O lapso
Opinião » 2010-06-04 » Rosa Amora
Mas não era bem isso que me levou a escrever esta crónica, uma vez que sinto cada vez menos vontade de abordar tudo o que seja crise, déficit, política, selecção nacional... e essa teimosia já fez com que eu estivesse 11 (onze) dias sem cronicar, o que de alguma forma me deu uma ideia sobre todos os amigos e desconhecidos que me têm lido ao longo do tempo... nem um me perguntou se eu estava doente, o que me leva a pensar que estas crónicas são como o ”melhoral”, não fazem bem nem mal, mas adiante.
E sobre o que vou escrever? Pois bem, hoje o tema é o ”lapso”. Estão a ver: a malta engana-se e diz que foi lapso, engana-se no troco e diz que foi lapso, vê o árbitro anular um golo à equipa adversária e claro que foi lapso, uma vez que só seria um roubo se fosse anulado à nossa equipa, esquecemo-nos de fazer o que nos pedem e foi lapso, passando aqui a relapso se não houver melhorias... e relapsos é o que há mais onde menos se espera.
Então não é que encontraram as escutas do primeiro-ministro metidas num outro processo do Tribunal do Baixo Vouga, se calhar relativo a um novo shopping, uma sucateira ou mesmo uma vivenda forrada a azulejos, por lapso, claro, de um juíz coadjuvado por um oficial de justiça, uma funcionária administrativa e a mulher da limpeza da agremiação?
E eu, perfeito ignorante que nunca entrei num tribunal, que nunca precisei dos serviços de um advogado, terei de viver o resto da minha vida sem ao menos uma vez ter a felicidade de encontrar pela frente um desses lapsos judiciários? É que um pessoa sem um lapso não é gente, não é nada, lá poderia dizer o juíz do Baixo Vouga. Mas, sabendo-se que o Vouga é um rio e que o tribunal é do Baixo Vouga, não será um lapso andarem por aí juízes e tribunais abaixo da linha de água, como se costuma dizer no futebol aos mais fraquinhos da classificação?
E a mulher da limpeza não terá sentido curiosidade em ouvir as escutas? Se ouviu... foi lapso!
O lapso
Opinião » 2010-06-04 » Rosa AmoraMas não era bem isso que me levou a escrever esta crónica, uma vez que sinto cada vez menos vontade de abordar tudo o que seja crise, déficit, política, selecção nacional... e essa teimosia já fez com que eu estivesse 11 (onze) dias sem cronicar, o que de alguma forma me deu uma ideia sobre todos os amigos e desconhecidos que me têm lido ao longo do tempo... nem um me perguntou se eu estava doente, o que me leva a pensar que estas crónicas são como o ”melhoral”, não fazem bem nem mal, mas adiante.
E sobre o que vou escrever? Pois bem, hoje o tema é o ”lapso”. Estão a ver: a malta engana-se e diz que foi lapso, engana-se no troco e diz que foi lapso, vê o árbitro anular um golo à equipa adversária e claro que foi lapso, uma vez que só seria um roubo se fosse anulado à nossa equipa, esquecemo-nos de fazer o que nos pedem e foi lapso, passando aqui a relapso se não houver melhorias... e relapsos é o que há mais onde menos se espera.
Então não é que encontraram as escutas do primeiro-ministro metidas num outro processo do Tribunal do Baixo Vouga, se calhar relativo a um novo shopping, uma sucateira ou mesmo uma vivenda forrada a azulejos, por lapso, claro, de um juíz coadjuvado por um oficial de justiça, uma funcionária administrativa e a mulher da limpeza da agremiação?
E eu, perfeito ignorante que nunca entrei num tribunal, que nunca precisei dos serviços de um advogado, terei de viver o resto da minha vida sem ao menos uma vez ter a felicidade de encontrar pela frente um desses lapsos judiciários? É que um pessoa sem um lapso não é gente, não é nada, lá poderia dizer o juíz do Baixo Vouga. Mas, sabendo-se que o Vouga é um rio e que o tribunal é do Baixo Vouga, não será um lapso andarem por aí juízes e tribunais abaixo da linha de água, como se costuma dizer no futebol aos mais fraquinhos da classificação?
E a mulher da limpeza não terá sentido curiosidade em ouvir as escutas? Se ouviu... foi lapso!
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