A entrevista que ficou por escrever - inês vidal
Opinião » 2020-12-02 » Inês Vidal
Tenho o péssimo hábito (péssimo para mim, óptimo para quem me rodeia) de não poupar elogios, ao mesmo tempo que guardo para mim grande parte das críticas, num jeito conveniente de evitar o confronto que me incomoda, mas que é tantas vezes, se não sempre, fulcral em qualquer saudável relacionamento, seja ele de que cariz for.
Mas como dizia, não costumo poupar elogios. Tento não deixar nada de bom por dizer. Das poucas vezes em que tive consciência de que me estava a despedir de alguém, agradeci sempre, disse o quanto amava, beijei, abracei (naqueles tempos idos em que ainda o podíamos fazer), frisei o quanto me ensinaram e a tamanha falta que me iriam fazer. Consigo lembrar-me de umas tantas vezes que o fiz. Foi bom. Facilita a partida de quem vai, pelo menos para quem cá fica. Egoísmo, talvez.
Sinto, por tudo isso, um sufocante aperto no peito neste momento. A cabeça não pára quando a deito, as ideias correm num encadeamento alucinante. Sinto-me frustrada. Sinto que pela primeira vez, não me despedi de alguém, que deixei tudo por dizer, tanto por escrever...
Fernando Duque Simões, facilmente identificado pela maioria como proprietário da Fótica, mas muito mais do que apenas isso por quem o conheceu, morreu na passada semana. E eu não me despedi. Não lhe disse tudo o que gostava de lhe ter dito, o que ele merecia ter ouvido. Se, por um lado, não esperava que o fim chegasse tão cedo, por outro uma pandemia e um desprezível “afastamento social” roubaram-nos oito meses de partilha e convívio.
Sou uma privilegiada. Tenho tido a sorte de cair nas graças de pessoas geniais. Não sei se pelo meu lado arisco, às vezes, se pela ironia que carrego nos dias bons. Não sei porquê. A verdade é que tenho tido a sorte de me cruzar com pessoas com histórias de vida fantásticas, inteligentes, seres superiores que, gostando de mim, fazem questão de me transformar com as suas experiências, que absorvo como dogmas.
A entrevista que ficou por escrever - inês vidal
Opinião » 2020-12-02 » Inês VidalTenho o péssimo hábito (péssimo para mim, óptimo para quem me rodeia) de não poupar elogios, ao mesmo tempo que guardo para mim grande parte das críticas, num jeito conveniente de evitar o confronto que me incomoda, mas que é tantas vezes, se não sempre, fulcral em qualquer saudável relacionamento, seja ele de que cariz for.
Mas como dizia, não costumo poupar elogios. Tento não deixar nada de bom por dizer. Das poucas vezes em que tive consciência de que me estava a despedir de alguém, agradeci sempre, disse o quanto amava, beijei, abracei (naqueles tempos idos em que ainda o podíamos fazer), frisei o quanto me ensinaram e a tamanha falta que me iriam fazer. Consigo lembrar-me de umas tantas vezes que o fiz. Foi bom. Facilita a partida de quem vai, pelo menos para quem cá fica. Egoísmo, talvez.
Sinto, por tudo isso, um sufocante aperto no peito neste momento. A cabeça não pára quando a deito, as ideias correm num encadeamento alucinante. Sinto-me frustrada. Sinto que pela primeira vez, não me despedi de alguém, que deixei tudo por dizer, tanto por escrever...
Fernando Duque Simões, facilmente identificado pela maioria como proprietário da Fótica, mas muito mais do que apenas isso por quem o conheceu, morreu na passada semana. E eu não me despedi. Não lhe disse tudo o que gostava de lhe ter dito, o que ele merecia ter ouvido. Se, por um lado, não esperava que o fim chegasse tão cedo, por outro uma pandemia e um desprezível “afastamento social” roubaram-nos oito meses de partilha e convívio.
Sou uma privilegiada. Tenho tido a sorte de cair nas graças de pessoas geniais. Não sei se pelo meu lado arisco, às vezes, se pela ironia que carrego nos dias bons. Não sei porquê. A verdade é que tenho tido a sorte de me cruzar com pessoas com histórias de vida fantásticas, inteligentes, seres superiores que, gostando de mim, fazem questão de me transformar com as suas experiências, que absorvo como dogmas.
Caminho de Abril - maria augusta torcato » 2024-04-22 » Maria Augusta Torcato Olho para o meu caminho e fico contente. Acho mesmo que fiz o caminho de Abril. O caminho que Abril representa. No entanto, a realidade atual e os desafios diários levam-me a desejar muito que este caminho não seja esquecido, não por querer que ele se repita, mas para não nos darmos conta, quase sem tempo de manteiga nos dentes, que estamos, outra vez, lá muito atrás e há que fazer de novo o caminho com tudo o que isso implica e que hoje seria incompreensível e inaceitável. |
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia » 2024-04-10 » Jorge Carreira Maia Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores. |
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
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» 2024-04-22
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