Incertos são os tempos, como os contratempos - antónio mário santos
"“E, de repente, o que parecia um paraíso à beira rio plantado, é assolado por um leque de maldições."
Acredito que o calor súbito destrambelhe o mais avisado. As mudanças bruscas de temperatura acompanhadas de ventos em assobiadelas enlouquecidas, desatinam os mais precautos, já de si com os nervos a desmalharam a teia da lucidez, após anos de grande aperto, como os da pandemia covídica. Se a alka-seltzer dos pós-almoços ajuda a modorrar a cerviz da flatulência, parece que em qualquer salão de feitiçaria não identificado foi lançado sobre os gestores autárquicos do concelho torrejano do PS um anátema que, a cada deliberação, sai estocada.
Rotinizados por décadas de maioria absoluta, apoiados num governo nacional da mesma emblemática e com as sabatinas características da mentalização de salvaguarda, assumiram o poder que lhes foi conferido pelo voto, quais tábuas da lei mosaica entregues como missão divina. Mas, quais Moisés descidos do Sinai e alapardados de espírito pelo contacto da sarça ardente, ante o tempo de autismo a que se entregaram no pôr em prática a seu modo as tábuas da lei, depararam-se com a desesperança crescente dos seus seguidores, que começavam a ver toldada a garantia da estabilidade prometida.
Sem chapéu de sol que os cobrisse, as meninges aqueciam destemperadas e os desacertos começaram a criar-lhes acidentes, quer nos actos, quer nos ditos, ante as dúvidas que a autogestão empírica começara a avolumar nas diversas escritas das gentes do concelho.
E, de repente, o que parecia um paraíso à beira rio plantado, com plano estratégico para pesca em água pública na nascente por fábrica aprisionada, é assolado por um leque de maldições, que faz encolher o título mirantista do seu melhor político do ano, ante a intromissão repentina da judiciária no sector do urbanismo e na condenação em tribunal por incumprimento de deliberação da justiça, com publicidade fotográfica na imprensa regional.
Já não bastava o desamor partidário concelhio que o tema corrupção originara nos seus militantes, a ponto de votarem em Assembleia Municipal uma proposta do Bloco de Esquerda sobre a necessidade duma auditoria externa ao sector de urbanismo camarário. Também as questões surgidas interpares oposicionistas da vereação descalcificaram harmonias da herança do passado. E, de repente, juntaram-se quase em bloco, as tempestades: o rio Almonda, a destruição das chaminés da António Alves, a posse efectiva (de quem) dos terrenos e edifícios implantados nos terrenos contratualizados em certas condições com o Nersant e os possíveis (?) projectos em congeminação para a Cancela do Leão, cuja estrada se vai, de antemão, regularizar. No Jardim das Rosas, o alargamento das piscinas em terrenos de defeso do próprio rio. Pelo concelho, um sem número de projectos à espera, ou da tampa comunitária, ou da alpista do orçamento. Pelos resultados da gestão do último ano, talvez umas preces à bem nossa Senhora de Fátima alterem o ritmo das obras aprovadas.
E vem agora mais uma pedrada no charco desta primavera a torcer os miolos e a avisar que a água e o ambiente são um bem precioso demais para ser gastos em devaneios turísticos, como um aeroporto em Santarém, com influência desastrosa na zona do Paul do Boquilobo.
O que é certo é que originou mais um desmentido do discurso presidencial na Assembleia Municipal de Torres Novas, feito por uma conjunto de associações ambientais, diminuindo a já de si frágil percentagem de confiança que a actual vereação socialista, seja pelo clima, seja por incapacidade própria, vai desbaratando.
Incertos são os tempos, como os contratempos - antónio mário santos
“E, de repente, o que parecia um paraíso à beira rio plantado, é assolado por um leque de maldições.
Acredito que o calor súbito destrambelhe o mais avisado. As mudanças bruscas de temperatura acompanhadas de ventos em assobiadelas enlouquecidas, desatinam os mais precautos, já de si com os nervos a desmalharam a teia da lucidez, após anos de grande aperto, como os da pandemia covídica. Se a alka-seltzer dos pós-almoços ajuda a modorrar a cerviz da flatulência, parece que em qualquer salão de feitiçaria não identificado foi lançado sobre os gestores autárquicos do concelho torrejano do PS um anátema que, a cada deliberação, sai estocada.
Rotinizados por décadas de maioria absoluta, apoiados num governo nacional da mesma emblemática e com as sabatinas características da mentalização de salvaguarda, assumiram o poder que lhes foi conferido pelo voto, quais tábuas da lei mosaica entregues como missão divina. Mas, quais Moisés descidos do Sinai e alapardados de espírito pelo contacto da sarça ardente, ante o tempo de autismo a que se entregaram no pôr em prática a seu modo as tábuas da lei, depararam-se com a desesperança crescente dos seus seguidores, que começavam a ver toldada a garantia da estabilidade prometida.
Sem chapéu de sol que os cobrisse, as meninges aqueciam destemperadas e os desacertos começaram a criar-lhes acidentes, quer nos actos, quer nos ditos, ante as dúvidas que a autogestão empírica começara a avolumar nas diversas escritas das gentes do concelho.
E, de repente, o que parecia um paraíso à beira rio plantado, com plano estratégico para pesca em água pública na nascente por fábrica aprisionada, é assolado por um leque de maldições, que faz encolher o título mirantista do seu melhor político do ano, ante a intromissão repentina da judiciária no sector do urbanismo e na condenação em tribunal por incumprimento de deliberação da justiça, com publicidade fotográfica na imprensa regional.
Já não bastava o desamor partidário concelhio que o tema corrupção originara nos seus militantes, a ponto de votarem em Assembleia Municipal uma proposta do Bloco de Esquerda sobre a necessidade duma auditoria externa ao sector de urbanismo camarário. Também as questões surgidas interpares oposicionistas da vereação descalcificaram harmonias da herança do passado. E, de repente, juntaram-se quase em bloco, as tempestades: o rio Almonda, a destruição das chaminés da António Alves, a posse efectiva (de quem) dos terrenos e edifícios implantados nos terrenos contratualizados em certas condições com o Nersant e os possíveis (?) projectos em congeminação para a Cancela do Leão, cuja estrada se vai, de antemão, regularizar. No Jardim das Rosas, o alargamento das piscinas em terrenos de defeso do próprio rio. Pelo concelho, um sem número de projectos à espera, ou da tampa comunitária, ou da alpista do orçamento. Pelos resultados da gestão do último ano, talvez umas preces à bem nossa Senhora de Fátima alterem o ritmo das obras aprovadas.
E vem agora mais uma pedrada no charco desta primavera a torcer os miolos e a avisar que a água e o ambiente são um bem precioso demais para ser gastos em devaneios turísticos, como um aeroporto em Santarém, com influência desastrosa na zona do Paul do Boquilobo.
O que é certo é que originou mais um desmentido do discurso presidencial na Assembleia Municipal de Torres Novas, feito por uma conjunto de associações ambientais, diminuindo a já de si frágil percentagem de confiança que a actual vereação socialista, seja pelo clima, seja por incapacidade própria, vai desbaratando.
![]() O Jornal Torrejano entra nesta edição no seu trigésimo ano de publicações ininterruptas. Facto que é notável nos tempos que correm, com a felicidade de esta data e deste feito entrar pelo ano 2024, em que se comemoram os 50 anos da revolução de abril. |
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Em 1994 Yasser Arafat, Shimon Peres e Yitzhac Rabin recebiam o Prémio Nobel da Paz, o mundo despedia-se de Airton Senna, Tom Jobin e Kurt Cobain, Nelson Mandela assumia a presidência de África do Sul, sendo o primeiro presidente negro daquele país, Berlusconi vencia as legislativas italianas, nascia Harry Styles. |
![]() O João Carlos Lopes tem toda a razão quando nos lembra a publicação ininterrupta do “Jornal Torrejano” a entrar nos 30 anos: é preciso assinalar, registar, comemorar e festejar este facto, quase 30 anos, caramba! Todos sabemos das dificuldades em manter jornais, sejam nacionais ou locais. |
![]() Em Setembro de 1994, com capa de João Carlos Lopes, era publicado o meu estudo Torres Novas nos Finais do Séc. XIX – Subsídios Históricos, onde se inseria um estudo sobre a Imprensa Regional no Concelho de Torres Novas (1853-1926), incluindo as fotografias da primeira página da imprensa aí publicada, desde 1853 a 1978. |
![]() …Eis-nos em mais uma manhã na vida de New Towers. O verão chega ao fim e traz temperaturas mais frescas. A frescura destes 43 graus matinais, tão comuns em final de setembro, são o anúncio da chegada da estação das chuvas. |
![]() O caso de um seleccionador de futebol que beija na boca uma jogadora. O caso de uma jornalista de televisão que é apalpada durante um directo. O caso de um Presidente da República que comenta a indumentária pouco resistente ao frio de uma mulher. |
![]() Há-de haver muito turista com dificuldade em perceber que certas cidades europeias, castelos, palácios, catedrais, aldeias históricas ou vistas panorâmicas, não foram projectadas por Júlios Vernes da arquitectura para serem parques de diversão do século XXI para os turistas fazerem selfies para o Instagram. |
![]() Como Garrett, resolvo viajar pela minha terra, não para subir o Tejo, mas para descer o viaduto rumo à avenida, o que só por si já é uma viagem que mistura três épocas distintas: a viril Idade Média, a ruralidade do século XIX e o urbanismo do século XX. |
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O Livro da Selva II |
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