O pântano das facilidades - antónio gomes
"“Vivemos uma crise e esta crise tem a marca da promiscuidade entre a política e os negócios."
Depois de na passada primavera termos assistido àqueles folhetins que, todos somados, levaram à demissão de 13 membros do governo e dos sucessivos escândalos em que o governo do PS estava sempre por perto, em que o caso da indemnização de 500 mil euros à administradora da TAP é talvez o caso mais conhecido, nada fazia prever que ainda íamos assistir ao terramoto político de maiores proporções que se abateu sobre o governo de Portugal. Desde o passado dia 7 que os episódios, uns graves, outros caricatos, não param de acontecer.
A suspeição de corrupção sobre o núcleo duro do governo, incluindo o primeiro-ministro é de uma gravidade enorme e não basta dizer ou suspeitar, é preciso provar e explicar. A Justiça, neste caso o Ministério Público, não pode evitar as suas responsabilidades, porque também as tem, perante o país.
Como sabemos, é comum acusarem-se os trabalhadores quando exercem o seu direito à greve, como tem acontecido ultimamente com os médicos, professores, ferroviários, administração pública e outros, de irresponsabilidade, de não se importarem com a imagem do país, de reivindicarem tudo e mais alguma coisa…. se compararmos com as trapalhadas do governo, com as afirmações e os desmentidos dos mais altos magistrados da Nação, não será difícil perceber onde está a irresponsabilidade.
Prove-se o que se provar, não podemos iludir o facto da residência oficial do primeiro-ministro servir para que o chefe de gabinete guardasse dinheiro cuja origem se continua a desconhecer. Brada aos céus, é verdade. António Costa pede desculpa, mas não chega.
Aconteça o que acontecer, vivemos uma crise e esta crise tem a marca da promiscuidade entre a política e os negócios, da facilitação que se combina à mesa do restaurante e que promove o privilégio, sempre para os mesmos.
Negócios de larga escala e negócios de pequena escala, todos conhecemos exemplos, inclusive no nosso burgo.
Não é a primeira vez que o PS está enrolado neste tipo de escândalos, Sócrates não foi assim há tanto tempo (aliás ainda nem chegou a julgamento), a marca da cunha, do amigo, do favor, dos almoços e jantares que custam milhares de euros.
Assim não vamos a lado nenhum. Ou se faz um corte com esta forma de fazer política que ao contrário do que disse António Costa na sua inusitada comunicação ao país, promove a opacidade e a desconfiança das pessoas ou a Democracia corre sérios riscos – a Democracia e a Justiça.
Aqui a responsabilidade é toda do PS, desbaratou a maioria absoluta e enveredou por negócios mais do que duvidosos no campo da energia. Não faltaram avisos para que assim não fosse.
Não creio que seja o PS a tirar o país deste lamaçal. O povo vai a votos e há que escolher o caminho. No próximo mês de Março, no ano em que passam 50 anos do 25 de Abril, o que faremos? Até lá muito temos que falar.“Vivemos uma crise e esta crise tem a marca da promiscuidade entre a política e os negócios.
O pântano das facilidades - antónio gomes
“Vivemos uma crise e esta crise tem a marca da promiscuidade entre a política e os negócios.
Depois de na passada primavera termos assistido àqueles folhetins que, todos somados, levaram à demissão de 13 membros do governo e dos sucessivos escândalos em que o governo do PS estava sempre por perto, em que o caso da indemnização de 500 mil euros à administradora da TAP é talvez o caso mais conhecido, nada fazia prever que ainda íamos assistir ao terramoto político de maiores proporções que se abateu sobre o governo de Portugal. Desde o passado dia 7 que os episódios, uns graves, outros caricatos, não param de acontecer.
A suspeição de corrupção sobre o núcleo duro do governo, incluindo o primeiro-ministro é de uma gravidade enorme e não basta dizer ou suspeitar, é preciso provar e explicar. A Justiça, neste caso o Ministério Público, não pode evitar as suas responsabilidades, porque também as tem, perante o país.
Como sabemos, é comum acusarem-se os trabalhadores quando exercem o seu direito à greve, como tem acontecido ultimamente com os médicos, professores, ferroviários, administração pública e outros, de irresponsabilidade, de não se importarem com a imagem do país, de reivindicarem tudo e mais alguma coisa…. se compararmos com as trapalhadas do governo, com as afirmações e os desmentidos dos mais altos magistrados da Nação, não será difícil perceber onde está a irresponsabilidade.
Prove-se o que se provar, não podemos iludir o facto da residência oficial do primeiro-ministro servir para que o chefe de gabinete guardasse dinheiro cuja origem se continua a desconhecer. Brada aos céus, é verdade. António Costa pede desculpa, mas não chega.
Aconteça o que acontecer, vivemos uma crise e esta crise tem a marca da promiscuidade entre a política e os negócios, da facilitação que se combina à mesa do restaurante e que promove o privilégio, sempre para os mesmos.
Negócios de larga escala e negócios de pequena escala, todos conhecemos exemplos, inclusive no nosso burgo.
Não é a primeira vez que o PS está enrolado neste tipo de escândalos, Sócrates não foi assim há tanto tempo (aliás ainda nem chegou a julgamento), a marca da cunha, do amigo, do favor, dos almoços e jantares que custam milhares de euros.
Assim não vamos a lado nenhum. Ou se faz um corte com esta forma de fazer política que ao contrário do que disse António Costa na sua inusitada comunicação ao país, promove a opacidade e a desconfiança das pessoas ou a Democracia corre sérios riscos – a Democracia e a Justiça.
Aqui a responsabilidade é toda do PS, desbaratou a maioria absoluta e enveredou por negócios mais do que duvidosos no campo da energia. Não faltaram avisos para que assim não fosse.
Não creio que seja o PS a tirar o país deste lamaçal. O povo vai a votos e há que escolher o caminho. No próximo mês de Março, no ano em que passam 50 anos do 25 de Abril, o que faremos? Até lá muito temos que falar.“Vivemos uma crise e esta crise tem a marca da promiscuidade entre a política e os negócios.
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