• SOCIEDADE-  • CULTURA  • DESPORTO  • OPINIÃO
  Sexta, 26 Abril 2024    •      Directora: Inês Vidal; Director-adjunto: João Carlos Lopes    •      Estatuto Editorial    •      História do JT
   Pesquisar...
Seg.
 19° / 10°
Períodos nublados
Dom.
 18° / 6°
Períodos nublados com chuva fraca
Sáb.
 18° / 8°
Períodos nublados com chuva fraca
Torres Novas
Hoje  18° / 11°
Céu nublado com chuva fraca
       #Alcanena    #Entroncamento    #Golega    #Barquinha    #Constancia 

Das Mulheres

Opinião  »  2010-03-12  »  José Mota Pereira

Comemorou-se no dia 8 de Março o dia Internacional da Mulher – há cem anos que é comemorado.

Entre jantares, flores e outros convívios sobrou em convívio e algum folclore aquilo que terá faltado em análise e discussão do mundo no feminino.

Descaracterizada do contexto histórico gerador, o 8 de Março é aproveitado ironicamente para esconder a verdadeira realidade da vida das mulheres.

Percebem-se algumas coisas: Percebe-se porque é que não se explica que o 8 de Março foi o corolário da luta justa das mulheres por mais direitos cívicos mas também por mais direitos laborais.

Percebe-se que não expliquem que na origem do 8 de Março está a luta das mulheres trabalhadoras pela conquista de direitos iguais. Mais do que a movimentos libertadores da burguesia do século XIX a origem do 8 de Março está fundada nos movimentos e manifestos revolucionários que unindo homens e mulheres lutavam por uma sociedade mais justa, fraterna e humana.

Foi Clara Zetkin, destacada dirigente revolucionária alemã, militante comunista, quem defendeu e o propôs em 1910 na 2ª Conferência Internacional de Mulheres (Copenhaga). Essa a consagração marcou uma nova etapa da luta das mulheres e portanto dos homens contra a exploração capitalista, transformando uma data simbólica em projecto de mobilização de todos os trabalhadores de todo o mundo.

A justa luta da libertação das mulheres e dos seus direitos laborais é uma conquista que vai para lá do estrito género feminino – é uma conquista da humanidade, de trabalhadores homens e trabalhadores mulheres.

Muito do folclore dos dias de hoje, ligado ao 8 de Março, não é inocente. Escondera história, as origens e o envolvimento histórico da sua criação tem um objectivo mito claro e assumid ocultar a história das lutas operárias do inicio do século XX que conduziram a avanços significativos no campo dos direitos sociais. Lutas essas que tiveram o apoio e o estímulo das forças revolucionárias.

Clara Zetkin, mesmo depois de 1910 manteve o seu combate. Por uma humanidade mais justa.

Em 1932, no final da sua vida foi eleita para o parlamento alemão, já Hitler tomara conta da chancelaria. Na qualidade de deputada mais velha, Clara Zetkin quase idosa, fez uma intervenção soberba contra o nazismo, o fascismo e acusando o sistema que em crise permitiu a sua ascensão.

Sendo palavras de 1932, elas assumem na Europa de hoje uma actualidade impressionante.

Entre outros, a velha resistente alertou: ”Quanto aos trabalhadores que ainda têm um emprego, os baixos salários impedem-nos de renovar a sua força nervosa e muscular usada ao máximo pela racionalização e, com mais razão, de satisfazer a mínima necessidade cultural. A manter-se o desmantelamento das convenções colectivas e dos órgãos de conciliação, os salários de miséria vão baixar ainda mais. Um número crescente de artesãos e de pequenos industriais, de pequenos e médios camponeses, afundam-se no desespero e na ruína. O declínio económico, os cortes sombrios nas despesas culturais reduzem a nada as bases económicas da criação intelectual e cada vez mais retiram aos criadores a possibilidade de recorrer às suas forças e conhecimentos.(…) Ao mesmo tempo, este gabinete pisa o direito das massas a lutar contra a miséria. Para o governo, os que precisam de ajuda social e os que a ela têm direito são os grandes agrários endividados, os industriais falidos, os tubarões da finança, os armadores, os especuladores e os traficantes sem escrúpulos. Toda a sua política fiscal, aduaneira e comercial consiste em tirar às largas camadas do povo trabalhador para dar a pequenos grupos de favorecidos, a agravar a crise e a restringir ainda mais o consumo, as importações e exportações.”

NOTA: A Câmara Municipal prossegue com a sua política editorial de lançamento de livros de autores torrejanos. Amanhã José Ribeiro Sineiro apresenta um estudo dedicado à história da instalação eléctrica em Torres Novas. A todos aqueles que puderem estar presentes, não percam a oportunidade. Eu, com compromissos marcados há mais de dois meses, não poderei estar. Mas disponível para dar um destes dias um abraço de parabéns ao Zé Ribeiro – meu amigo de sempre. O Zé Ribeiro que com a publicação deste livro, nos prova mais uma vez que o caminho da vida é percorrido sempre em frente. Os resistentes são assim, não é?

 

 

 Outras notícias - Opinião


O miúdo vai à frente »  2024-04-25  »  Hélder Dias

Família tradicional e luta do bem contra o mal - jorge carreira maia »  2024-04-24  »  Jorge Carreira Maia

A publicação do livro Identidade e Família – Entre a Consistência da Tradição e os Desafios da Modernidade, apresentado por Passos Coelho, gerou uma inusitada efervescência, o que foi uma vitória para os organizadores desta obra colectiva.
(ler mais...)


Caminho de Abril - maria augusta torcato »  2024-04-22  »  Maria Augusta Torcato

Olho para o meu caminho e fico contente. Acho mesmo que fiz o caminho de Abril. O caminho que Abril representa. No entanto, a realidade atual e os desafios diários levam-me a desejar muito que este caminho não seja esquecido, não por querer que ele se repita, mas para não nos darmos conta, quase sem tempo de manteiga nos dentes, que estamos, outra vez, lá muito atrás e há que fazer de novo o caminho com tudo o que isso implica e que hoje seria incompreensível e inaceitável.
(ler mais...)


As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia »  2024-04-10  »  Jorge Carreira Maia

Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores.
(ler mais...)


Eleições "livres"... »  2024-03-18  »  Hélder Dias

Este é o meu único mundo! - antónio mário santos »  2024-03-08  »  António Mário Santos

Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza.
(ler mais...)


Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato »  2024-03-08  »  Maria Augusta Torcato

Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente.
(ler mais...)


A crise das democracias liberais - jorge carreira maia »  2024-03-08  »  Jorge Carreira Maia

A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David.
(ler mais...)


A carne e os ossos - pedro borges ferreira »  2024-03-08  »  Pedro Ferreira

Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA.
(ler mais...)


O Flautista de Hamelin... »  2024-02-28  »  Hélder Dias
 Mais lidas - Opinião (últimos 30 dias)
»  2024-04-22  »  Maria Augusta Torcato Caminho de Abril - maria augusta torcato
»  2024-04-24  »  Jorge Carreira Maia Família tradicional e luta do bem contra o mal - jorge carreira maia
»  2024-04-25  »  Hélder Dias O miúdo vai à frente
»  2024-04-10  »  Jorge Carreira Maia As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia