Dar - inês vidal
"Dar Dar “Breve vai ser o dia em que iremos lamentar o fim daquilo que se fazia sem se pedir nada e troca."
Gostamos de ver as coisas a acontecer. Gostamos de cidades dinâmicas, hipóteses e oportunidades. Gostamos do poder de escolha e de ter a possibilidade de optar, seja pelo sim ou pelo não, por fazer ou ficar a ver. Gostamos, mas esperamos sempre que alguém o faça por nós. Salvo raras excepções.
Há uns dias fui ao Porto assistir à promessa de caminheiro do Corpo Nacional de Escutas do meu sobrinho. Uma cidade grande, cheia de oferta para todos, desde os mais pequenos aos mais graúdos.
Espantou-me ver a quantidade reduzida de crianças e jovens envolvidos na cerimónia. A oferta é muita e, segundo apurei, a pandemia veio afastar ainda mais as pessoas de tudo o que é vida lá fora. Admirei, no entanto, a insistência e a persistência de quem ainda dá o seu tempo aos outros, em não deixar que a pouca adesão se transforme em nenhuma e nas estratégias elencadas para dar a possibilidade àqueles jovens de continuarem a ser escuteiros, unindo-se a outros agrupamentos, para não deixar morrer aquilo em que acreditam.
Já esta semana estive à conversa com a comissão organizadora da Festa de Santo António, em Torres Novas. Temáticas à parte, tons houve que se assemelhavam ao que vi e ouvi na Invicta. Os voluntários são cada vez menos - um afastamento que já não é de hoje, mas que escalou com a pandemia, admitem também - e a organização do arraial está assente no trabalho de duas famílias que, desde sempre ligadas às tradições do bairro, teimam em não as deixar morrer.
Gostamos de ver as coisas acontecer, mas esquecemo-nos de que é preciso haver quem as faça, quem abdique do seu tempo para o dar aos outros. Contra mim falo. Não há ano que não vá comer uma sardinha às festas do bairro que me acolheu, mas o máximo que fiz por elas foi emprestar as minhas filhas às marchas que dão cor à zona alta da cidade nesses dias de festa. Nunca arregacei as mangas.
Estamos a deixar morrer o associativismo, as associações que vivem do trabalho voluntário, os bairros que crescem em torno delas. Falta-nos o tempo, mas também a vontade. Mas não me restam dúvidas de que breve vai ser o dia em que iremos lamentar o fim de todas estas actividades que eram feitas sem se pedir nada e troca.
Dar - inês vidal
Dar Dar “Breve vai ser o dia em que iremos lamentar o fim daquilo que se fazia sem se pedir nada e troca.
Gostamos de ver as coisas a acontecer. Gostamos de cidades dinâmicas, hipóteses e oportunidades. Gostamos do poder de escolha e de ter a possibilidade de optar, seja pelo sim ou pelo não, por fazer ou ficar a ver. Gostamos, mas esperamos sempre que alguém o faça por nós. Salvo raras excepções.
Há uns dias fui ao Porto assistir à promessa de caminheiro do Corpo Nacional de Escutas do meu sobrinho. Uma cidade grande, cheia de oferta para todos, desde os mais pequenos aos mais graúdos.
Espantou-me ver a quantidade reduzida de crianças e jovens envolvidos na cerimónia. A oferta é muita e, segundo apurei, a pandemia veio afastar ainda mais as pessoas de tudo o que é vida lá fora. Admirei, no entanto, a insistência e a persistência de quem ainda dá o seu tempo aos outros, em não deixar que a pouca adesão se transforme em nenhuma e nas estratégias elencadas para dar a possibilidade àqueles jovens de continuarem a ser escuteiros, unindo-se a outros agrupamentos, para não deixar morrer aquilo em que acreditam.
Já esta semana estive à conversa com a comissão organizadora da Festa de Santo António, em Torres Novas. Temáticas à parte, tons houve que se assemelhavam ao que vi e ouvi na Invicta. Os voluntários são cada vez menos - um afastamento que já não é de hoje, mas que escalou com a pandemia, admitem também - e a organização do arraial está assente no trabalho de duas famílias que, desde sempre ligadas às tradições do bairro, teimam em não as deixar morrer.
Gostamos de ver as coisas acontecer, mas esquecemo-nos de que é preciso haver quem as faça, quem abdique do seu tempo para o dar aos outros. Contra mim falo. Não há ano que não vá comer uma sardinha às festas do bairro que me acolheu, mas o máximo que fiz por elas foi emprestar as minhas filhas às marchas que dão cor à zona alta da cidade nesses dias de festa. Nunca arregacei as mangas.
Estamos a deixar morrer o associativismo, as associações que vivem do trabalho voluntário, os bairros que crescem em torno delas. Falta-nos o tempo, mas também a vontade. Mas não me restam dúvidas de que breve vai ser o dia em que iremos lamentar o fim de todas estas actividades que eram feitas sem se pedir nada e troca.
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![]() O nosso major-general é uma versão pós-moderna do Pangloss de Voltaire, atestando que, no designado “mundo livre”, estamos no melhor possível, prontos para a vitória e não pode ser de outro modo. |
![]() “Pobre é o discípulo que não excede o seu mestre” Leonardo da Vinci
Mais do que rumor, é já certo que a IA é capaz de usar linguagem ininteligível para os humanos com o objectivo de ser mais eficaz. |
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Em 2012, o psicólogo social Jonathan Haidt publicou a obra A Mente Justa: Porque as Pessoas Boas não se Entendem sobre Política e Religião. Esta obra é fundamental porque nos ajuda a compreender um dos dramas que assolam os países ocidentais, cujas democracias se estruturam, ainda hoje, pela dicotomia esquerda–direita. |
![]() Imagino que as últimas eleições terão sido oportunidade para belos e significativos encontros. Não é difícil pensar, sem ficar fora da verdade, que, em muitas empresas, patrões e empregados terão ambos votado no Chega. |
![]() "Hire a clown, get a circus" * Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades. |
![]() A eleição de um novo Papa é um acontecimento sempre marcante, apesar de se viver, na Europa, em sociedades cada vez mais estranhas ao cristianismo. Uma das grandes preocupações, antes, durante e após a eleição de Leão XIV, era se o sucessor de Francisco seria conservador ou progressista. |
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