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O meu país - anabela santos

Opinião  »  2021-02-05  »  AnabelaSantos

"O meu primeiro pensamento vai para as pessoas que sofrem com a doença e com a perda dos seus ente queridos."

De um modo geral, quando nos ausentamos do nosso país e nos deslocamos para qualquer outro canto do mundo, levamos uma mala cheia de projectos e de esperança. Mas, mais importante que a “bagagem” que transportamos, é o que trazemos no coração. Eu trouxe o meu país e com ele um conjunto enorme de pessoas que têm um valor colossal para mim.

E, agora, aqui estou eu, neste cantinho em forma de crocodilo, abençoado por Deus no que diz respeito à pandemia que assola o mundo, a realizar os meus projectos, a alcançar objectivos, com o coração cheio de Portugal e de todas as pessoas que “trouxe“ comigo e, ao mesmo tempo, com uma preocupação sem fim porque as notícias não param de ser negativas.

Li, hoje, uma notícia devastadora, mas que corresponde à realidade e não vale a pena esconder. O nosso Presidente Marcelo Rebelo de Sousa afirma que a situação que Portugal vive “é mesmo a pior” desde o início da pandemia.

Os dias são cinza, banhados de sombra.

O tempo é de grande preocupação social e económica, de tragédia sanitária e de centenas de óbitos. A situação não melhora, só agrava. E eu por aqui, onde o sol brilha e o país ainda se encontra livre do vírus devastador, só tenho razão para agradecer. Mas como o posso fazer se não consigo afastar o pensamento da situação que se vive em Portugal?

O meu primeiro pensamento vai para as pessoas que sofrem com a doença e com a perda dos seus ente queridos. Neste momento, recordo as palavras do poeta e escritor, Miguel Torga: “Só havia três coisas sagradas na vida: a infância, o amor e a doença. Tudo se podia atraiçoar no mundo, menos uma criança, o ser que nos ama e o enfermo. Em todos os casos a pessoa está indefesa“. (Diário, Coimbra, 1974). Tratemos, assim, da alma e do corpo da nossa gente, tendo em conta que não existe só a COVID-19.

Em seguida, o meu pensamento vai para a situação económica que está a devastar o país inteiro, aliás o mundo. Arrasa com investimentos, negócios, empresas, pessoas, famílias e sonhos. É assustador! A preocupação aumenta.

E a educação? Não dá para esquecer. Os alunos e professores estão, neste momento, em interrupção lectiva que peca, na minha opinião, por tardia. Esta interrupção surge, e mais uma vez a meu ver, porque há um completo desnorte dos nossos governantes. Nada foi acautelado a seu tempo e a opção foi a possível. A interrupção surge porque o ensino à distância não é bom, mas, no entanto, será bom daqui a uns dias. Desorientação… 

Infelizmente, mais uma vez, a escola não será escola e cabe a todos fazer o seu melhor. No que diz respeito aos professores, todos têm um enorme desafio, pela frente – tornar o ensino à distância o mais estimulante possível sabendo, à partida, que a parte mais atractiva da escola não estará lá.

O país está a morrer e eu pergunto, sem obter resposta: como será daqui a cinco ou dez anos? Qual o futuro dos nossos jovens?  Como vão eles conseguir inventar um mundo em que consigam sobreviver?

Talvez pensar num espaço entre cinco e dez anos seja muito tempo. Como será o amanhã?

Este texto é extremamente negativo, mas não é um simples desabafo, é uma preocupação real que me atormenta, todos os dias, pois se, por um lado, me sinto tranquila em Timor, por outro, essa tranquilidade nunca é plena e o meu mundo está num Portugal doente.

Quando voei para Timor acreditava francamente que Portugal e o resto do mundo se iriam curar num curto espaço de tempo e nunca mais iria escrever sobre este assunto, mas a saga continua: covid, pandemia, isolamento, quarentena, confinamento, morte e crise são as palavras que preenchem os nossos dias.

Sinto-me impotente por nada poder fazer, só posso deixar algumas palavras de esperança. Assim, temos de lembrar que a base de toda a família humana está na solidariedade entre todos os homens. Sozinhos seremos zero, mas unidos criar-se-á um coro universal e cuidaremos dos outros e de nós próprios. Não existem esforços inúteis quando empregados em prol do bem comum.

 

 

 

 

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