• SOCIEDADE-  • CULTURA  • DESPORTO  • OPINIÃO
  Quarta, 01 Maio 2024    •      Directora: Inês Vidal; Director-adjunto: João Carlos Lopes    •      Estatuto Editorial    •      História do JT
   Pesquisar...
Sáb.
 25° / 9°
Períodos nublados
Sex.
 22° / 7°
Períodos nublados
Qui.
 18° / 7°
Períodos nublados com chuva fraca
Torres Novas
Hoje  16° / 8°
Períodos nublados com chuva fraca
       #Alcanena    #Entroncamento    #Golega    #Barquinha    #Constancia 

Verde Alface®

Opinião  »  2010-12-16  »  Helder Simões

”When I am king, you will be first against the wall,
With your opinion which is of no consequence at all…”

Quando eu reinar, tu serás o primeiro a enfrentar a parede,
Com a tua opinião completamente inconsequente.

Thom Yorke - Radiohead, a partir de Paranoid Android, álbum Ok Computer, 1997.
 

Na passa da semana, decorreu na paradisíaca Cancun mais uma cimeira sobre alterações climáticas. Quando digo mais uma, não o faço de forma inocente, pois realmente não passou diss mais uma. Mais uma oportunidade desperdiçada, mais um tiro no pé, mais um rombo no casco deste planeta que, mais depressa do que nos damos conta, se dirige vertiginosamente para o abismo. Bem sei que muitos leitores consideram isto exagerado ou vislumbram nesta afirmação uma visão apocalíptica do nosso futuro ecológico. Quem me dera que estivessem correctos, mas os dados sobre a destruição do planeta são avassaladores, refiram-se estes ao degelo dos pólos, ao desflorestamento ou ao desaparecimento de espécies de vida. Após o fracasso da cimeira da Dinamarca, em 2009, uma vez mais, os principais países emissores de gases com efeitos de estufa, China e Estados Unidos, recusaram protocolos mais ambiciosos e vinculativos, que travassem de forma inequívoca o aquecimento global. Assim, tudo o que se conseguiu foi definir um objectivo geral de dois graus Celsius, como limite para o aumento da temperatura média global até ao fim do século, e criar um Fundo Verde Climático para os países em desenvolvimento, com promessas de 76 mil milhões de euros anuais a partir de 2020. Melhor que nada, é certo, mas com o shuttle da destruição ambiental em velocidade Warp, estas medidas são como tentar estancar um vulcão com a tampa de um tacho. Os peritos em assuntos climáticos e as associações ambientalistas, como a Quercus, são peremptórios em mostrar a sua desilusã?”A vontade política para uma acção vigorosa ainda não é suficientemente forte para uma resposta global adequada que faça frente à ameaça climática” – afirmou um representante desta organização.

A vontade da velha Europa e a determinação dos países-arquipélago, cuja sobrevivência depende de que se detenha a subida do nível médio dos oceanos, não foi suficientemente forte para fazer frente à (o)posição da administração Obama, condicionada pela própria oposição republicana recentemente reforçada, mas como de costume, eminentemente conservadora, e muito menos para contrariar a ganância da ditadura chinesa, que embora não tenha de enfrentar eleições, tem outro tipo de prioridades, das quais, a questão ambiental, claramente não faz parte.

Assim, o acordo ficou-se por uma mão cheia de intenções e termina sendo uma medida que pouco aquece ou arrefece o caldeirão do aquecimento global.

Pergunto-me se estes governos se dão conta do mau serviço que prestam à humanidade? Suponho que não.

O futuro do planeta depende de acções firmes que defendam o meio ambiente. Todavia, a febre da economia impera. Parece que o crescimento económico e os défices públicos são tudo o que ocupa a cabeça de quem nos conduz. Acontece que de nada servirá às gerações futuras um défice público abaixo de 3% se não tiverem ar puro que respirar, se não dispuserem de água potável para beber ou se forem bombardeadas pela radiação UV consequente à destruição da camada de ozono. Porém, a responsabilidade ambiental não se dilui apenas nos corredores de Washington ou no poder da megalópode de Pequim, onde, a propósito, o ar já é irrespirável, conforme pudemos constatar nas olimpíadas. As feridas ambientais estão por todo lado e bem à vista no nosso concelho. Quando se produzem, mas também quando se permitem, repetidas descargas poluentes no rio Almonda, presta-se um mau serviço à humanidade e ao planeta. Quando se investe num centro comercial, que é obviamente um gerador de riqueza e de emprego, e por isso mesmo um bem para a comunidade, mas se permite que, nas suas traseiras, um esgoto a céu aberto jorre continuamente para o Almonda, demonstra-se uma sensibilidade ambiental no mínimo limitada. Ao comum dos cidadãos, a nós, meros mortais, cabe-nos obviamente rejeitar estas atitudes e mostrar o nosso descontentamento por medidas que causem dano ambiental, mas sobretudo cabe-nos não criar esgotos a céu aberto. Cabe-nos reduzir, reutilizar e exigir que se recicle. O nosso futuro (bastante próximo) e o do nosso planeta dependem das escolhas ambientais que fizermos, com as quais nos deparamos no dia-a-dia, com maior frequência do que nos damos conta, seja na compra de uma batedeira ou no despejo de uma lata de sardinhas. Exige-se que nós, consumidores, tomemos finalmente consciência de que, por exemplo, se atendermos à utilização ou à isenção de pesticidas, mesmo comprar um quilo de alface é um acto de maior responsabilidade do que aparenta. É urgente que nos tornemos responsáveis e consequentes, só assim conseguiremos escapar à ”parede” da devastadora mudança climática que já nos comprime. ?

 

 

 Outras notícias - Opinião


O miúdo vai à frente »  2024-04-25  »  Hélder Dias

Família tradicional e luta do bem contra o mal - jorge carreira maia »  2024-04-24  »  Jorge Carreira Maia

A publicação do livro Identidade e Família – Entre a Consistência da Tradição e os Desafios da Modernidade, apresentado por Passos Coelho, gerou uma inusitada efervescência, o que foi uma vitória para os organizadores desta obra colectiva.
(ler mais...)


Caminho de Abril - maria augusta torcato »  2024-04-22  »  Maria Augusta Torcato

Olho para o meu caminho e fico contente. Acho mesmo que fiz o caminho de Abril. O caminho que Abril representa. No entanto, a realidade atual e os desafios diários levam-me a desejar muito que este caminho não seja esquecido, não por querer que ele se repita, mas para não nos darmos conta, quase sem tempo de manteiga nos dentes, que estamos, outra vez, lá muito atrás e há que fazer de novo o caminho com tudo o que isso implica e que hoje seria incompreensível e inaceitável.
(ler mais...)


As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia »  2024-04-10  »  Jorge Carreira Maia

Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores.
(ler mais...)


Eleições "livres"... »  2024-03-18  »  Hélder Dias

Este é o meu único mundo! - antónio mário santos »  2024-03-08  »  António Mário Santos

Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza.
(ler mais...)


Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato »  2024-03-08  »  Maria Augusta Torcato

Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente.
(ler mais...)


A crise das democracias liberais - jorge carreira maia »  2024-03-08  »  Jorge Carreira Maia

A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David.
(ler mais...)


A carne e os ossos - pedro borges ferreira »  2024-03-08  »  Pedro Ferreira

Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA.
(ler mais...)


O Flautista de Hamelin... »  2024-02-28  »  Hélder Dias
 Mais lidas - Opinião (últimos 30 dias)
»  2024-04-22  »  Maria Augusta Torcato Caminho de Abril - maria augusta torcato
»  2024-04-25  »  Hélder Dias O miúdo vai à frente
»  2024-04-24  »  Jorge Carreira Maia Família tradicional e luta do bem contra o mal - jorge carreira maia
»  2024-04-10  »  Jorge Carreira Maia As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia