Um perigo iminente
Opinião » 2014-08-29 » Jorge Carreira Maia
O que descobri nesses já longínquos anos oitenta? Para além das divisões estruturais, havia em comum um desprezo pelos nossos valores e um ódio ao Ocidente. Descobri um núcleo irredutível aos valores éticos da modernidade, núcleo partilhado tanto por moderados como por radicais. Depois, descobri o carácter expansionista do Islão bem como a pretensão de reaver os antigos territórios que tinham conquistado e de onde foram, posteriormente, expulsos. Refiro-me à Península Ibérica. Nesse momento percebi que Portugal estava muito mais exposto a estes devaneios do que se poderia imaginar. Se, por vezes falava disso, olhavam para mim como se eu fosse um lunático. Uma outra descoberta aumentou a minha preocupação. O mundo muçulmano tinha uma inesgotável fonte de gente para a guerra, pessoas disponíveis para morrer por uma causa. Gente que não sabe e não saberá nunca fazer outra coisa.
Tudo isto era muito pouco visível nesses anos oitenta e continuou oculto, no Ocidente, após a queda do muro de Berlim e o fim do comunismo. As brechas abertas pelo desmoronar do antigo bloco de Leste permitiram a libertação dos instintos guerreiros e das pretensões ao domínio global presentes no Islão. Cada intervenção do Ocidente foi uma preciosa ajuda ao espírito da jihad. O ataque às torres gémeas despertou o mundo para um problema que ameaça tornar-se um pesadelo para o Ocidente, nomeadamente para os Europeus. O que se está a passar no Iraque e na Síria, as pretensões dos jihadistas – onde se inclui, claro, a Península Ibérica –, o dinheiro inesgotável a que têm acesso, a infinita mão-de-obra militar disponível, bem como os focos de conflito militar que alimentam e as tensões que o Islão coloca nos países europeus talvez respondam a uma estranha pergunta: quem serão os bárbaros que, como aconteceu com o império romano, tomarão conta de um Ocidente em farrapos.
www.kyrieeleison-jcm.blogspot.com
Um perigo iminente
Opinião » 2014-08-29 » Jorge Carreira MaiaO que descobri nesses já longínquos anos oitenta? Para além das divisões estruturais, havia em comum um desprezo pelos nossos valores e um ódio ao Ocidente. Descobri um núcleo irredutível aos valores éticos da modernidade, núcleo partilhado tanto por moderados como por radicais. Depois, descobri o carácter expansionista do Islão bem como a pretensão de reaver os antigos territórios que tinham conquistado e de onde foram, posteriormente, expulsos. Refiro-me à Península Ibérica. Nesse momento percebi que Portugal estava muito mais exposto a estes devaneios do que se poderia imaginar. Se, por vezes falava disso, olhavam para mim como se eu fosse um lunático. Uma outra descoberta aumentou a minha preocupação. O mundo muçulmano tinha uma inesgotável fonte de gente para a guerra, pessoas disponíveis para morrer por uma causa. Gente que não sabe e não saberá nunca fazer outra coisa.
Tudo isto era muito pouco visível nesses anos oitenta e continuou oculto, no Ocidente, após a queda do muro de Berlim e o fim do comunismo. As brechas abertas pelo desmoronar do antigo bloco de Leste permitiram a libertação dos instintos guerreiros e das pretensões ao domínio global presentes no Islão. Cada intervenção do Ocidente foi uma preciosa ajuda ao espírito da jihad. O ataque às torres gémeas despertou o mundo para um problema que ameaça tornar-se um pesadelo para o Ocidente, nomeadamente para os Europeus. O que se está a passar no Iraque e na Síria, as pretensões dos jihadistas – onde se inclui, claro, a Península Ibérica –, o dinheiro inesgotável a que têm acesso, a infinita mão-de-obra militar disponível, bem como os focos de conflito militar que alimentam e as tensões que o Islão coloca nos países europeus talvez respondam a uma estranha pergunta: quem serão os bárbaros que, como aconteceu com o império romano, tomarão conta de um Ocidente em farrapos.
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O miúdo vai à frente » 2024-04-25 » Hélder Dias |
Família tradicional e luta do bem contra o mal - jorge carreira maia » 2024-04-24 » Jorge Carreira Maia A publicação do livro Identidade e Família – Entre a Consistência da Tradição e os Desafios da Modernidade, apresentado por Passos Coelho, gerou uma inusitada efervescência, o que foi uma vitória para os organizadores desta obra colectiva. |
Caminho de Abril - maria augusta torcato » 2024-04-22 » Maria Augusta Torcato Olho para o meu caminho e fico contente. Acho mesmo que fiz o caminho de Abril. O caminho que Abril representa. No entanto, a realidade atual e os desafios diários levam-me a desejar muito que este caminho não seja esquecido, não por querer que ele se repita, mas para não nos darmos conta, quase sem tempo de manteiga nos dentes, que estamos, outra vez, lá muito atrás e há que fazer de novo o caminho com tudo o que isso implica e que hoje seria incompreensível e inaceitável. |
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia » 2024-04-10 » Jorge Carreira Maia Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores. |
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
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