A medicina na idade antiga e as plantas medicinais
Opinião » 2018-06-06 » Juvenal Silva"Nas civilizações antigas, conhecer as plantas e as suas virtudes terapêuticas era fundamental para as terapias médicas"
A medicina sempre foi considerada uma arte sagrada e era ensinada nos templos. O diagnóstico da doença estava associado ao pecado, e o paciente era isolado para evitar a contaminação a outras pessoas, tanto físicas como espirituais e psicológicas.
O fígado era considerado o centro da vida. O sistema médico era muito mágico e religioso em que as estrelas e os deuses eram a razão da cura, ou seja, a explicação da doença tinha uma origem sobrenatural. Para os indianos, a medicina significava a ciência da vida e a civilização hebraica utilizava o sacerdote como responsável pela implementação das regras de higiene.
Esta época histórica coincide com o surgimento das primeiras civilizações 4000 anos antes de Cristo. A exploração dos remédios naturais com plantas medicinais desenvolveu-se na descoberta de substâncias adequadas para aliviar doenças e tecidos entorpecidos, em que o médico utiliza o conhecimento para a recuperação da saúde e eliminação da doença e dá importância primordial à nutrição vinda da natureza (comida orgânica) e viver em harmonia com o Sol, a Lua e o Universo, ou seja, uma vida natural, um estilo de vida limpo e consciente, uma forma de se respeitar e cuidar de si mesmo.
Nas civilizações antigas, conhecer as plantas e as suas virtudes terapêuticas era fundamental para as terapias médicas e para os médicos que não tinham outros recursos para o tratamento das doenças. Havia as oficinas para o processamento das plantas (officinali), autênticos laboratórios onde preparavam óleos, pomadas e chás para todo o tipo de enfermidades. Eram chamados de herboristas, hoje conhecidos como ervanários. Não era fácil a colheita das múltiplas variedades de plantas, por estarem disseminadas em lugares mais longínquos e até inacessíveis. No século I depois de Cristo, começaram a ser plantados jardins medicinais onde se plantavam plantas medicinais utilizadas pela medicina humoral hipocrática, que foi muito aperfeiçoada e desenvolvida em Roma pelo histórico e famoso médico Dr. Galeno. Este foi o grande impulsionador e o primeiro médico a considerar a dietética como parte indispensável na terapêutica da alimentação através do uso das frutas, verduras, plantas medicinais, dando uma visão científica muito evidente e inequívoca.
Na idade média, os árabes deram o grande impulso tanto à alquimia como à química, com a invenção do alambique, o que permitiu a descoberta do álcool. Esta nova substância, derivada da destilação de ervas e plantas medicinais, teve repercussões no desenvolvimento farmacêutico de corantes e destilados.
Os árabes eram muito estudiosos e muito entusiasmados pelo conhecimento científico, de tal forma que foram os primeiros a organizar uma farmacopeia com descrições de receitas e as respectivas dosagens, a forma como tomar (posologia), aplicar, para além das composições químicas.
Entre os séculos XI e XIII, foram elaborados os primeiros textos farmacêuticos, nos quais as teorias grega, romana e árabe se fundiram e resumiram a definição das operações fundamentais para cada procedimento, ou seja: loção, decocção, infusão e trituração. Nesta época, as especiarias e as plantas medicinais tiveram uma grande expansão e a Escola de Salerno chamou a si a grande responsabilidade para a criação da especialidade “expert” na selecção das plantas em que abundam as várias indicações terapêuticas e provando cientificamente a sua eficácia, conhecimentos adoptados por todas as indústrias farmacêuticas até aos nossos tempos.
No ano 1700, o médico naturalista sueco Carl von Linée operou a primeira classificação dos seres vivos, particularmente com a nomenclatura binominal, em que identificou as espécies de plantas vivas, dividindo-as de acordo com classes, ordens e géneros, trazendo o estudo das plantas para o posto de disciplina científica em todos os aspectos. Com a síntese dos ingredientes activos das plantas medicinais na terapia médica natural, destaca-se a fitoterapia utilizada pelo homem em todas as épocas da sua história.
A medicina na idade antiga e as plantas medicinais
Opinião » 2018-06-06 » Juvenal SilvaNas civilizações antigas, conhecer as plantas e as suas virtudes terapêuticas era fundamental para as terapias médicas
A medicina sempre foi considerada uma arte sagrada e era ensinada nos templos. O diagnóstico da doença estava associado ao pecado, e o paciente era isolado para evitar a contaminação a outras pessoas, tanto físicas como espirituais e psicológicas.
O fígado era considerado o centro da vida. O sistema médico era muito mágico e religioso em que as estrelas e os deuses eram a razão da cura, ou seja, a explicação da doença tinha uma origem sobrenatural. Para os indianos, a medicina significava a ciência da vida e a civilização hebraica utilizava o sacerdote como responsável pela implementação das regras de higiene.
Esta época histórica coincide com o surgimento das primeiras civilizações 4000 anos antes de Cristo. A exploração dos remédios naturais com plantas medicinais desenvolveu-se na descoberta de substâncias adequadas para aliviar doenças e tecidos entorpecidos, em que o médico utiliza o conhecimento para a recuperação da saúde e eliminação da doença e dá importância primordial à nutrição vinda da natureza (comida orgânica) e viver em harmonia com o Sol, a Lua e o Universo, ou seja, uma vida natural, um estilo de vida limpo e consciente, uma forma de se respeitar e cuidar de si mesmo.
Nas civilizações antigas, conhecer as plantas e as suas virtudes terapêuticas era fundamental para as terapias médicas e para os médicos que não tinham outros recursos para o tratamento das doenças. Havia as oficinas para o processamento das plantas (officinali), autênticos laboratórios onde preparavam óleos, pomadas e chás para todo o tipo de enfermidades. Eram chamados de herboristas, hoje conhecidos como ervanários. Não era fácil a colheita das múltiplas variedades de plantas, por estarem disseminadas em lugares mais longínquos e até inacessíveis. No século I depois de Cristo, começaram a ser plantados jardins medicinais onde se plantavam plantas medicinais utilizadas pela medicina humoral hipocrática, que foi muito aperfeiçoada e desenvolvida em Roma pelo histórico e famoso médico Dr. Galeno. Este foi o grande impulsionador e o primeiro médico a considerar a dietética como parte indispensável na terapêutica da alimentação através do uso das frutas, verduras, plantas medicinais, dando uma visão científica muito evidente e inequívoca.
Na idade média, os árabes deram o grande impulso tanto à alquimia como à química, com a invenção do alambique, o que permitiu a descoberta do álcool. Esta nova substância, derivada da destilação de ervas e plantas medicinais, teve repercussões no desenvolvimento farmacêutico de corantes e destilados.
Os árabes eram muito estudiosos e muito entusiasmados pelo conhecimento científico, de tal forma que foram os primeiros a organizar uma farmacopeia com descrições de receitas e as respectivas dosagens, a forma como tomar (posologia), aplicar, para além das composições químicas.
Entre os séculos XI e XIII, foram elaborados os primeiros textos farmacêuticos, nos quais as teorias grega, romana e árabe se fundiram e resumiram a definição das operações fundamentais para cada procedimento, ou seja: loção, decocção, infusão e trituração. Nesta época, as especiarias e as plantas medicinais tiveram uma grande expansão e a Escola de Salerno chamou a si a grande responsabilidade para a criação da especialidade “expert” na selecção das plantas em que abundam as várias indicações terapêuticas e provando cientificamente a sua eficácia, conhecimentos adoptados por todas as indústrias farmacêuticas até aos nossos tempos.
No ano 1700, o médico naturalista sueco Carl von Linée operou a primeira classificação dos seres vivos, particularmente com a nomenclatura binominal, em que identificou as espécies de plantas vivas, dividindo-as de acordo com classes, ordens e géneros, trazendo o estudo das plantas para o posto de disciplina científica em todos os aspectos. Com a síntese dos ingredientes activos das plantas medicinais na terapia médica natural, destaca-se a fitoterapia utilizada pelo homem em todas as épocas da sua história.
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