Renova, que queres tu? - antónio gomes
Opinião » 2024-05-25 » António Gomes
Mais um ‘Dia da Espiga’, mais um dia de convívio na nascente do rio Almonda, mais um dia de intimidação e prepotência perpetrados pela empresa Renova.
O Ministério Público acabou de arquivar os processos movidos contra 12 cidadãos que o ano passado tiveram a “desfaçatez” de ir assinalar o Dia da Espiga, exactamente no mesmo local onde gerações anteriores sempre o fizeram.
Ainda o papel estava quente e o poder económico da Renova volta a utilizar o mesmo método que no ano passado, a intimidação, enviando uma patrulha da GNR para ver se a malta desmobiliza, o que não aconteceu e vai daí faz outro telefonema e repete “estão a invadir propriedade privada” e lá vai uma segunda patrulha, desta vez de outro posto, para serem mais incisivos e identificarem quem estava no convívio.
Esta empresa que coloca câmaras de vigilância viradas para o caminho público, que coloca uma vedação metálica entre o rio e o espaço de domínio público hídrico (10m a contar da margem), que comprou todos os terrenos que confinam com o rio, incluindo baldios, e que continua a tentar comprar o que ainda resiste, que construiu instalações sobre o leito do próprio rio, vem agora tentar acusar os visitantes da nascente de cometerem um crime de invasão de propriedade privada?
A Renova tem uma dívida enorme para com a população do concelho de Torres Novas, poluiu destruindo toda a vida existente no rio durante décadas (ninguém se vai esquecer das cores que o rio apresentava durante anos e anos), retira milhões de metros cúbicos de água pública por ano para a produção de papel a custo zero – quantas empresas não gostariam de ter acesso à sua matéria-prima de forma gratuita?
Uma empresa com este currículo deveria ter um pouco mais de humildade e respeito pela comunidade torrejana. Mas nem sequer esboça uma atitude de tolerância, de negociação, de boa vizinhança. Não: só conhece a intimidação e o medo.
O que quer a Renova?
A Renova quer expulsar o povo das proximidades da nascente do rio, quer uma nascente privada, só deles. Onde já se viu alguém ser dono de uma nascente de um rio? Antes do 25 de abril é que havia praias privadas, convém lembrar. Todos conhecemos as nascentes dos rios Alviela e Nabão, por acaso aqui bem perto, o que nos leva a refletir no que poderia ser aquele espaço, mesmo com a Renova a retirar toda a água que precisa para a sua produção.
A Câmara Municipal assiste a tudo isto de forma impávida e serena, como se não tivesse responsabilidades particulares em tudo isto, nem uma palavra de solidariedade para quem é alvo dos processos ou uma palavra de condenação dos atos intimidatórios que visam atingir toda uma população. A Câmara Municipal não consegue ter uma posição de independência face ao poder económico, como era o seu dever.
As pessoas vão continuar a visitar a nascente do rio, não vão abdicar desse direito e pretendem fazê-lo de forma livre e segura, sem câmaras de vigilância e sem intimidação. E, já agora, a GNR tem mais que fazer…
Renova, que queres tu? - antónio gomes
Opinião » 2024-05-25 » António GomesMais um ‘Dia da Espiga’, mais um dia de convívio na nascente do rio Almonda, mais um dia de intimidação e prepotência perpetrados pela empresa Renova.
O Ministério Público acabou de arquivar os processos movidos contra 12 cidadãos que o ano passado tiveram a “desfaçatez” de ir assinalar o Dia da Espiga, exactamente no mesmo local onde gerações anteriores sempre o fizeram.
Ainda o papel estava quente e o poder económico da Renova volta a utilizar o mesmo método que no ano passado, a intimidação, enviando uma patrulha da GNR para ver se a malta desmobiliza, o que não aconteceu e vai daí faz outro telefonema e repete “estão a invadir propriedade privada” e lá vai uma segunda patrulha, desta vez de outro posto, para serem mais incisivos e identificarem quem estava no convívio.
Esta empresa que coloca câmaras de vigilância viradas para o caminho público, que coloca uma vedação metálica entre o rio e o espaço de domínio público hídrico (10m a contar da margem), que comprou todos os terrenos que confinam com o rio, incluindo baldios, e que continua a tentar comprar o que ainda resiste, que construiu instalações sobre o leito do próprio rio, vem agora tentar acusar os visitantes da nascente de cometerem um crime de invasão de propriedade privada?
A Renova tem uma dívida enorme para com a população do concelho de Torres Novas, poluiu destruindo toda a vida existente no rio durante décadas (ninguém se vai esquecer das cores que o rio apresentava durante anos e anos), retira milhões de metros cúbicos de água pública por ano para a produção de papel a custo zero – quantas empresas não gostariam de ter acesso à sua matéria-prima de forma gratuita?
Uma empresa com este currículo deveria ter um pouco mais de humildade e respeito pela comunidade torrejana. Mas nem sequer esboça uma atitude de tolerância, de negociação, de boa vizinhança. Não: só conhece a intimidação e o medo.
O que quer a Renova?
A Renova quer expulsar o povo das proximidades da nascente do rio, quer uma nascente privada, só deles. Onde já se viu alguém ser dono de uma nascente de um rio? Antes do 25 de abril é que havia praias privadas, convém lembrar. Todos conhecemos as nascentes dos rios Alviela e Nabão, por acaso aqui bem perto, o que nos leva a refletir no que poderia ser aquele espaço, mesmo com a Renova a retirar toda a água que precisa para a sua produção.
A Câmara Municipal assiste a tudo isto de forma impávida e serena, como se não tivesse responsabilidades particulares em tudo isto, nem uma palavra de solidariedade para quem é alvo dos processos ou uma palavra de condenação dos atos intimidatórios que visam atingir toda uma população. A Câmara Municipal não consegue ter uma posição de independência face ao poder económico, como era o seu dever.
As pessoas vão continuar a visitar a nascente do rio, não vão abdicar desse direito e pretendem fazê-lo de forma livre e segura, sem câmaras de vigilância e sem intimidação. E, já agora, a GNR tem mais que fazer…
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