Os lados A e B na política nacional
Desde há cerca de meia dúzia de anos que comecei a aperceber-me de que o que ia sendo divulgado de actos ilícitos, relacionados com desvio de dinheiros públicos, corrupção, e diverso tipo de fraudes feitas por gente de colarinho branco normalmente ligada aos partidos com responsabilidades seja no governo, na Assembleia da República, nas autarquias, nas empresas do estado e num número imenso organismos públicos, não era mais que a ponta visível de um enorme ”iceberg” que na sociedade portuguesa, com a conivência dum dispendioso e ineficaz sistema de justiça, tem sido o responsável pelo empobrecimento dos portugueses, a falência do país e a perda da independência.
Desde então tenho vindo a assumir progressivamente uma postura ”subversiva”, em relação à clássica e quanto a mim já caduca divisão das misérias políticas nacionais entre ”esquerdas” e direitas”. Passei a ver o palco político nacional cada vez mais dividido por uma linha que atravessa todos os partidos; uma linha algo espessa e de contornos nebulosos, em que coloco dum lado - digamos que no lado A - os que se sabe terem praticado ou terem estado ligados à prática dos actos referidos no parágrafo anterior, e também os que por palavras ou actos, de algum modo apoiam essa gente, por exemplo trabalhando para a sua desculpabilização e branqueamento. Do outro lado que aqui vou designar por grupo B, coloco os restantes, ou seja os foram e continuam a ser vítimas dos actos perpetrados pelas pessoas do grupo A, bem como aqueles que insistem em denunciar os actos e actores situados do mesmo lado A e que fazem a defesa dos mais fracos, principais prejudicados com a crise provocada pelos personagens que estão do lado A da referida linha.
Esta postura ”subversiva” da recusar integrar grupos disciplinados da velha ordem estabelecida, tem uma factura que aceito pagar, incluindo na mesma a ostracização nos grupos ”bem pensantes”, das direitas ou das esquerdas, ou ainda dessa coisa estranha e má, vulgarmente conhecida por ”esquerda caviar”.
As coisas assim colocadas em linguagem clara e directa, não quero com o que a seguir expresso, defender qualquer tipo de limitação à liberdade de opinião que por enquanto, ainda creio terem, pelo menos formalmente todos os cidadãos portugueses, incluindo aqui a liberdade de criticar todo o tipo de situações que tenham a ver com o interesse público, venham elas de onde vierem. Em nome dessa liberdade de opinião que venho expressar a minha total discordância, com o absurdo de se querer comparar a figura de Mário Soares com a do Papa Francisco.
Sou um católico carregado de defeitos e insuficiências, mas em consonância com uma exortação feita nesse sentido pelo Papa Francisco, não abdico de tentar continuar a tomar posição e de dar testemunho, também no campo da política. E acontece que em minha opinião as duas personagens em apreço, não pelas palavras sempre fáceis, mas pelo testemunho de vida e pelos actos praticados no dia-a-dia ao longo da vida, que é o que para mim interessa, estão em posições extremas nos dois campos opostos separados pela minha linha atrás explicada: Mário Soares do lado A e o Papa Francisco do lado B.
Ambos lutam em diferentes e antagónicas barricadas. Daqui a minha dificuldade em classificar com brandura qualquer tipo de comparação entre estes dois personagens, por mais floreados palavrosos que seus autores usem nesses tipos de exercício.
Os lados A e B na política nacional
Desde há cerca de meia dúzia de anos que comecei a aperceber-me de que o que ia sendo divulgado de actos ilícitos, relacionados com desvio de dinheiros públicos, corrupção, e diverso tipo de fraudes feitas por gente de colarinho branco normalmente ligada aos partidos com responsabilidades seja no governo, na Assembleia da República, nas autarquias, nas empresas do estado e num número imenso organismos públicos, não era mais que a ponta visível de um enorme ”iceberg” que na sociedade portuguesa, com a conivência dum dispendioso e ineficaz sistema de justiça, tem sido o responsável pelo empobrecimento dos portugueses, a falência do país e a perda da independência.
Desde então tenho vindo a assumir progressivamente uma postura ”subversiva”, em relação à clássica e quanto a mim já caduca divisão das misérias políticas nacionais entre ”esquerdas” e direitas”. Passei a ver o palco político nacional cada vez mais dividido por uma linha que atravessa todos os partidos; uma linha algo espessa e de contornos nebulosos, em que coloco dum lado - digamos que no lado A - os que se sabe terem praticado ou terem estado ligados à prática dos actos referidos no parágrafo anterior, e também os que por palavras ou actos, de algum modo apoiam essa gente, por exemplo trabalhando para a sua desculpabilização e branqueamento. Do outro lado que aqui vou designar por grupo B, coloco os restantes, ou seja os foram e continuam a ser vítimas dos actos perpetrados pelas pessoas do grupo A, bem como aqueles que insistem em denunciar os actos e actores situados do mesmo lado A e que fazem a defesa dos mais fracos, principais prejudicados com a crise provocada pelos personagens que estão do lado A da referida linha.
Esta postura ”subversiva” da recusar integrar grupos disciplinados da velha ordem estabelecida, tem uma factura que aceito pagar, incluindo na mesma a ostracização nos grupos ”bem pensantes”, das direitas ou das esquerdas, ou ainda dessa coisa estranha e má, vulgarmente conhecida por ”esquerda caviar”.
As coisas assim colocadas em linguagem clara e directa, não quero com o que a seguir expresso, defender qualquer tipo de limitação à liberdade de opinião que por enquanto, ainda creio terem, pelo menos formalmente todos os cidadãos portugueses, incluindo aqui a liberdade de criticar todo o tipo de situações que tenham a ver com o interesse público, venham elas de onde vierem. Em nome dessa liberdade de opinião que venho expressar a minha total discordância, com o absurdo de se querer comparar a figura de Mário Soares com a do Papa Francisco.
Sou um católico carregado de defeitos e insuficiências, mas em consonância com uma exortação feita nesse sentido pelo Papa Francisco, não abdico de tentar continuar a tomar posição e de dar testemunho, também no campo da política. E acontece que em minha opinião as duas personagens em apreço, não pelas palavras sempre fáceis, mas pelo testemunho de vida e pelos actos praticados no dia-a-dia ao longo da vida, que é o que para mim interessa, estão em posições extremas nos dois campos opostos separados pela minha linha atrás explicada: Mário Soares do lado A e o Papa Francisco do lado B.
Ambos lutam em diferentes e antagónicas barricadas. Daqui a minha dificuldade em classificar com brandura qualquer tipo de comparação entre estes dois personagens, por mais floreados palavrosos que seus autores usem nesses tipos de exercício.
![]() Imagino que as últimas eleições terão sido oportunidade para belos e significativos encontros. Não é difícil pensar, sem ficar fora da verdade, que, em muitas empresas, patrões e empregados terão ambos votado no Chega. |
![]() "Hire a clown, get a circus" * Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades. |
![]() A eleição de um novo Papa é um acontecimento sempre marcante, apesar de se viver, na Europa, em sociedades cada vez mais estranhas ao cristianismo. Uma das grandes preocupações, antes, durante e após a eleição de Leão XIV, era se o sucessor de Francisco seria conservador ou progressista. |
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![]() Agora que nos estamos a aproximar, no calendário católico, da Páscoa, talvez valha a pena meditar nos versículos 36, 37 e 38, do Capítulo 18, do Evangelho de João. Depois de entregue a Pôncio Pilatos, Jesus respondeu à pergunta deste: Que fizeste? Dito de outro modo: de que és culpado? Ora, a resposta de Jesus é surpreendente: «O meu reino não é deste mundo. |