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Água de beber…

Opinião  »  2014-04-04  »  Jorge Cordeiro Simões

Um agricultor tem um grande pomar com alguns milhares de árvores e com alguma urgência, necessita de substituir e modernizar o seu sistema de irrigação, de modo a garantir que suas árvores não passem sede. Admitamos que não dispõe do capital para investir num sistema moderno e adequado como se imporia. A seu lado vive um vizinho endinheirado que lhe propõe fazer ele o investimento, montando lá um sistema XPTO, distribuindo a água pelas árvores e cobrando-lhe pela mesma um preço que garanta qualquer coisa parecido com um rendimento de 14,32 % sobre o que investiu. Mesmo que o agricultor em causa tivesse só a 4ª classe, estou em crer que ele mandaria logo o capitalista ”dar uma volta ao bilhar grande” e iria encontrar qualquer outro modo de se desenrascar, porque em primeiro lugar ele tem respeito, se não mesmo amor ás suas árvores e não confiaria a gananciosos os meios para lhes matar a sede. E também porque a ele o dinheiro custa muito a ganhar e pese embora a grande quantidade de burlões engravatados – os mais perigosos – que por aí andam, mesmo que tivesse só a 4ª classe, não se ”deixaria levar” em negócio tão ruinoso.

Li no ”Correio da Manhã” de 3/3 p.p. que 27 municípios portugueses concederam já a distribuição da água a privados. Um terço deles deu-a a espanhóis e à China, num negócio que para os primeiros rende em média uma taxa de 14,32 % e aos chineses uma rentabilidade não revelada. Estas últimas terão sid Mafra (PSD), Ourém (PS), Paredes (PSD), Valongo (PS), Campo Maior (PS), Elvas (PS), Fundão (PSD) e Cartaxo (PS).

Sendo certo que, no futuro cada vez mais próximo, o negócio da água será mais rentável que o do petróleo, pode causar admiração ver câmaras a abrir mão de uma importante fonte de rendimento, deixando os seus os munícipes à mercê da maior ou menor ganância alheia. Admito eu que lhes bastem as taxas e impostos cobrados aos contribuintes para fazer o que lhes interessa: convencer o eleitorado a votar neles.

Com isso, os autarcas passam a ter uma vida mais tranquila, pois é para eles menos uma fonte de problemas que podem (mal) entender já não ser seus. A partir daí, para qualquer problema com o abastecimento ou transtorno causado aos munícipes, podem responder que os problemas das águas (e dos esgotos) já não dizem respeito à Câmara, o que é um absurdo. Não será o prover as necessidades básicas da população a principal razão de ser das autarquias?

Pesem embora as garantias argumentadas pelos nossos autarcas, a adesão do município de Torres Novas à ”Águas do Ribatejo” causa-me alguma inquietação e não apenas pelo mau negócio que penso ter sido para a câmara e principalmente para os munícipes que passaram a pagar a água muito mais cara.

É que na mesma ”lógica” dos que defendem ter sido um ”bom negócio”, pode no futuro chegar o dia em que um ”óptimo negócio” venha a seduzir quem então mande. Os actuais decisores podem já nada mandar, nem estar sequer por cá. Mas serão eles os responsáveis por terem desbravado o caminho da privatização, que outros irão então trilhar.

 

 

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