A arte de chutar para canto - antónio gomes
"“Às vezes as pessoas queixam-se mesmo e não aceitam que as pretensões de uns passem à frente dos direitos de outros."
Vem este título a propósito de mais uma trapalhada na Câmara Municipal (CM) e, em particular, no Urbanismo (mais uma vez), que está na origem de uma condenação em primeira instância obrigando à demolição de obras realizadas à margem das normas e leis correspondentes, na freguesia de Pedrógão. Foi ainda o presidente condenado a pagar uma multa diária até que cumpra a decisão do Tribunal. Curioso neste caso é o Tribunal apontar a circunstância do vice-presidente alterar a decisão do presidente, facto que levou a empatar a conclusão do processo.
O processo refere-se a uma obra construída sem licenciamento e em terreno alheio, tudo factualmente provado.
É certo que a CM recorreu da sentença e vamos ter de esperar pelo resultado final, mais tempo a somar aos oito anos já decorridos, repito oito anos decorridos, com as consequências que daí decorrem para o lesado, assim como para o funcionamento da administração local, que continua enredada em burocracia.
Não se percebe o recurso apresentado, pois a própria Câmara reconheceu a ilegalidade e mandou repor a legalidade urbanística através da demolição e, reconhece, em vários documentos, que as obras não são passiveis de legalização.
Há oito anos que se arrasta esta demanda, não é possível algum município ou algum país desenvolver-se ou simplesmente resolver problemas comuns com decisões ou atitudes de responsáveis políticos como no caso presente. Alimenta-se o deixa andar, a burocracia, a indecisão, a contra-decisão, o entulhar de processos nos tribunais, com os respectivos custos para o erário público.
Ainda não saímos de uma já estamos a entrar noutra. No caso da recente visita da PJ ao Urbanismo, o presidente apressou-se a dizer que era uma situação particular que não envolvia a CM, agora a desculpa é idêntica, diz que é uma situação entre dois vizinhos que devia ser resolvida por eles, todos sabemos e o presidente sabe melhor que ninguém que não é assim. Também a história das chaminés não foge muito a este ritual, o projecto aprovado diz uma coisa e a CM autoriza outra e já tinha sido assim mais atrás no tempo com a deslocalização de uma farmácia para a cidade…. se ninguém se queixar pode ser que a coisa passe. Chama-se a isto “arte de chutar para canto”…
Só que às vezes as pessoas queixam-se mesmo e não aceitam que as pretensões de uns passem à frente dos direitos de outros.
A arte de chutar para canto - antónio gomes
“Às vezes as pessoas queixam-se mesmo e não aceitam que as pretensões de uns passem à frente dos direitos de outros.
Vem este título a propósito de mais uma trapalhada na Câmara Municipal (CM) e, em particular, no Urbanismo (mais uma vez), que está na origem de uma condenação em primeira instância obrigando à demolição de obras realizadas à margem das normas e leis correspondentes, na freguesia de Pedrógão. Foi ainda o presidente condenado a pagar uma multa diária até que cumpra a decisão do Tribunal. Curioso neste caso é o Tribunal apontar a circunstância do vice-presidente alterar a decisão do presidente, facto que levou a empatar a conclusão do processo.
O processo refere-se a uma obra construída sem licenciamento e em terreno alheio, tudo factualmente provado.
É certo que a CM recorreu da sentença e vamos ter de esperar pelo resultado final, mais tempo a somar aos oito anos já decorridos, repito oito anos decorridos, com as consequências que daí decorrem para o lesado, assim como para o funcionamento da administração local, que continua enredada em burocracia.
Não se percebe o recurso apresentado, pois a própria Câmara reconheceu a ilegalidade e mandou repor a legalidade urbanística através da demolição e, reconhece, em vários documentos, que as obras não são passiveis de legalização.
Há oito anos que se arrasta esta demanda, não é possível algum município ou algum país desenvolver-se ou simplesmente resolver problemas comuns com decisões ou atitudes de responsáveis políticos como no caso presente. Alimenta-se o deixa andar, a burocracia, a indecisão, a contra-decisão, o entulhar de processos nos tribunais, com os respectivos custos para o erário público.
Ainda não saímos de uma já estamos a entrar noutra. No caso da recente visita da PJ ao Urbanismo, o presidente apressou-se a dizer que era uma situação particular que não envolvia a CM, agora a desculpa é idêntica, diz que é uma situação entre dois vizinhos que devia ser resolvida por eles, todos sabemos e o presidente sabe melhor que ninguém que não é assim. Também a história das chaminés não foge muito a este ritual, o projecto aprovado diz uma coisa e a CM autoriza outra e já tinha sido assim mais atrás no tempo com a deslocalização de uma farmácia para a cidade…. se ninguém se queixar pode ser que a coisa passe. Chama-se a isto “arte de chutar para canto”…
Só que às vezes as pessoas queixam-se mesmo e não aceitam que as pretensões de uns passem à frente dos direitos de outros.
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Em 2012, o psicólogo social Jonathan Haidt publicou a obra A Mente Justa: Porque as Pessoas Boas não se Entendem sobre Política e Religião. Esta obra é fundamental porque nos ajuda a compreender um dos dramas que assolam os países ocidentais, cujas democracias se estruturam, ainda hoje, pela dicotomia esquerda–direita. |
![]() Imagino que as últimas eleições terão sido oportunidade para belos e significativos encontros. Não é difícil pensar, sem ficar fora da verdade, que, em muitas empresas, patrões e empregados terão ambos votado no Chega. |
![]() "Hire a clown, get a circus" * Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades. |
![]() A eleição de um novo Papa é um acontecimento sempre marcante, apesar de se viver, na Europa, em sociedades cada vez mais estranhas ao cristianismo. Uma das grandes preocupações, antes, durante e após a eleição de Leão XIV, era se o sucessor de Francisco seria conservador ou progressista. |
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» 2025-07-03
» Jorge Carreira Maia
Direita e Esquerda, uma questão de sabores morais |