RIO NOSSO, NASCENTE NOSSA - josé júlio antunes
Opinião » 2022-05-26
Nesta cidade de Torres Novas, denominada de Turrus aquando da sua conquista aos mouros em 1143, corre, desde tempos imemoriais, o nosso Rio Almonda, o que permitiu a fixação de gente numa economia de moinhos e agricultura.
Há longos anos que visito a sua nascente. Sem qualquer entrave. Mas também para o exercício de pesca desportiva e, igualmente, para lançar milhares de pequenos peixes, produto das capturas que eram efetuadas na Ribeira do Alvorão quando esta secava e deixava alguns troços repletos de vida que era preciso salvar. Peixes da nossa fauna piscícola nomeadamente bogas, escalos e barbos.
Podemos também dizer que o Rio Almonda, topónimo de origem árabe, era a nossa piscina de banhos, junto dos açudes dos diversos moínhos. Durante muitos anos, também era impossível tomar banho devido às descargas das diversas fábricas rio acima e da falta de saneamento básico. Uma dessa fábricas, a Renova, começava logo, próximo da nascente, a lançar toneladas de águas poluídas e resíduos do fabrico do papel que assentavam no fundo do rio, ou formava autênticas ilhas de resíduos que só as cheias empurravam para o Tejo. Acontece que, nos tempos de hoje, as águas vão melhorando, produto do saneamento básico, da instalação de dispositivos anti-poluição à saída das unidades fabris ou ao encerramento de algumas delas. Mas, ainda há muito para fazer!
Dizem-nos que a empresa Renova pretende limitar o acesso à nascente do Rio Almonda, tendo colocado um portão e cadeado. Parece que, agora, um direito centenário de acesso a águas públicas estará a ser vedado a todos nós. Tal como vedaram durante muitos anos o acesso a tomar banho nas águas do Almonda. Esse direito não pode ser vedado nem por um particular nem por autoridades públicas. A Câmara Municipal, cujo papel se deve limitar a impor a legalidade e ser firme numa eventual negociação para reposição do direito de livre acesso à nascente do rio e até para a recolha de águas por particulares ou por bombeiros. E, para grandes males, grandes remédios!
Parece que a fábrica velha da Renova estará em processo de encerramento no todo ou em parte. Torres Novas também precisa, tal como nos Olhos de Água de Alcanena, de uma praia fluvial junto da nascente do rio. Ora, esta empresa que tantos danos causou ao ambiente durante anos a fio, teria a oportunidade única de se reconciliar com a comunidade torrejana colocando à disposição da população de certas zonas a demolir da velha fábrica, nomeadamente o edifício do célebre túnel sobre o rio e outras instalações próximas, deixando espaço para um museu do papel no corpo principal da unidade fabril e o resto para o nosso lazer.
É dentro deste quadro de negociação que uma autarquia como a Câmara Municipal de Torres Novas se deve mover para valorizar o nosso património e que contente toda a gente!
RIO NOSSO, NASCENTE NOSSA - josé júlio antunes
Opinião » 2022-05-26Nesta cidade de Torres Novas, denominada de Turrus aquando da sua conquista aos mouros em 1143, corre, desde tempos imemoriais, o nosso Rio Almonda, o que permitiu a fixação de gente numa economia de moinhos e agricultura.
Há longos anos que visito a sua nascente. Sem qualquer entrave. Mas também para o exercício de pesca desportiva e, igualmente, para lançar milhares de pequenos peixes, produto das capturas que eram efetuadas na Ribeira do Alvorão quando esta secava e deixava alguns troços repletos de vida que era preciso salvar. Peixes da nossa fauna piscícola nomeadamente bogas, escalos e barbos.
Podemos também dizer que o Rio Almonda, topónimo de origem árabe, era a nossa piscina de banhos, junto dos açudes dos diversos moínhos. Durante muitos anos, também era impossível tomar banho devido às descargas das diversas fábricas rio acima e da falta de saneamento básico. Uma dessa fábricas, a Renova, começava logo, próximo da nascente, a lançar toneladas de águas poluídas e resíduos do fabrico do papel que assentavam no fundo do rio, ou formava autênticas ilhas de resíduos que só as cheias empurravam para o Tejo. Acontece que, nos tempos de hoje, as águas vão melhorando, produto do saneamento básico, da instalação de dispositivos anti-poluição à saída das unidades fabris ou ao encerramento de algumas delas. Mas, ainda há muito para fazer!
Dizem-nos que a empresa Renova pretende limitar o acesso à nascente do Rio Almonda, tendo colocado um portão e cadeado. Parece que, agora, um direito centenário de acesso a águas públicas estará a ser vedado a todos nós. Tal como vedaram durante muitos anos o acesso a tomar banho nas águas do Almonda. Esse direito não pode ser vedado nem por um particular nem por autoridades públicas. A Câmara Municipal, cujo papel se deve limitar a impor a legalidade e ser firme numa eventual negociação para reposição do direito de livre acesso à nascente do rio e até para a recolha de águas por particulares ou por bombeiros. E, para grandes males, grandes remédios!
Parece que a fábrica velha da Renova estará em processo de encerramento no todo ou em parte. Torres Novas também precisa, tal como nos Olhos de Água de Alcanena, de uma praia fluvial junto da nascente do rio. Ora, esta empresa que tantos danos causou ao ambiente durante anos a fio, teria a oportunidade única de se reconciliar com a comunidade torrejana colocando à disposição da população de certas zonas a demolir da velha fábrica, nomeadamente o edifício do célebre túnel sobre o rio e outras instalações próximas, deixando espaço para um museu do papel no corpo principal da unidade fabril e o resto para o nosso lazer.
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