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O caminho faz-se caminhando - antónio gomes

Opinião  »  2024-01-09  »  António Gomes

 

Foi aprovado pela Assembleia Municipal, já muito próximo do final do ano, o orçamento municipal para o ano 2024.

Teve os votos favoráveis do PS (10 votos), os votos contra de toda a oposição (11votos) e os votos favoráveis dos presidentes de Junta (9 votos e uma abstenção). Ou seja, dos eleitos directamente para a Assembleia Municipal, a maioria votou contra.

Como reconheceu o presidente da Câmara, o único partido que apresentou propostas alternativas escritas e fundamentadas foi o BE. Quero destacar algumas dessas propostas, pelo que significam hoje e pelo que podem vir a significar amanhã. O caminho faz-se caminhando e é preciso persistência, muita persistência.

Gratuitidade do TUT, para cumprimento da decisão unânime da Assembleia Municipal em 2022 que também teve o apoio de três Assembleias de Freguesia, aspiração finalmente concretizada, um bom contributo para diminuir a poluição com gases provenientes dos combustíveis fósseis, com a esperada diminuição de carros a circularem.

Habitação, foi e é uma preocupação nacional que não se compadece com avanços e recuos. É preciso aplicar de imediato (já está atrasado) o previsto na Estratégia Local de habitação e aproveitar todos os cêntimos dos fundos comunitários, apostando na reabilitação dos edifícios para habitação com custos e rendas acessíveis. E o Município pode e deve actuar neste campo, assim exista determinação e coragem política.

Não consigo entender porque é que a construção das novas oficinas da Câmara continua a não ser um prioridade para o PS. Será que Pedro Ferreira quer terminar os seus mandatos de presidente com os trabalhadores – oficinas, jardins, pessoal operário – com condições que envergonham qualquer um e fazem corar qualquer responsável de segurança e higiene no trabalho?Com o Mercado Municipal (outras das insistentes propostas do BE), sobre o qual já aqui escrevi, continua sem merecer investimento no orçamento de 2024. Está numa situação limite, é preciso acudir ao Mercado Municipal ou acontece-lhe como a Feira de Março que, pelos vistos, já se foi.Concluindo, 46 milhões de euros, é muito dinheiro. Estamos naquela fase em que é preciso dizer uma frase batida – têm que ser bem empregues e bem geridos. E aqui entra a cidadania. Sejamos exigentes, não nos contentemos com pouco, ou assim-a-assim ou podia ser melhor mas isto já é bom.

Se aqueles mais afectados pela ausência de obras no Mercado se mexerem um pouco a coisa torna-se menos difícil, se aqueles mais afectados com a falta de habitação forem mais exigentes nos seus direitos, a coisa pode avançar melhor, se aqueles diretamente afectados pela degradação das condições de trabalho nas oficinas da Câmara reivindicarem aquilo a que têm direito, a coisa pode mudar. Vamos à luta.

 

 

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