão, ensina-se quais os medicamentos que podem ser tomados apenas em dias alternados, sem aumentar em mais de 20% o risco de AVC.
O monstro (colossal)
Opinião » 2011-08-18 » Helder SimõesEra pois necessário avaliar o estado do ”cofre público”. Foi designada uma equipa de homens intratáveis, sem família que reclamasse cadáver, apoiada por forças de intervenção militarizadas, igualmente descartáveis. Desse punhado de duros, voltou quando muito um quarto, tão maltratados que se lhes não reconheciam feições ou identidade. Ao ministro, deram testemunhos assustadores. Os primeiros relatos foram de caldeirões fervilhantes de gordura estatal em ebulição. Depois, visivelmente perturbados, falaram de um buraco colossal, mais colossal que o Colosso de Rodes! Mencionaram anti-matéria, profundidades insondáveis, buracos negros sugadores que podem chegar à Cochinchina! Desde ”A Viagem ao Centro da Terra”, jamais se vira tamanho abismo. O ministro ficou perplexo. Afinal muitos tinham sido os homens que pactuaram com o Monstro, e que no cofre se aviaram. Posto isto, como aos seus antecessores, ao pobre ministro resta servir a besta e tentar tapar esse colossal buraco, antes que o eixo gravitacional do planeta se desequilibre e sacuda os portugueses da Europa. Mas ao comum cidadão, alimentar o ”cofre público”, é bem mais penoso que alcançá-lo. Nem Hércules teve tantos trabalhos, nem Atlas sofreu tamanhas dores nas costas. Sensível a isto, magnânimo, o governo decidiu publicar um manual de sobrevivência para os pobres cidadãos, cuja única missão em vida será a de tapar o buraco, cavando a própria cova. O manual ainda não está ultimado, mas sabe-se que contém uma série de medidas indispensáveis para a sobrevivência desses bravos. A título de exemplo, explica-se aos jovens das cidades como podem alugar um T2 se o dividirem por 4 e para quem aufere 200 euros de pensão, ensina-se quais os medicamentos que podem ser tomados apenas em dias alternados, sem aumentar em mais de 20% o risco de AVC.
O miúdo vai à frente » 2024-04-25 » Hélder Dias |
Família tradicional e luta do bem contra o mal - jorge carreira maia » 2024-04-24 » Jorge Carreira Maia A publicação do livro Identidade e Família – Entre a Consistência da Tradição e os Desafios da Modernidade, apresentado por Passos Coelho, gerou uma inusitada efervescência, o que foi uma vitória para os organizadores desta obra colectiva. |
Caminho de Abril - maria augusta torcato » 2024-04-22 » Maria Augusta Torcato Olho para o meu caminho e fico contente. Acho mesmo que fiz o caminho de Abril. O caminho que Abril representa. No entanto, a realidade atual e os desafios diários levam-me a desejar muito que este caminho não seja esquecido, não por querer que ele se repita, mas para não nos darmos conta, quase sem tempo de manteiga nos dentes, que estamos, outra vez, lá muito atrás e há que fazer de novo o caminho com tudo o que isso implica e que hoje seria incompreensível e inaceitável. |
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia » 2024-04-10 » Jorge Carreira Maia Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores. |
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
» 2024-04-22
» Maria Augusta Torcato
Caminho de Abril - maria augusta torcato |
» 2024-04-25
» Hélder Dias
O miúdo vai à frente |
» 2024-04-24
» Jorge Carreira Maia
Família tradicional e luta do bem contra o mal - jorge carreira maia |
» 2024-04-10
» Jorge Carreira Maia
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia |