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Onde pára o PS? - josé mota pereira

Opinião  »  2020-11-21  »  José Mota Pereira

"Este PS limita-se a existir ligado à máquina da câmara municipal"

Vivi algum tempo nos Açores, onde contactei com uma realidade social e política muito diversa daquela a que estava habituado por estas paragens. Nesse período, a transição do poder político passava de Carlos César para o seu sucessor, Vasco Cordeiro, de forma absolutamente tranquila, com o PS exercendo uma maioria eleitoral que a toda a gente parecia vir a ser eterna.

Só vivendo naquelas ilhas, nesse período, se pode perceber o peso que o PS detinha na vida social. Embora a democracia decorresse de forma normal no plano formal, era bem evidente a promiscuidade existente entre a administração pública regional, os municípios e a restante sociedade, numa rede onde o silêncio e a cumplicidade eram regras de ouro para a obtenção de favores.

Esta democracia diminuída parecia eternizar o PS no poder regional. Este ano, porém, a conjugação de diversos fatores, alguns deles improváveis, fez com que o PS, embora ganhando as eleições, tenha sido apeado do poder. Ainda hoje há-de haver muito boa gente sem perceber o que sucedeu e a fazer contas à vidinha. De repente, a velha promiscuidade entre o poder regional e a sociedade açoriana, construída sobre favores e prendas, deixou de ser o seguro de vida desta governação. Infelizmente, a nova maioria “alternativa” que resultou destas eleições é assente numa coligação suportada com o acordo e o apoio de uma organização partidária que assume propostas xenófobas, discriminatórias e contra o Estado Social. Foi este o brilhante resultado da cultura democrática exercida desde 1996 nos Açores pelo PS.

Em Torres Novas, o PS governa a Câmara desde 1993 e desde 1997 fá-lo em maioria absoluta na câmara, na assembleia municipal e na maioria das juntas de freguesia. Nas votações para a Assembleia da República é o partido mais votado desde 1995, com a excepção de 2011 com a Troyka em Portugal, em que aqui também o PSD venceu o PS de Sócrates. É portanto, neste quadro o PS, um partido com especiais responsabilidades na vida local de Torres Novas.

No entanto, aquilo que se sabe da vida do PS local é muito pouco ou nada. A sua existência é absolutamente clandestina. Estranhamente, são inexistentes os seus sinais de vida. Não há registo público de qualquer atividade ou tomada de posição seja sobre o que for, praticamente não são conhecidos os seus dirigentes locais, não há registo de presença nas redes sociais e numa busca pelo google as últimas noticias referem-se à demissão de António Rodrigues da presidência da comissão concelhia em 2016. Onde pára o PS em Torres Novas?
Em contraponto, a oposição local, nos seus diferentes quadrantes, de diversas formas promove regularmente atividades diversas, toma posições públicas, visita freguesias, promove debates, assume propostas alternativas (e não estou obviamente a qualificar os seus conteúdos ou oportunidade) e apresenta-as publicamente, quer à comunicação social, quer através dos seus meios próprios de divulgação na Internet.
A tudo isto o PS local faz orelhas moucas.

De um partido político com as responsabilidades que o PS tem no governo do município, na região e no governo do país, esperava-se que se soubesse um pouco do que pensa e defende sobre: a saúde na região, a mobilidade e transportes, ambiente, políticas culturais, estratégias inter-municipais de desenvolvimento, Plano Nacional de Investimentos, propostas de âmbito local e regional na discussão em especialidade dos Orçamentos de Estado. E por aí fora.
O que se sabe? Nada. Infelizmente para o PS local, nada disto parece ser importante. Não se conhece uma ideia, uma que seja, para além do que emite a câmara através da presidência ou dos seus vereadores.
A voz do PS é a voz da câmara ou vice-versa.

Ainda mal. Porque este PS limita-se a existir ligado à máquina da câmara municipal para, de forma legal e legítima, se perpetuar no poder. Uma estratégia que conta com dirigentes e militantes disciplinarmente emudecidos. Uma estratégia que conta nas freguesias com presidentes de junta silenciosamente agradecidos pelo alcatrão que aqui e ali se vai espalhando. Uma municipalização da atividade partidária que conta com uma teia de interesses colaborantes, onde à cabeça se encontra o apoio mais ou menos explícito de alguns órgãos de comunicação social dispostos a cooperar na propaganda conveniente. Simultaneamente, desvalorizam-se e ignoram-se as propostas da oposição, vendendo barata a ideia de que se trata de apenas jogadas de politiquice, colocando-se de uma forma superior sobre todos os outros intervenientes da discussão democrática.

A demissão democrática do PS em Torres Novas poderia ser apenas uma questão interna dos seus militantes e apoiantes. Se o fosse, abster-me-ia da escrita destas linhas. Mas não é. A municipalização da atividade partidária, como estratégia de um partido político, é grave e merece denúncia pública. A agenda de um município não pode nunca ser a agenda do partido que o governa, por maior e mais antiga que seja a sua maioria. Assistimos a um empobrecimento geral da democracia local que poderá vir a custar-nos muito caro. O PS com o seu silêncio, a sua dependência e submissão ao pensamento e acção únicos da meia dúzia de protagonistas do poder municipal, está a contribuir para uma degradação cívica que se vai instalando e está a abrir caminhos perigosos.

Tal como sucedeu nos Açores, nada é imutável. A alternativa política há-de chegar. O PS local e os seus militantes serão responsáveis se ela vier a assentar numa mal amanhada alternância construída sobre tristes, vergonhosos e lamentáveis apoios. Dessa responsabilidade nunca se libertarão. Estaremos cá para os lembrar do seu silêncio conveniente de hoje. Um a um, todos.

 

 

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