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Magos e papagaios

Opinião  »  2013-04-12  »  Jorge Cordeiro Simões

Minúscula parte que sou do ”melhor povo do mundo” (Vitor Gaspar dixt), vou andando pela vida satisfeito comigo mesmo, com a preocupação de, naquilo que me disser respeito, tentar manter o bom desempenho que no conjunto, nos faz merecer tão lisonjeira classificação.

Faço parte deste povo que - devidamente indignado, conforme direito em devido tempo outorgado por sua majestade D. Mário Soares - tem eleito e reeleito como dirigentes nacionais e locais um grande número de Magos, designação esta que me merecem em razão da sua arte, a qual lhes tem permitido que com admirável facilidade, dêem misteriosos sumiços a uma grande parte dos nossos impostos e dos limitados recursos gerados no país ou pedidos emprestados lá fora, engrossando impagável divida.

E porque tanto os admiramos, queremos vê-los sempre lá em cima, reelegendo-os e alimentando-os bem, para que possam continuar a exercer as suas artes de magia.

O sistema que garante a harmonia e bom senso nas nossas escolhas, assenta nos partidos políticos, mas também em sigilosas organizações às quais só têm acesso os melhores e mais predispostos a uma vida de trabalho, sacrifício e privações em prol do povo.

É no seio destes dois tipos de organização, (as excepções existentes, confirmam a regra), que no essencial é feita a iniciação e formação até aos níveis de topo nas referidas artes de magia, de modo que os candidatos sábia e sucessivamente filtrados, possam ser apresentados para eleição nas listas dos vários partidos.

Mas os lugares de topo onde os grandes magos e aprendizes seus amigos podem fazer suas magias, embora tenham vindo a ser criados em grande quantidade nas ultimas duas décadas e a mim e a muitos outros pareçam em quantidade excessiva, nunca chegam para tanto ”artista”.

Também por este motivo, para alguns ”magos na disponibilidade” a quem são reconhecidas grandes capacidades oratórias e imaginação quase inesgotável, foram-se arranjando nas várias televisões programas e tempos de antena, para que dali possam derramar sobre nossas cabeças algum do seu saber, de modo a melhorar as nossas capacidades cerebrais, e desse modo o nosso ”modo de pensar”.

Com estes ”papagaios” cada vez em maior número, que com incansável insistência vão repetindo as mensagens que o sistema lhes recomenda todos beneficiamos, uma vez que mais fácil se torna o desempenho do nosso papel na opção pelas melhores escolhas, quando somos chamados a escolher o nosso prato no cardápio oferecido pelos partidos.

E como não há regra sem excepção, nem todos os que chegam a lugares de topo na política ou na administração pública têm queda para magos ou papagaios. Mas quando tal acontece, o ”melhor povo do mundo” depressa se enfada com os mesmos e, recorrendo ao referido direito à indignação faz o que pode para apressar o fim das suas carreiras, conseguindo-o em muitos casos.

Assim dirigidos, orientados e condicionados por magos e papagaios, lá vamos: muitos cantando e rindo e outros, mas outros cada vez em maior número, cabisbaixos em apreensivo silêncio, ou indignados gritando contra a Troika e uma senhora alemã chamada Merckel, que são quem agora vai pagando a factura necessária para o manter este circo de magia. A sua indignação é contra a avareza destes personagens austeros, que querem ver a factura controlada e mais reduzida, pondo em causa desse modo a quantidade de magos em serviço e a qualidade do seu desempenho.

Mas seja por saturação destas magias, por mau feitio ou por dificuldade na absorção dos ensinamentos debitados pelos ”papagaios”, vão sendo cada vez mais os seres tresmalhados a pôr de lado o cardápio oferecido pelos partidos, saltando para fora do redil.

 

 

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