NÃO LHES CUSTA A GANHAR - jorge cordeiro simões
Pouco faltaria para as 3 da manhã quando duas noites atrás me quedei junto do busto de D. Afonso, para mais uma breve conversa com ele e com a estouvada da tarambola. De imediato ouvi El-Rei dizer que dado que tínhamos falado no aeroporto, por tanta coisa se ouvir sobre o assunto, queria saber por mim o que se passara com a gestão da TAP e com uma tal comissão de inquérito à sua gestão. Mas logo de seguida ouvi a tarambola dizer que queria que eu lhe dissesse também, porque razão tanta gente querer que fosse demitido um ministro giro que usa brinco numa orelha, adiantando que devia ser embirração por causa do brinco. Comecei por dizer á Tarambola que a maioria das pessoas e até o presidente Marcelo já nem levam a sério o rapazinho do brinco, entendendo que não está à altura do cargo e que já devia ter sido corrido. A tarambola em tom triste disse que estava mal, pois tanto quanto já ouvira dizer, o senhor é novo e um bom figurante.
Voltei-me depois para D. Afonso para, sobre a comissão de inquérito da TAP dizer que com ela, o cidadão comum pode concluir que parece que o Estado não pode ter gestores competentes ao seu serviço, porque os mesmos ministros que muito os elogiam em tão raras situações, decidem de imediato a sua demissão. E mais estranho ainda, por eles serem bons autorizam que à socapa lhes sejam pagas chorudas indemnizações. Mas depois quando as maroscas são descobertas, com receio da opinião pública, dizem que nada sabiam e tratam de exigir a restituição de parte do dinheiro que lhes tinha sido dado. E a aparente loucura não fica por aqui. Ao assumirem publicamente que as pessoas que demitem são bons profissionais e que fizeram bom trabalho, põem-se completamente a jeito para que os demitidos consigam através do tribunal que nós os contribuintes, lhes venhamos a pagar compensações de milhões pelas maldades que os governantes lhes fizeram, não cumprindo os contratos e prejudicando ou arruinando as suas reputações.
Afonso em tom zangado exclamou que essas coisas acontecem porque “o dinheiro que é do povo não lhes custa a ganhar”. Concluiu dizendo que o desbaratar e roubar recursos públicos não é de agora e foi coisa frequente na história do país.
A tarambola “metendo a sua colherada” na conversa, perguntou-me o que é que no final tinha resultado da tal Comissão de Inquérito, ao que expliquei que foram muitas sessões solenes de perguntas a figurões do Estado e seus ajudantes, que dum modo geral foram dizendo nada saber, de nada se lembrarem, de nada terem sido informados e em nada terem responsabilidades. Por isso, parece legítimo que o cidadão comum se questione, sobre as razões que levam a que este tipo de personagens tendo ou não brinco na orelha e que assim reconhecem publicamente as suas limitações, impreparação, incapacidade ou incompetência, se mantenham em cargos governativos ou nas suas proximidades.
Enquanto D. Afonso se ria de escárnio com o que eu dissera, a Tarambola perguntou se tinha sido assim só isso, tendo eu informado que não e que para completar esta loucura, tinha havido cenas de pancadaria num ministério, com gente atemorizada fechada numa casa de banho, tentativa de sequestro, intervenção da policia e um agente dos Serviços Secretos a fazer serviço de moço de recados, para ir buscar um computador cujo detentor o queria entregar. Ou seja, foram uma sucessão de situações anedóticas que muito enfado e descrença causam junto do povo mais informado, mostrando a ligeireza e falta de responsabilidade com que é levada a cabo a governação do país.
E como já era tarde, despedi-me prometendo voltar outra noite e fui-me afastando do local.
NÃO LHES CUSTA A GANHAR - jorge cordeiro simões
Pouco faltaria para as 3 da manhã quando duas noites atrás me quedei junto do busto de D. Afonso, para mais uma breve conversa com ele e com a estouvada da tarambola. De imediato ouvi El-Rei dizer que dado que tínhamos falado no aeroporto, por tanta coisa se ouvir sobre o assunto, queria saber por mim o que se passara com a gestão da TAP e com uma tal comissão de inquérito à sua gestão. Mas logo de seguida ouvi a tarambola dizer que queria que eu lhe dissesse também, porque razão tanta gente querer que fosse demitido um ministro giro que usa brinco numa orelha, adiantando que devia ser embirração por causa do brinco. Comecei por dizer á Tarambola que a maioria das pessoas e até o presidente Marcelo já nem levam a sério o rapazinho do brinco, entendendo que não está à altura do cargo e que já devia ter sido corrido. A tarambola em tom triste disse que estava mal, pois tanto quanto já ouvira dizer, o senhor é novo e um bom figurante.
Voltei-me depois para D. Afonso para, sobre a comissão de inquérito da TAP dizer que com ela, o cidadão comum pode concluir que parece que o Estado não pode ter gestores competentes ao seu serviço, porque os mesmos ministros que muito os elogiam em tão raras situações, decidem de imediato a sua demissão. E mais estranho ainda, por eles serem bons autorizam que à socapa lhes sejam pagas chorudas indemnizações. Mas depois quando as maroscas são descobertas, com receio da opinião pública, dizem que nada sabiam e tratam de exigir a restituição de parte do dinheiro que lhes tinha sido dado. E a aparente loucura não fica por aqui. Ao assumirem publicamente que as pessoas que demitem são bons profissionais e que fizeram bom trabalho, põem-se completamente a jeito para que os demitidos consigam através do tribunal que nós os contribuintes, lhes venhamos a pagar compensações de milhões pelas maldades que os governantes lhes fizeram, não cumprindo os contratos e prejudicando ou arruinando as suas reputações.
Afonso em tom zangado exclamou que essas coisas acontecem porque “o dinheiro que é do povo não lhes custa a ganhar”. Concluiu dizendo que o desbaratar e roubar recursos públicos não é de agora e foi coisa frequente na história do país.
A tarambola “metendo a sua colherada” na conversa, perguntou-me o que é que no final tinha resultado da tal Comissão de Inquérito, ao que expliquei que foram muitas sessões solenes de perguntas a figurões do Estado e seus ajudantes, que dum modo geral foram dizendo nada saber, de nada se lembrarem, de nada terem sido informados e em nada terem responsabilidades. Por isso, parece legítimo que o cidadão comum se questione, sobre as razões que levam a que este tipo de personagens tendo ou não brinco na orelha e que assim reconhecem publicamente as suas limitações, impreparação, incapacidade ou incompetência, se mantenham em cargos governativos ou nas suas proximidades.
Enquanto D. Afonso se ria de escárnio com o que eu dissera, a Tarambola perguntou se tinha sido assim só isso, tendo eu informado que não e que para completar esta loucura, tinha havido cenas de pancadaria num ministério, com gente atemorizada fechada numa casa de banho, tentativa de sequestro, intervenção da policia e um agente dos Serviços Secretos a fazer serviço de moço de recados, para ir buscar um computador cujo detentor o queria entregar. Ou seja, foram uma sucessão de situações anedóticas que muito enfado e descrença causam junto do povo mais informado, mostrando a ligeireza e falta de responsabilidade com que é levada a cabo a governação do país.
E como já era tarde, despedi-me prometendo voltar outra noite e fui-me afastando do local.
![]() Imagino que as últimas eleições terão sido oportunidade para belos e significativos encontros. Não é difícil pensar, sem ficar fora da verdade, que, em muitas empresas, patrões e empregados terão ambos votado no Chega. |
![]() "Hire a clown, get a circus" * Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades. |
![]() A eleição de um novo Papa é um acontecimento sempre marcante, apesar de se viver, na Europa, em sociedades cada vez mais estranhas ao cristianismo. Uma das grandes preocupações, antes, durante e após a eleição de Leão XIV, era se o sucessor de Francisco seria conservador ou progressista. |
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![]() Agora que nos estamos a aproximar, no calendário católico, da Páscoa, talvez valha a pena meditar nos versículos 36, 37 e 38, do Capítulo 18, do Evangelho de João. Depois de entregue a Pôncio Pilatos, Jesus respondeu à pergunta deste: Que fizeste? Dito de outro modo: de que és culpado? Ora, a resposta de Jesus é surpreendente: «O meu reino não é deste mundo. |