Aero… coisa, mas muito séria
Opinião » 2019-02-21 » António Gomes"Os responsáveis do município poderiam ao menos ter tido a sensatez de parar um pouquinho para reflectir"
A noticia teve origem na informação prestada em reunião de câmara pelo vice-presidente da mesma: aeroporto internacional, 4 Kms de pista, 160 voos/dia, 200 milhões de investimento, etc..
E foi apresentada com pompa e circunstância, uma grande mais valia para Torres Novas e arredores. Já estamos habituados que assim seja, tudo que meta cimento armado e alcatrão é bom, é até proibido questionar, ponto final. Eis o pensamento estratégico de desenvolvimento local que nos apresentam. Só às estradas municipais é que não chega nem o cheiro do alcatrão, mas adiante.
Se fosse possível fingir, por uns momentos, que a coisa era a sério, já estávamos a imaginar a destruição de um dos locais paisagísticos mais belos que o maciço calcário nos oferece, já estávamos a imaginar a destruição de toda a vida comunitária de uma série de lugares e aldeias dos arredores, o desassossego completo de toda uma população que agora vive na paz que a natureza lhe oferece e também estávamos a imaginar o esfumar-se de toda a potencialidade e riqueza que a serra nos oferece e, já agora, poderíamos facilmente vislumbrar 160 aviões a aterrar e levantar voo cheios de ninguém.
Se fosse possível fingir, por uns momentos apenas, que ali existiria um aeroporto, concluiríamos facilmente que o mundo era ao contrário daquilo que agora é.
Os responsáveis políticos que decidiram acolher tal intenção deveriam de imediato ter recusado tal hipótese, no interesse do município de Torres Novas e no interesse público mais geral. Lamento profundamente que isso não tenha acontecido.
Os responsáveis do município poderiam ao menos ter tido a sensatez de parar um pouquinho para reflectir, para perguntarem se face às leis deste País isso era possível, ou do PDM local, ou até para desconfiar. Seria legítimo, porque outras situações idênticas já aconteceram (Boquilobo Golf, Chiva Som ou o maior festival de fitness do mundo, etc.). Quando a oferta é grande o pobre desconfia, diz o ditado popular.
Mas o caso é mais sério ainda do que parece. Não é que têm vindo a serem feitos aterros, descargas de toneladas de pedras e pedregulhos, já em território torrejano, para que aparentemente a actual pista do aeródromo ali existente possa ser acrescentada, à margem da lei? Será que estamos perante uma artimanha para ir construindo e apanhar as entidades perante factos consumados? É que anunciar uma certa concordância, a uma determinada ideia, em ano de revisão do PDM, pode ter consequências agora impensáveis.
Aero… coisa, mas muito séria
Opinião » 2019-02-21 » António GomesOs responsáveis do município poderiam ao menos ter tido a sensatez de parar um pouquinho para reflectir
A noticia teve origem na informação prestada em reunião de câmara pelo vice-presidente da mesma: aeroporto internacional, 4 Kms de pista, 160 voos/dia, 200 milhões de investimento, etc..
E foi apresentada com pompa e circunstância, uma grande mais valia para Torres Novas e arredores. Já estamos habituados que assim seja, tudo que meta cimento armado e alcatrão é bom, é até proibido questionar, ponto final. Eis o pensamento estratégico de desenvolvimento local que nos apresentam. Só às estradas municipais é que não chega nem o cheiro do alcatrão, mas adiante.
Se fosse possível fingir, por uns momentos, que a coisa era a sério, já estávamos a imaginar a destruição de um dos locais paisagísticos mais belos que o maciço calcário nos oferece, já estávamos a imaginar a destruição de toda a vida comunitária de uma série de lugares e aldeias dos arredores, o desassossego completo de toda uma população que agora vive na paz que a natureza lhe oferece e também estávamos a imaginar o esfumar-se de toda a potencialidade e riqueza que a serra nos oferece e, já agora, poderíamos facilmente vislumbrar 160 aviões a aterrar e levantar voo cheios de ninguém.
Se fosse possível fingir, por uns momentos apenas, que ali existiria um aeroporto, concluiríamos facilmente que o mundo era ao contrário daquilo que agora é.
Os responsáveis políticos que decidiram acolher tal intenção deveriam de imediato ter recusado tal hipótese, no interesse do município de Torres Novas e no interesse público mais geral. Lamento profundamente que isso não tenha acontecido.
Os responsáveis do município poderiam ao menos ter tido a sensatez de parar um pouquinho para reflectir, para perguntarem se face às leis deste País isso era possível, ou do PDM local, ou até para desconfiar. Seria legítimo, porque outras situações idênticas já aconteceram (Boquilobo Golf, Chiva Som ou o maior festival de fitness do mundo, etc.). Quando a oferta é grande o pobre desconfia, diz o ditado popular.
Mas o caso é mais sério ainda do que parece. Não é que têm vindo a serem feitos aterros, descargas de toneladas de pedras e pedregulhos, já em território torrejano, para que aparentemente a actual pista do aeródromo ali existente possa ser acrescentada, à margem da lei? Será que estamos perante uma artimanha para ir construindo e apanhar as entidades perante factos consumados? É que anunciar uma certa concordância, a uma determinada ideia, em ano de revisão do PDM, pode ter consequências agora impensáveis.
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
Eleições, para que vos quero! - antónio mário santos » 2024-02-22 Quando me aborreço, mudo de canal. Vou seguindo os debates eleitorais televisivos, mas, saturado, opto por um filme no SYFY, onde a Humanidade tenta salvar com seus heróis americanizados da Marvel o planeta Terra, em vez de gramar as notas e as opiniões dos comentadores profissionais e partidocratas que se esfalfam na crítica ou no elogio do seu candidato de estimação. |
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