Bizarro - carlos paiva
"“Ou quantos postos de trabalho geraram? Passada uma fase inicial a usufruir do apoio previsto, quantas conquistaram autonomia?"
A Startup Torres Novas comemorou cinco anos de existência. Pompa e circunstância, palmadinhas nas costas e elogios pelos sucessos conquistados. O habitual nestas coisas. O projecto Startup Torres Novas iniciou a actividade a 20 de Outubro de 2016, não completando um trimestre nesse ano, portanto. Começar a atividade nesta data, é ter pela frente o Natal, a passagem de ano e uns feriados amiúde. Seja o que for que tenha sido feito neste período, foi para consumo interno certamente.
Desde então, apoiou 95 projectos empresariais, de 226 candidatos analisados. Até aqui, tudo bem. A coisa só começa a ficar opaca quando queremos saber mais. Mais, para além das palmadinhas nas costas e dos elogios. Quando queremos saber dessas 95 proto empresas, quantas resistiram ao terceiro ano de existência, por exemplo? Ou quantos postos de trabalho geraram? Passada uma fase inicial a usufruir do apoio previsto, quantas conquistaram autonomia? Em quanto tempo? Quantas apresentam lucros? Qual o volume de negócios? Estão todas em actividade ou passaram a ser um side project de alguém que acabou por ir parar a trabalhador por conta de outrém? Quantas foram integradas em agentes económicos de maior dimensão? Ainda existe alguma sequer? Tudo isto é zona cinzenta de densidade bloqueante.
Pelo menos online, não encontrei respostas ou dados que pudessem iluminar o caminho desta demanda pela confirmação do sucesso tão apregoado. Não encontrei isso mas, encontrei outras coisas, passíveis de sugerir eventuais pistas. Ora vejamos: a média do número de empresas criadas no concelho, nos três anos que precederam a criação da Startup, foi de 92 novas empresas por ano. Para os três anos posteriores, foi de 82. Caso fosse numa sitcom, nesta altura ouvia-se a sonora gargalhada do público. Não. É na vida real.
Vender fruta podre como gourmet, de tão recorrente, enjoa. Nada mudou. Até percebo: se assim resulta… Para quê mudar?
Por ocasião de outro aniversário, o do Teatro Virgínia, a Câmara Municipal oferece à população um espectáculo musical gratuito. O que é óptimo. Assinala-se assim mais um ano, com o Café Concerto fechado. Pode ser que o público generalista que vai encher o concerto de aniversário se lembre que o público não generalista deixou de ter sítio para ir. Encerrado por motivos económicos (não é claro se da Câmara, se de terceiros), apodrece lentamente à semelhança de outros investimentos, aparentemente insustentáveis depois de construídos. Seguindo o exemplo emblemático da extinção do Museu Etnográfico, malfadadamente atravessado no caminho do progresso, cujo conteúdo apodreceu em parte incerta. O tal dinheiro que tem de ser gasto senão é devolvido? Dá nisto. A postura desta malta versus a vida real, traz-me à mente a frase de um poema do Rui Sidónio: “Fecho as pálpebras com a casa a arder”.
Fontes de dados: Município de Torres Novas, Jornal O Mirante, Jornal Rede Regional, Nersant.
Bizarro - carlos paiva
“Ou quantos postos de trabalho geraram? Passada uma fase inicial a usufruir do apoio previsto, quantas conquistaram autonomia?
A Startup Torres Novas comemorou cinco anos de existência. Pompa e circunstância, palmadinhas nas costas e elogios pelos sucessos conquistados. O habitual nestas coisas. O projecto Startup Torres Novas iniciou a actividade a 20 de Outubro de 2016, não completando um trimestre nesse ano, portanto. Começar a atividade nesta data, é ter pela frente o Natal, a passagem de ano e uns feriados amiúde. Seja o que for que tenha sido feito neste período, foi para consumo interno certamente.
Desde então, apoiou 95 projectos empresariais, de 226 candidatos analisados. Até aqui, tudo bem. A coisa só começa a ficar opaca quando queremos saber mais. Mais, para além das palmadinhas nas costas e dos elogios. Quando queremos saber dessas 95 proto empresas, quantas resistiram ao terceiro ano de existência, por exemplo? Ou quantos postos de trabalho geraram? Passada uma fase inicial a usufruir do apoio previsto, quantas conquistaram autonomia? Em quanto tempo? Quantas apresentam lucros? Qual o volume de negócios? Estão todas em actividade ou passaram a ser um side project de alguém que acabou por ir parar a trabalhador por conta de outrém? Quantas foram integradas em agentes económicos de maior dimensão? Ainda existe alguma sequer? Tudo isto é zona cinzenta de densidade bloqueante.
Pelo menos online, não encontrei respostas ou dados que pudessem iluminar o caminho desta demanda pela confirmação do sucesso tão apregoado. Não encontrei isso mas, encontrei outras coisas, passíveis de sugerir eventuais pistas. Ora vejamos: a média do número de empresas criadas no concelho, nos três anos que precederam a criação da Startup, foi de 92 novas empresas por ano. Para os três anos posteriores, foi de 82. Caso fosse numa sitcom, nesta altura ouvia-se a sonora gargalhada do público. Não. É na vida real.
Vender fruta podre como gourmet, de tão recorrente, enjoa. Nada mudou. Até percebo: se assim resulta… Para quê mudar?
Por ocasião de outro aniversário, o do Teatro Virgínia, a Câmara Municipal oferece à população um espectáculo musical gratuito. O que é óptimo. Assinala-se assim mais um ano, com o Café Concerto fechado. Pode ser que o público generalista que vai encher o concerto de aniversário se lembre que o público não generalista deixou de ter sítio para ir. Encerrado por motivos económicos (não é claro se da Câmara, se de terceiros), apodrece lentamente à semelhança de outros investimentos, aparentemente insustentáveis depois de construídos. Seguindo o exemplo emblemático da extinção do Museu Etnográfico, malfadadamente atravessado no caminho do progresso, cujo conteúdo apodreceu em parte incerta. O tal dinheiro que tem de ser gasto senão é devolvido? Dá nisto. A postura desta malta versus a vida real, traz-me à mente a frase de um poema do Rui Sidónio: “Fecho as pálpebras com a casa a arder”.
Fontes de dados: Município de Torres Novas, Jornal O Mirante, Jornal Rede Regional, Nersant.
![]() Apresentados os candidatos à presidência da Câmara de Torres Novas, a realizar nos finais de Setembro, ou na primeira quinzena de Outubro, restam pouco mais de três meses (dois de férias), para se conhecer ao que vêm, quem é quem, o que defendem, para o concelho, na sua interligação cidade/freguesias. |
![]() O nosso major-general é uma versão pós-moderna do Pangloss de Voltaire, atestando que, no designado “mundo livre”, estamos no melhor possível, prontos para a vitória e não pode ser de outro modo. |
![]() “Pobre é o discípulo que não excede o seu mestre” Leonardo da Vinci
Mais do que rumor, é já certo que a IA é capaz de usar linguagem ininteligível para os humanos com o objectivo de ser mais eficaz. |
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Em 2012, o psicólogo social Jonathan Haidt publicou a obra A Mente Justa: Porque as Pessoas Boas não se Entendem sobre Política e Religião. Esta obra é fundamental porque nos ajuda a compreender um dos dramas que assolam os países ocidentais, cujas democracias se estruturam, ainda hoje, pela dicotomia esquerda–direita. |
![]() Imagino que as últimas eleições terão sido oportunidade para belos e significativos encontros. Não é difícil pensar, sem ficar fora da verdade, que, em muitas empresas, patrões e empregados terão ambos votado no Chega. |
![]() "Hire a clown, get a circus" * Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades. |
![]() A eleição de um novo Papa é um acontecimento sempre marcante, apesar de se viver, na Europa, em sociedades cada vez mais estranhas ao cristianismo. Uma das grandes preocupações, antes, durante e após a eleição de Leão XIV, era se o sucessor de Francisco seria conservador ou progressista. |
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