Numa floresta de lobos o Jornal Torrejano tem sido o seu Capuchinho Vermelho - antónio mário santos
Uma existência de trinta anos é um certificado de responsabilidade.
Um jornal adulto. Com tarimba, memória, provas dadas. Nasceu como uma urgência local duma informação séria, transparente, num concelho em que a informação era controlada pelo conservadorismo católico e o centrismo municipal subsidiado da Rádio Local.
“A Forja”, do PREC, terminara, o centro liberal assumira o poder. O povo, que não estava preparado para a revolução do 25 de Abril, continuava, em democracia, a não estar preparado para o que as palavras liberdade, igualdade, socialismo, comunismo, social-democracia, significavam.
É triste reconhecê-lo. Cinquenta anos depois, o sonho de uma pátria social, com a eliminação das desigualdades, ficou-se pela utopia de uma revolução onde os vencidos mantiveram, se não aumentaram, os seus privilégios de usurpadores, e os vencedores foram empurrados para as notas de pé de página dos livros que substituíram os da ditadura, mas ignoraram os mais simples conceitos sergianos de educação cívica e de pluralismo socialista de um Vitorino Magalhães Godinho ou de um Joel Serrão.
A clubite mental dos três efes, Fátima, Futebol, Fado, capa nacional protectora do fascismo salazarista e marcelista, domesticara a efervescência revolucionária dos anos de 1974/75.
O “Jornal Torrejano” assumiu, no parto, a necessidade dum murro na mesa da opacidade dum concelho que, qual madrasta da Branca de Neve, só se via no espelho da sua paródia de progresso, sem nenhum projecto definido de desenvolvimento, apenas através de lentes opacas de interesses, que se foram instalando e autoalimentando.
Os que continuam, hoje, a defender, ante a desinformação global, o papel informativo e crítico do jornal, no combate do caciquismo, do compadrio e da corrupção, cavalos à solta da mentalidade individualista e mercantilista das gerações actuais, reconhecem como tem sido difícil este caminho das palavras com sentido, este sentido da coragem da denúncia do abuso, da prepotência, do autismo, como uma actividade de reconhecido sentido social, assumindo-se como uma voz da cidadania.
Num mar cada vez mais perigoso, direi mesmo letal, acredito que continuará a denunciar as pantanosas relações da economia com a política, a sobrevalorização dos interesses em relação à marginalização do serviço público.
Não consigo pensar o que irá ser, no futuro, o concelho de Torres Novas. A perspectiva actual, ante a imagem dos do Médio Tejo, não se me afigura auspiciosa. A alegoria com que, há muito, o identifico, é o da Bela Adormecida à espera do beijo do príncipe encantado.
O “Jornal Torrejano” bem se tem esforçado para que o príncipe se despache! É imprescindível que continue a apressar-lhe o desfecho!
O concelho, mesmo que o ignore, deve-lhe, há 30 anos, esse empurrão para o despertar do embruxamento!
Numa floresta de lobos o Jornal Torrejano tem sido o seu Capuchinho Vermelho - antónio mário santos
Uma existência de trinta anos é um certificado de responsabilidade.
Um jornal adulto. Com tarimba, memória, provas dadas. Nasceu como uma urgência local duma informação séria, transparente, num concelho em que a informação era controlada pelo conservadorismo católico e o centrismo municipal subsidiado da Rádio Local.
“A Forja”, do PREC, terminara, o centro liberal assumira o poder. O povo, que não estava preparado para a revolução do 25 de Abril, continuava, em democracia, a não estar preparado para o que as palavras liberdade, igualdade, socialismo, comunismo, social-democracia, significavam.
É triste reconhecê-lo. Cinquenta anos depois, o sonho de uma pátria social, com a eliminação das desigualdades, ficou-se pela utopia de uma revolução onde os vencidos mantiveram, se não aumentaram, os seus privilégios de usurpadores, e os vencedores foram empurrados para as notas de pé de página dos livros que substituíram os da ditadura, mas ignoraram os mais simples conceitos sergianos de educação cívica e de pluralismo socialista de um Vitorino Magalhães Godinho ou de um Joel Serrão.
A clubite mental dos três efes, Fátima, Futebol, Fado, capa nacional protectora do fascismo salazarista e marcelista, domesticara a efervescência revolucionária dos anos de 1974/75.
O “Jornal Torrejano” assumiu, no parto, a necessidade dum murro na mesa da opacidade dum concelho que, qual madrasta da Branca de Neve, só se via no espelho da sua paródia de progresso, sem nenhum projecto definido de desenvolvimento, apenas através de lentes opacas de interesses, que se foram instalando e autoalimentando.
Os que continuam, hoje, a defender, ante a desinformação global, o papel informativo e crítico do jornal, no combate do caciquismo, do compadrio e da corrupção, cavalos à solta da mentalidade individualista e mercantilista das gerações actuais, reconhecem como tem sido difícil este caminho das palavras com sentido, este sentido da coragem da denúncia do abuso, da prepotência, do autismo, como uma actividade de reconhecido sentido social, assumindo-se como uma voz da cidadania.
Num mar cada vez mais perigoso, direi mesmo letal, acredito que continuará a denunciar as pantanosas relações da economia com a política, a sobrevalorização dos interesses em relação à marginalização do serviço público.
Não consigo pensar o que irá ser, no futuro, o concelho de Torres Novas. A perspectiva actual, ante a imagem dos do Médio Tejo, não se me afigura auspiciosa. A alegoria com que, há muito, o identifico, é o da Bela Adormecida à espera do beijo do príncipe encantado.
O “Jornal Torrejano” bem se tem esforçado para que o príncipe se despache! É imprescindível que continue a apressar-lhe o desfecho!
O concelho, mesmo que o ignore, deve-lhe, há 30 anos, esse empurrão para o despertar do embruxamento!
![]() "Hire a clown, get a circus" * Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades. |
![]() A eleição de um novo Papa é um acontecimento sempre marcante, apesar de se viver, na Europa, em sociedades cada vez mais estranhas ao cristianismo. Uma das grandes preocupações, antes, durante e após a eleição de Leão XIV, era se o sucessor de Francisco seria conservador ou progressista. |
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![]() Agora que nos estamos a aproximar, no calendário católico, da Páscoa, talvez valha a pena meditar nos versículos 36, 37 e 38, do Capítulo 18, do Evangelho de João. Depois de entregue a Pôncio Pilatos, Jesus respondeu à pergunta deste: Que fizeste? Dito de outro modo: de que és culpado? Ora, a resposta de Jesus é surpreendente: «O meu reino não é deste mundo. |
![]() Gisèle Pelicot vive e cresceu em França. Tem 71 anos. Casou-se aos 20 anos de idade com Dominique Pelicot, de 72 anos, hoje reformado. Teve dois filhos. Gisèle não sabia que a pessoa que escolheu para estar ao seu lado ao longo da vida a repudiava ao ponto de não suportar a ideia de não lhe fazer mal, tudo isto em segredo e com a ajuda de outros homens, que, como ele, viviam vidas aparentemente, parcialmente e eticamente comuns. |
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