Os donos disto - pedro ferreira
"É minha vontade que se crie um espaço de todos ou que se democratize o que temos."
Começo esta crónica por lembrar que ninguém diz algo apenas porque sim ou porque calhou. O nosso tempo é limitado e a atenção dos outros também. Sempre que falamos sobre algo, fazemo-lo pela necessidade de dizer x em vez de y ou do silêncio.
Aquilo que eu pretendo expor nesta crónica são acontecimentos digitais, coisas de redes sociais que, por mais intangíveis que sejam, nos tocam demasiado perto. É minha opinião ser uma necessidade de qualquer comunidade democrática haver um espaço onde os seus membros possam discutir e deliberar livremente sobre os assuntos mais e menos importantes da mesma, em que a censura não vá além de garantir igualdade de oportunidades e o respeito pelo outro. Há uns anos, era necessário os membros da comunidade encontrarem-se fisicamente, tanto para discutir como para deliberar. Hoje em dia, devido ao fácil acesso à internet, qualquer rede social poderia facilmente simular uma verdadeira assembleia popular.
Mas tal coisa democrática tarda em acontecer para estes lados e, para piorar a situação, há aqueles que se apropriaram de nomes de concelhos e cidades para formarem grupos que aparentam ser fóruns de partilha e discussão, mas que na verdade são grupos privados detidos por um único administrador que o usa a seu belo prazer, sem regra que não seja a que mais lhe convém.
Relembrando o início desta crónica, é fácil perceber que estes grupos se tornam apelativos a todos aqueles que têm a necessidade de dizer x aos outros, quiçá silenciar y, especialmente quando o grupo em questão tem mais de 26 mil membros (basta lembrar as autárquicas). Tem sido ritual meu partilhar neste grupo em específico muito do conteúdo que eu produzo (crónicas inclusive), e traz-me uma revolta imensa o conteúdo que tem sido produzido pelo seu único administrador, que até há pouco se restringia às funções de fotógrafo e silencioso censor daquilo que não é a narrativa por si pretendida.
No grupo da cidade em questão, que é a nossa, no dia 8 de Outubro, publica uma entrevista a Paulo Pereira da Silva, CEO da Renova, onde acaba por admitir, nos comentários, aquilo que estava subentendido na sua reportagem: o Paulo acha que o rio é dele, e o entrevistador nos comentários diz “Sim Senhor”. Já no passado dia 20 deste mês, entrevista Pedro Gameiro que, não só segundo o povo mas também segundo os tribunais, cometeu crimes contra o ambiente e contra o povo de Carreiro da Areia. Intitulou esta reportagem “DONO DA FABRIÓLEO RESPONDE A TUDO”, mas tudo o que respondeu foi à incompetência e, muito provavelmente, à má fé de quem o entrevistou. Quem diz x, ignora y; Quem fala com donos, ignora o povo.
É crença minha que existe intenção (mais não seja por parte do Paulo e do Pedro) de branquear a exploração a que têm sujeitado os torrejanos e os seus recursos ambientais e hídricos, e que, se nada for feito, mais encomendas destas nos chegarão à porta.
É minha vontade que se crie um espaço de todos ou que se democratize o que temos para que isto não se repita. Torrejanos ilustres e mediáticos: onde andam? O que é feito da pressão social? O que falta para que isto seja feito?
“É minha vontade que se crie um espaço de todos ou que se democratize o que temos.”
Os donos disto - pedro ferreira
É minha vontade que se crie um espaço de todos ou que se democratize o que temos.
Começo esta crónica por lembrar que ninguém diz algo apenas porque sim ou porque calhou. O nosso tempo é limitado e a atenção dos outros também. Sempre que falamos sobre algo, fazemo-lo pela necessidade de dizer x em vez de y ou do silêncio.
Aquilo que eu pretendo expor nesta crónica são acontecimentos digitais, coisas de redes sociais que, por mais intangíveis que sejam, nos tocam demasiado perto. É minha opinião ser uma necessidade de qualquer comunidade democrática haver um espaço onde os seus membros possam discutir e deliberar livremente sobre os assuntos mais e menos importantes da mesma, em que a censura não vá além de garantir igualdade de oportunidades e o respeito pelo outro. Há uns anos, era necessário os membros da comunidade encontrarem-se fisicamente, tanto para discutir como para deliberar. Hoje em dia, devido ao fácil acesso à internet, qualquer rede social poderia facilmente simular uma verdadeira assembleia popular.
Mas tal coisa democrática tarda em acontecer para estes lados e, para piorar a situação, há aqueles que se apropriaram de nomes de concelhos e cidades para formarem grupos que aparentam ser fóruns de partilha e discussão, mas que na verdade são grupos privados detidos por um único administrador que o usa a seu belo prazer, sem regra que não seja a que mais lhe convém.
Relembrando o início desta crónica, é fácil perceber que estes grupos se tornam apelativos a todos aqueles que têm a necessidade de dizer x aos outros, quiçá silenciar y, especialmente quando o grupo em questão tem mais de 26 mil membros (basta lembrar as autárquicas). Tem sido ritual meu partilhar neste grupo em específico muito do conteúdo que eu produzo (crónicas inclusive), e traz-me uma revolta imensa o conteúdo que tem sido produzido pelo seu único administrador, que até há pouco se restringia às funções de fotógrafo e silencioso censor daquilo que não é a narrativa por si pretendida.
No grupo da cidade em questão, que é a nossa, no dia 8 de Outubro, publica uma entrevista a Paulo Pereira da Silva, CEO da Renova, onde acaba por admitir, nos comentários, aquilo que estava subentendido na sua reportagem: o Paulo acha que o rio é dele, e o entrevistador nos comentários diz “Sim Senhor”. Já no passado dia 20 deste mês, entrevista Pedro Gameiro que, não só segundo o povo mas também segundo os tribunais, cometeu crimes contra o ambiente e contra o povo de Carreiro da Areia. Intitulou esta reportagem “DONO DA FABRIÓLEO RESPONDE A TUDO”, mas tudo o que respondeu foi à incompetência e, muito provavelmente, à má fé de quem o entrevistou. Quem diz x, ignora y; Quem fala com donos, ignora o povo.
É crença minha que existe intenção (mais não seja por parte do Paulo e do Pedro) de branquear a exploração a que têm sujeitado os torrejanos e os seus recursos ambientais e hídricos, e que, se nada for feito, mais encomendas destas nos chegarão à porta.
É minha vontade que se crie um espaço de todos ou que se democratize o que temos para que isto não se repita. Torrejanos ilustres e mediáticos: onde andam? O que é feito da pressão social? O que falta para que isto seja feito?
“É minha vontade que se crie um espaço de todos ou que se democratize o que temos.”
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![]() França: a perda do centro. As eleições presidenciais deram a vitória a Emmanuel Macron, um político centrista. Quando as democracias liberais funcionam razoavelmente, existem dois centros. Um inclinado à esquerda e outro à direita. |
![]() Abordo, de forma breve, dois livros que já este ano foram apresentados em Torres Novas, assinalando trabalhos que penso indesculpável deixar sem uma referência pública. 1. Começo pelo “COMUNISTAS, uma história do PCP em Torres Novas“, da autoria de João Carlos Lopes. |
![]() Rigoletto é bobo no palácio do duque de Mântua, ou seja, existe para fazer rir. Mas apagam-se as luzes da ribalta e eis que surge um outro homem: sensível, pai extremoso, chorando ainda a morte da única mulher que o amou. |
![]() Uma das novidades que a vida virtual trouxe à minha pobre existência foi o facto de existirem dias comemorativos de tudo e mais alguma coisa. Todos os dias é dia de algo. Desde o dia do abraço, do amigo, da música, do cão, do gato, até aos mais tradicionais digamos, dia da mãe, da criança, da liberdade, do trabalhador. |
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![]() Recentemente, assistimos à colocação da 1.ª pedra daquilo que virá a ser um novo restaurante de comida ao “pacote” numa zona da cidade onde já se encontram outros dois do mesmo género. Quero aqui declarar que a comida ali servida não faz o meu estilo, mas também declaro que não tenho nada com isso, cada um é como cada qual, os gostos não se discutem e pelos vistos clientes não faltam. |
![]() 1. O primeiro derrotado da guerra na Ucrânia. Um dos postulados centrais do pensamento liberal é a crença de que a conexão comercial entre as nações as torna menos propensas à guerra. Foi por isso que parte substancial da União Europeia, com a Alemanha à cabeça, se tornou dependente da energia russa. |
![]() Acompanho várias publicações relativas a várias temáticas e âmbitos, sendo a maior longevidade desta convivência nas relacionadas com a música. Ciente da importância dos anunciantes para a sobrevivência destas publicações, tolero que algum viés transpareça nos artigos, favorecendo patrocinadores. |
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Retrato de família... |
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