Resíduos urbanos - antónio gomes
"O sector dos resíduos tornou-se nos últimos anos um negócio muito rentável com os privados a entrarem com toda a força"
O sector dos resíduos sólidos urbanos esteve recentemente na agenda mediática devido à revolta das populações que vivem perto dos aterros onde são depositados, pois assistem à constante degradação da sua qualidade de vida.
Com efeito, entre 2015 e 2019, a importação de resíduos cresceu 1670%, de países da União Europeia e de fora da União. Ou seja, nos últimos anos Portugal tem servido de caixote do lixo da Europa. Se verificarmos o preço a pagar pela deposição em aterro, percebemos bem porque isso acontece: em Portugal paga-se 11.00 euros por tonelada e na UE o preço médio é de 80.00 euros.
O sector dos resíduos tornou-se nos últimos anos um negócio muito rentável com os privados a entrarem com toda a força, em Portugal sobretudo após a privatização da EGF levada a cabo pelo governo de Passos Coelho. A Mota Engil tornou-se numa empresa particularmente presente neste sector (também está presente no nosso concelho através da SUMA que faz a recolha de resíduos), mas também as cimenteiras mostram grande interesse na aquisição de resíduos para inceneração e queima.
Recentemente, o governo decidiu aumentar a taxa de gestão de resíduo (TGR) de 11 euros por tonelada para 22 euros, com o intuito de reduzir a deposição em aterro. É certo que a TGR é um instrumento para desincentivar a deposição de resíduos em aterro, mas este aumento também recai sobre as autarquias e algumas poderão ser tentadas a repercutir esse aumento na factura dos munícipes, o que seria desadequado porque contrário à boa prática da separação e injusto.
Portugal estava obrigado a reduzir em 2019 a produção de RSU em 10% por habitante, relativamente a 2012, e o que aconteceu foi precisamente o contrario: passámos de 456 para 513Kg por habitante. Se não invertermos este caminho, o planeta não aguenta tanto lixo.
A TGR até pode aumentar, mas as autarquias, enquanto prestadoras de um serviço público essencial, têm que ficar de fora desse aumento ou ser ressarcidas na distribuição da verba que a taxa gera, com a condição de aplicarem esse dinheiro em sistemas sustentáveis de recolha de resíduos.
Todas as políticas têm de contribuir para o mesmo objectivo: redução da produção de resíduos. E começa logo no consumo, quando trazemos para casa cartão e plástico que só acrescentam volume e resíduos à compra. Significa apostar na separação de resíduos e investir na recolha porta-a-porta, o sistema mais eficaz, e com provas dadas.
O município tem um papel fundamental e único na promoção das boas práticas e também em promover a boa gestão pública da RSTJ (antiga Resitejo), enquanto empresa intermunicipal.
A Assembleia Municipal de Torres Novas, recentemente, teve um primeiro debate sobre este tema. É preciso que continue e que exerça as suas funções de fiscalização, nomeadamente acompanhando a situação da empresa inter-municipal.
Está anunciado, para breve, o início da recolha porta-a-porta na freguesia de Riachos: faço votos para que seja bem sucedida e estendida a todo o concelho.
Resíduos urbanos - antónio gomes
O sector dos resíduos tornou-se nos últimos anos um negócio muito rentável com os privados a entrarem com toda a força
O sector dos resíduos sólidos urbanos esteve recentemente na agenda mediática devido à revolta das populações que vivem perto dos aterros onde são depositados, pois assistem à constante degradação da sua qualidade de vida.
Com efeito, entre 2015 e 2019, a importação de resíduos cresceu 1670%, de países da União Europeia e de fora da União. Ou seja, nos últimos anos Portugal tem servido de caixote do lixo da Europa. Se verificarmos o preço a pagar pela deposição em aterro, percebemos bem porque isso acontece: em Portugal paga-se 11.00 euros por tonelada e na UE o preço médio é de 80.00 euros.
O sector dos resíduos tornou-se nos últimos anos um negócio muito rentável com os privados a entrarem com toda a força, em Portugal sobretudo após a privatização da EGF levada a cabo pelo governo de Passos Coelho. A Mota Engil tornou-se numa empresa particularmente presente neste sector (também está presente no nosso concelho através da SUMA que faz a recolha de resíduos), mas também as cimenteiras mostram grande interesse na aquisição de resíduos para inceneração e queima.
Recentemente, o governo decidiu aumentar a taxa de gestão de resíduo (TGR) de 11 euros por tonelada para 22 euros, com o intuito de reduzir a deposição em aterro. É certo que a TGR é um instrumento para desincentivar a deposição de resíduos em aterro, mas este aumento também recai sobre as autarquias e algumas poderão ser tentadas a repercutir esse aumento na factura dos munícipes, o que seria desadequado porque contrário à boa prática da separação e injusto.
Portugal estava obrigado a reduzir em 2019 a produção de RSU em 10% por habitante, relativamente a 2012, e o que aconteceu foi precisamente o contrario: passámos de 456 para 513Kg por habitante. Se não invertermos este caminho, o planeta não aguenta tanto lixo.
A TGR até pode aumentar, mas as autarquias, enquanto prestadoras de um serviço público essencial, têm que ficar de fora desse aumento ou ser ressarcidas na distribuição da verba que a taxa gera, com a condição de aplicarem esse dinheiro em sistemas sustentáveis de recolha de resíduos.
Todas as políticas têm de contribuir para o mesmo objectivo: redução da produção de resíduos. E começa logo no consumo, quando trazemos para casa cartão e plástico que só acrescentam volume e resíduos à compra. Significa apostar na separação de resíduos e investir na recolha porta-a-porta, o sistema mais eficaz, e com provas dadas.
O município tem um papel fundamental e único na promoção das boas práticas e também em promover a boa gestão pública da RSTJ (antiga Resitejo), enquanto empresa intermunicipal.
A Assembleia Municipal de Torres Novas, recentemente, teve um primeiro debate sobre este tema. É preciso que continue e que exerça as suas funções de fiscalização, nomeadamente acompanhando a situação da empresa inter-municipal.
Está anunciado, para breve, o início da recolha porta-a-porta na freguesia de Riachos: faço votos para que seja bem sucedida e estendida a todo o concelho.
![]() Num momento em que o sentimento generalizado sobre os chineses é de alguma desconfiança, preparo-me aqui para contrapor e dar uma oportunidade aos tipos. Eu sei que nos foram mandando com a peste bubónica, a gripe asiática, a gripe das aves, o corona vírus. |
![]() É muito bom viver em Torres Novas mas também se sente o peso de estar longe do que de verdadeiramente moderno se passa no mundo, enfim, nada de #Me Too, Je suis Charlie Hebdo, vetustas estátuas transformadas em anúncios da Benetton. |
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Recuemos no tempo. Entremos numa máquina do tempo e cliquemos no botão que nos leve até ao ano de 2001. Recordemos vagamente que em 2001: - Caíram as Torres Gémeas em Nova Yorque em 11 setembro. |
![]() Quando a internet surgiu e, posteriormente, com a emergência dos blogues e redes sociais pensou-se que a esfera pública tinha encontrado uma fonte de renovação. Mais pessoas poderiam trocar opiniões sobre os problemas que afectam a vida comum, sem estarem controladas pelos diversos poderes, contribuindo para uma crescente participação, racionalmente educada, nos assuntos públicos. |
![]() É e sempre foi uma questão de equilíbrio. Tudo. E todos o sabemos. O difícil é chegar lá, encontrá-lo, ter a racionalidade e o bom senso suficientes para o ter e para o ser. E para saber que o equilíbrio de hoje não é obrigatoriamente o de amanhã, muito menos o que era ontem. |
![]() Comemorou-se a 21 de Março o dia da floresta. O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) resolveu assinalar a data disponibilizando 50.000 árvores gratuitamente à população. Quem as quisesse plantar, teria de se identificar, inscrever, levantar a árvore (até um máximo de dez árvores por pessoa) e, num prazo de 48 horas, declarar o local onde plantou documentando com fotos. |
![]() Hoje, como acontece diariamente, no caminho de casa até à escola, lá se deu o habitual encontro matinal entre mim e o Ananias, o meu amigo ardina. Trocámos algumas palavras, comprei o jornal e seguimos por caminhos opostos que nos levam à nossa missão do dia, o trabalho. |
![]() Durante décadas, todos os torrejanos ajudaram no que puderam o CRIT, uma obra social que granjeou a estima de todos os cidadãos e empresários, e foram muitos, que sempre disseram sim a todas e quaisquer formas de ajuda em prol da aventura iniciada em 1975. |
![]() Dir-se-ia, de uma câmara socialista, esperar que se perseguissem os valores e ideais que aqui e ali, somados, vão concorrendo para um mundo melhor e para uma relação mais harmoniosa e avançada entre todos e tudo o que habita uma casa comum que é o território natural de um pequeno concelho. |
![]() Na política, ou se tem ideias, rasgo e capacidade de antecipação para marcar a diferença, ou andamos sempre no rengo-rengo. As vítimas da pandemia estão aí, agora com maior visibilidade, mais desemprego, mais encerramentos de pequenas empresas, comércio, restauração, serviços, trabalhadores independentes sem rendimentos. |
» 2021-04-08
» João Carlos Lopes
O CRIT já não é de todos os torrejanos - joão carlos lopes |
» 2021-03-23
» João Carlos Lopes
Peixes e pombos ou a civilização a andar para trás - joão carlos lopes |
» 2021-03-20
» José Ricardo Costa
A Rosa do Nome - josé ricardo costa |
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» 2021-03-20
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