O milagre das 3 aparições televisivas - carlos paiva
"Venha visitar-nos, o posto de turismo estará fechado para o receber, o ar estará pestilento, os ribeiros poluídos e os cuidados de saúde deficitários"
Após vinte e tal anos, finalmente, cumpri com o conselho do médico e pus-me a fazer exercício físico. Consiste numa volta de bicicleta. Mais ou menos a meio, fico completamente estoirado, passo a fazer as subidas a pé. Regresso a casa e tomo um duche. O que configura a prática de triatlo. Além de mandar o barro à parede da juventude eterna, faço o médico (entretanto reformado) ficar todo orgulhoso de mim, por ter seguido os seus sábios conselhos. Descontando os cem por cento saudáveis e imunes a acidentes, aos restantes, em algum ponto do trajecto por um motivo ou por outro, eventualmente colocaram a sua vida nas mãos de um médico. Na hora do aperto, dá para confiar a vida, mas, para presidente de junta, já temos mais reservas.
Sem novidade, o problema centra-se no rol de doenças crónicas na rede de cuidados primários de saúde, que voltam a suscitar interesse televisivo, revelando insólitos no processo. Em um outro interesse televisivo diferente, também nem tudo são rosas. Aderi ao “mexe-te, preguiçoso”, mas não deixei de fumar. É meio cínico, mas melhor que nada. Emagreci uns quilos significativos, contribuí para os insólitos, embora isto pareça uma locomotiva a vapor, a apitar por todo o lado. Ainda assim, fica 90% do problema resolvido. Continuar a fumar é detalhe. Residual. Se o processo operacional demorar tanto quanto o administrativo, dá para andar mais uns anitos a dois maços por dia. Veremos se o interesse televisivo se mantém, sabendo que 90% do problema já está, à data, resolvido. A televisão (ainda) não ter cheiro, inibe o contraditório. Uma pena.
Agora, estão os leitores a pensar, com toda a legitimidade: um fulano que ignora conselhos médicos durante décadas, se põe a fazer exercício físico sem ter deixado de fumar e afirma que 90% do problema está resolvido, devia estar caladinho e não se expor, certo? Errado. Precisamente o oposto. Deve ir à televisão, convidar otári… turistas, a vir aos magotes visitar o concelho. Melhor: enquanto o faz, na feira internacional dos frutos secos, onde três cestos meios, de frutos secos, se acotovelam a lutar pelo espaço exíguo, aparece nas filmagens ao fundo, o posto de turismo. Fechado. Venha visitar-nos, o posto de turismo estará fechado para o receber, o ar estará pestilento, os ribeiros poluídos e os cuidados de saúde deficitários são de visita obrigatória. Tragam as câmaras preparadas. E as bicicletas (eu depois explico).
Um dia, um cretino qualquer, especialista em marketing e relações públicas, vende à câmara municipal o slogan: “Venha a Torres Novas. Porque Fátima é aqui ao lado”. E eles compram. Recorrendo a financiamento externo, claro. Lá virão as televisões, outra vez, gerar o milagre das três aparições televisivas. Não existe má publicidade.
O milagre das 3 aparições televisivas - carlos paiva
Venha visitar-nos, o posto de turismo estará fechado para o receber, o ar estará pestilento, os ribeiros poluídos e os cuidados de saúde deficitários
Após vinte e tal anos, finalmente, cumpri com o conselho do médico e pus-me a fazer exercício físico. Consiste numa volta de bicicleta. Mais ou menos a meio, fico completamente estoirado, passo a fazer as subidas a pé. Regresso a casa e tomo um duche. O que configura a prática de triatlo. Além de mandar o barro à parede da juventude eterna, faço o médico (entretanto reformado) ficar todo orgulhoso de mim, por ter seguido os seus sábios conselhos. Descontando os cem por cento saudáveis e imunes a acidentes, aos restantes, em algum ponto do trajecto por um motivo ou por outro, eventualmente colocaram a sua vida nas mãos de um médico. Na hora do aperto, dá para confiar a vida, mas, para presidente de junta, já temos mais reservas.
Sem novidade, o problema centra-se no rol de doenças crónicas na rede de cuidados primários de saúde, que voltam a suscitar interesse televisivo, revelando insólitos no processo. Em um outro interesse televisivo diferente, também nem tudo são rosas. Aderi ao “mexe-te, preguiçoso”, mas não deixei de fumar. É meio cínico, mas melhor que nada. Emagreci uns quilos significativos, contribuí para os insólitos, embora isto pareça uma locomotiva a vapor, a apitar por todo o lado. Ainda assim, fica 90% do problema resolvido. Continuar a fumar é detalhe. Residual. Se o processo operacional demorar tanto quanto o administrativo, dá para andar mais uns anitos a dois maços por dia. Veremos se o interesse televisivo se mantém, sabendo que 90% do problema já está, à data, resolvido. A televisão (ainda) não ter cheiro, inibe o contraditório. Uma pena.
Agora, estão os leitores a pensar, com toda a legitimidade: um fulano que ignora conselhos médicos durante décadas, se põe a fazer exercício físico sem ter deixado de fumar e afirma que 90% do problema está resolvido, devia estar caladinho e não se expor, certo? Errado. Precisamente o oposto. Deve ir à televisão, convidar otári… turistas, a vir aos magotes visitar o concelho. Melhor: enquanto o faz, na feira internacional dos frutos secos, onde três cestos meios, de frutos secos, se acotovelam a lutar pelo espaço exíguo, aparece nas filmagens ao fundo, o posto de turismo. Fechado. Venha visitar-nos, o posto de turismo estará fechado para o receber, o ar estará pestilento, os ribeiros poluídos e os cuidados de saúde deficitários são de visita obrigatória. Tragam as câmaras preparadas. E as bicicletas (eu depois explico).
Um dia, um cretino qualquer, especialista em marketing e relações públicas, vende à câmara municipal o slogan: “Venha a Torres Novas. Porque Fátima é aqui ao lado”. E eles compram. Recorrendo a financiamento externo, claro. Lá virão as televisões, outra vez, gerar o milagre das três aparições televisivas. Não existe má publicidade.
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![]() O nosso major-general é uma versão pós-moderna do Pangloss de Voltaire, atestando que, no designado “mundo livre”, estamos no melhor possível, prontos para a vitória e não pode ser de outro modo. |
![]() “Pobre é o discípulo que não excede o seu mestre” Leonardo da Vinci
Mais do que rumor, é já certo que a IA é capaz de usar linguagem ininteligível para os humanos com o objectivo de ser mais eficaz. |
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Em 2012, o psicólogo social Jonathan Haidt publicou a obra A Mente Justa: Porque as Pessoas Boas não se Entendem sobre Política e Religião. Esta obra é fundamental porque nos ajuda a compreender um dos dramas que assolam os países ocidentais, cujas democracias se estruturam, ainda hoje, pela dicotomia esquerda–direita. |
![]() Imagino que as últimas eleições terão sido oportunidade para belos e significativos encontros. Não é difícil pensar, sem ficar fora da verdade, que, em muitas empresas, patrões e empregados terão ambos votado no Chega. |
![]() "Hire a clown, get a circus" * Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades. |
![]() A eleição de um novo Papa é um acontecimento sempre marcante, apesar de se viver, na Europa, em sociedades cada vez mais estranhas ao cristianismo. Uma das grandes preocupações, antes, durante e após a eleição de Leão XIV, era se o sucessor de Francisco seria conservador ou progressista. |
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