No Jornal Torrejano, uma torrejana “dos quatro costados”
Opinião » 2019-12-05 » Ana Lúcia Cláudio"Acredito que a minha participação pode fazer a diferença"
Quase dez da noite da última sexta-feira de Novembro, no aeroporto da Portela. Está quente para quem acaba de chegar de um país mais frio. Apanho um táxi para o centro de Lisboa, uma distância suficientemente curta para não ser do agrado dos taxistas. Eu sei-o e confesso-o ao taxista que me “apanhou” com um sorriso cúmplice para tentar ganhar a sua simpatia. Quase a chegar ao meu primeiro destino, confidencio-lhe que vou buscar o meu carro porque seguirei, ainda nessa mesma noite, para Torres Novas. “Torres Novas, também ia…” Toquei num ponto fraco. Um taxista torrejano, mais concretamente de Alcorochel. Trocámos galhardetes sobre as nossas localidades, entre a nostalgia típica de quem, como ele, vive longe da sua terra. Fala de como Torres Novas está diferente, das coisas boas que tem para oferecer e do muito que ainda falta fazer.
Ao contrário deste taxista, eu não fui “nada nem criada” em Torres Novas.
Nasci em Lisboa há 43 anos no seio de uma família de quatro avós, todos eles nascidos e criados neste concelho ribatejano. Sou, portanto, uma torrejana “dos quatro costados”. Gosto desta expressão. Dizem os especialistas que quando alguém é considerado “de quatro costados”, significa que o é “por parte dos avós paternos e maternos”. Ao que consta, este termo generalizou-se na língua portuguesa e passou a aplicar-se com um sentido próximo dos adjectivos “ferrenho” e “arreigado”. Parece-me bem.
Vivi sempre entre Lisboa e a Zibreira, a primeira aldeia do concelho para quem vem da capital. A terra que viu nascer o Rio Almonda. E aquela que guarda as melhores memórias da minha infância: as férias, o Natal os três meses de verão, o “dolce fare niente”… Na altura, Lisboa era sinónimo de escola e obrigações, Zibreira e Torres Novas significavam lazer e descanso.
Com o tempo, a ligação à Zibreira e a Torres Novas continuou intermitente com a vida na capital. Mas, actualmente, com mais obrigações e menos lazer. Foi, por isso, este concelho ribatejano que eu escolhi e que me escolheu para intervir civicamente e contribuir, à minha escala, para uma região melhor. E faço-o, também, como uma homenagem às três pessoas mais importantes da minha vida. Uma homenagem a quem que me trouxe até cá: a minha avó materna, que me acompanhou 40 anos da minha vida e que me tornou na pessoa que sou hoje. E àqueles que, à data de hoje, me mantêm aqui: os meus dois filhos que sempre viveram e estudaram no concelho. Que usufruem do que Torres Novas tem para lhes dar. E que merecem que o concelho lhes dê o melhor.
E, porque acredito que a minha participação pode fazer a diferença, não só nos órgãos públicos a que pertenço, mas também nos meios de comunicação social com os quais colaboro (esse eterno quarto poder que luta sem se render contra as redes sociais, um rival muitas vezes traiçoeiro com mais desinformação que utilidade)… assim chega, a partir de hoje, ao Jornal Torrejano, uma torrejana “dos quatro costados”.
No Jornal Torrejano, uma torrejana “dos quatro costados”
Opinião » 2019-12-05 » Ana Lúcia CláudioAcredito que a minha participação pode fazer a diferença
Quase dez da noite da última sexta-feira de Novembro, no aeroporto da Portela. Está quente para quem acaba de chegar de um país mais frio. Apanho um táxi para o centro de Lisboa, uma distância suficientemente curta para não ser do agrado dos taxistas. Eu sei-o e confesso-o ao taxista que me “apanhou” com um sorriso cúmplice para tentar ganhar a sua simpatia. Quase a chegar ao meu primeiro destino, confidencio-lhe que vou buscar o meu carro porque seguirei, ainda nessa mesma noite, para Torres Novas. “Torres Novas, também ia…” Toquei num ponto fraco. Um taxista torrejano, mais concretamente de Alcorochel. Trocámos galhardetes sobre as nossas localidades, entre a nostalgia típica de quem, como ele, vive longe da sua terra. Fala de como Torres Novas está diferente, das coisas boas que tem para oferecer e do muito que ainda falta fazer.
Ao contrário deste taxista, eu não fui “nada nem criada” em Torres Novas.
Nasci em Lisboa há 43 anos no seio de uma família de quatro avós, todos eles nascidos e criados neste concelho ribatejano. Sou, portanto, uma torrejana “dos quatro costados”. Gosto desta expressão. Dizem os especialistas que quando alguém é considerado “de quatro costados”, significa que o é “por parte dos avós paternos e maternos”. Ao que consta, este termo generalizou-se na língua portuguesa e passou a aplicar-se com um sentido próximo dos adjectivos “ferrenho” e “arreigado”. Parece-me bem.
Vivi sempre entre Lisboa e a Zibreira, a primeira aldeia do concelho para quem vem da capital. A terra que viu nascer o Rio Almonda. E aquela que guarda as melhores memórias da minha infância: as férias, o Natal os três meses de verão, o “dolce fare niente”… Na altura, Lisboa era sinónimo de escola e obrigações, Zibreira e Torres Novas significavam lazer e descanso.
Com o tempo, a ligação à Zibreira e a Torres Novas continuou intermitente com a vida na capital. Mas, actualmente, com mais obrigações e menos lazer. Foi, por isso, este concelho ribatejano que eu escolhi e que me escolheu para intervir civicamente e contribuir, à minha escala, para uma região melhor. E faço-o, também, como uma homenagem às três pessoas mais importantes da minha vida. Uma homenagem a quem que me trouxe até cá: a minha avó materna, que me acompanhou 40 anos da minha vida e que me tornou na pessoa que sou hoje. E àqueles que, à data de hoje, me mantêm aqui: os meus dois filhos que sempre viveram e estudaram no concelho. Que usufruem do que Torres Novas tem para lhes dar. E que merecem que o concelho lhes dê o melhor.
E, porque acredito que a minha participação pode fazer a diferença, não só nos órgãos públicos a que pertenço, mas também nos meios de comunicação social com os quais colaboro (esse eterno quarto poder que luta sem se render contra as redes sociais, um rival muitas vezes traiçoeiro com mais desinformação que utilidade)… assim chega, a partir de hoje, ao Jornal Torrejano, uma torrejana “dos quatro costados”.
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
Eleições, para que vos quero! - antónio mário santos » 2024-02-22 Quando me aborreço, mudo de canal. Vou seguindo os debates eleitorais televisivos, mas, saturado, opto por um filme no SYFY, onde a Humanidade tenta salvar com seus heróis americanizados da Marvel o planeta Terra, em vez de gramar as notas e as opiniões dos comentadores profissionais e partidocratas que se esfalfam na crítica ou no elogio do seu candidato de estimação. |
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