O que se passa? - jorge carreira maia
Coloquemos a questão: O que se está a passar no mundo? Factualmente, temos, para além da tragédia do Médio Oriente, a invasão russa da Ucrânia, o sólido crescimento internacional do poder chinês, o fenómeno Donald Trump e a periclitante saúde das democracias europeias. Por detrás destes eventos, manifesta-se, no campo Ocidental, um conflito ideológico e político que dura desde o século XVIII, uma guerra que nunca se apaziguou entre dois campos inimigos, que parece não terem capacidade de entendimento. Por um lado, o campo Iluminista; por outro, o campo Anti-Luzes (Anti-Lumières), como lhe chamou o historiador israelita Zeev Sternhell.
Os Iluministas valorizam os direitos do homem, a capacidade da razão individual para tomar decisões e melhorar o mundo e a vida dos indivíduos, as liberdades individuais, a ideia de valores universais – isto é, possíveis de partilhar por todos os seres humanos – e a democracia política. Os Anti-Luzes opõem-se, como mostra Sternhell, aos direitos humanos, negam a capacidade da razão para moldar as instituições e a vida das pessoas, opõem-se à emancipação dos indivíduos, defendem a importância da tradição, dos costumes, da pertença a uma comunidade histórica, cultural e linguística e desdenham da democracia. Estas campos estão em guerra declarada desde o século XVIII, guerra que não abrandou no século XIX, e que no século XX deu origem aos dois conflitos mundiais. Houve um momento ilusório, após a queda do Muro de Berlim, que se chegou a pensar na vitória definitiva do campo das Luzes.
O século XXI traz uma novidade. A passagem, ainda em esboço, da principal potência Iluminista, os Estados Unidos, para o campo dos Anti-Luzes. É isso que significa o retorno de Donald Trump à presidência. O recém empossado presidente americano, com o apoio de tecno-milionários, como Elon Musk, está a afrontar uma a uma as crenças Iluministas que deram origem aos EUA e fizeram parte da sua natureza até aos dias de hoje. Ver-se-á, nos próximos tempos, até que ponto os valores do Iluminismo conseguirão resistir, nos EUA, à avalanche Trump. O que estamos a viver é, depois da ascensão do fascismo e do nazismo, o maior ataque aos valores das Luzes. Dito de forma clara: um ataque ao papel da razão e dos valores universais, aos direitos humanos, às liberdades individuais e à democracia política. Neste momento, os valores Iluministas subsistem na Europa, mas estão a ser atacados de fora – veja-se o papel de Elon Musk – e por dentro, através dos partidos de extrema-direita e direita radical, que ocupam já o poder em alguns países ou estão em crescimento significativo. É isto o que se está a passar.
O que se passa? - jorge carreira maia
Coloquemos a questão: O que se está a passar no mundo? Factualmente, temos, para além da tragédia do Médio Oriente, a invasão russa da Ucrânia, o sólido crescimento internacional do poder chinês, o fenómeno Donald Trump e a periclitante saúde das democracias europeias. Por detrás destes eventos, manifesta-se, no campo Ocidental, um conflito ideológico e político que dura desde o século XVIII, uma guerra que nunca se apaziguou entre dois campos inimigos, que parece não terem capacidade de entendimento. Por um lado, o campo Iluminista; por outro, o campo Anti-Luzes (Anti-Lumières), como lhe chamou o historiador israelita Zeev Sternhell.
Os Iluministas valorizam os direitos do homem, a capacidade da razão individual para tomar decisões e melhorar o mundo e a vida dos indivíduos, as liberdades individuais, a ideia de valores universais – isto é, possíveis de partilhar por todos os seres humanos – e a democracia política. Os Anti-Luzes opõem-se, como mostra Sternhell, aos direitos humanos, negam a capacidade da razão para moldar as instituições e a vida das pessoas, opõem-se à emancipação dos indivíduos, defendem a importância da tradição, dos costumes, da pertença a uma comunidade histórica, cultural e linguística e desdenham da democracia. Estas campos estão em guerra declarada desde o século XVIII, guerra que não abrandou no século XIX, e que no século XX deu origem aos dois conflitos mundiais. Houve um momento ilusório, após a queda do Muro de Berlim, que se chegou a pensar na vitória definitiva do campo das Luzes.
O século XXI traz uma novidade. A passagem, ainda em esboço, da principal potência Iluminista, os Estados Unidos, para o campo dos Anti-Luzes. É isso que significa o retorno de Donald Trump à presidência. O recém empossado presidente americano, com o apoio de tecno-milionários, como Elon Musk, está a afrontar uma a uma as crenças Iluministas que deram origem aos EUA e fizeram parte da sua natureza até aos dias de hoje. Ver-se-á, nos próximos tempos, até que ponto os valores do Iluminismo conseguirão resistir, nos EUA, à avalanche Trump. O que estamos a viver é, depois da ascensão do fascismo e do nazismo, o maior ataque aos valores das Luzes. Dito de forma clara: um ataque ao papel da razão e dos valores universais, aos direitos humanos, às liberdades individuais e à democracia política. Neste momento, os valores Iluministas subsistem na Europa, mas estão a ser atacados de fora – veja-se o papel de Elon Musk – e por dentro, através dos partidos de extrema-direita e direita radical, que ocupam já o poder em alguns países ou estão em crescimento significativo. É isto o que se está a passar.
![]() Apresentados os candidatos à presidência da Câmara de Torres Novas, a realizar nos finais de Setembro, ou na primeira quinzena de Outubro, restam pouco mais de três meses (dois de férias), para se conhecer ao que vêm, quem é quem, o que defendem, para o concelho, na sua interligação cidade/freguesias. |
![]() O nosso major-general é uma versão pós-moderna do Pangloss de Voltaire, atestando que, no designado “mundo livre”, estamos no melhor possível, prontos para a vitória e não pode ser de outro modo. |
![]() “Pobre é o discípulo que não excede o seu mestre” Leonardo da Vinci
Mais do que rumor, é já certo que a IA é capaz de usar linguagem ininteligível para os humanos com o objectivo de ser mais eficaz. |
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Em 2012, o psicólogo social Jonathan Haidt publicou a obra A Mente Justa: Porque as Pessoas Boas não se Entendem sobre Política e Religião. Esta obra é fundamental porque nos ajuda a compreender um dos dramas que assolam os países ocidentais, cujas democracias se estruturam, ainda hoje, pela dicotomia esquerda–direita. |
![]() Imagino que as últimas eleições terão sido oportunidade para belos e significativos encontros. Não é difícil pensar, sem ficar fora da verdade, que, em muitas empresas, patrões e empregados terão ambos votado no Chega. |
![]() "Hire a clown, get a circus" * Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades. |
![]() A eleição de um novo Papa é um acontecimento sempre marcante, apesar de se viver, na Europa, em sociedades cada vez mais estranhas ao cristianismo. Uma das grandes preocupações, antes, durante e após a eleição de Leão XIV, era se o sucessor de Francisco seria conservador ou progressista. |
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