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NÃO DEIXEMOS CONFINAR A LIBERDADE! - josé alves pereira

Opinião  »  2020-05-25  »  José Alves Pereira

"Protestos e reivindicações, por mais radicais que pareçam, sem uma força social que os transporte e lhe dê sentido de praxis transformadora são pouco mais que desabafos. "


Em política, os homens foram sempre e serão sempre ingenuamente enganados pelos outros e por si próprios, enquanto não aprenderem a discernir, por detrás das frases, das declarações e das promessas morais, religiosas, políticas e sociais, os interesses destas ou daquelas classes.
V. I. Ulianov
A saída da governação do país, em 2015, lançou a direita política numa tormentosa travessia do deserto, sem que vislumbre, no curto prazo, modo de a ela voltar, achando-se, como casta, no direito natural ao exercício do poder. Sem ele, nem orientação política credível, limitou-se durante cinco anos a uma oposição feita da especulação sobre minudências quotidianas e intriguismo pessoal, político e institucional. Neste beco sem saída, foi germinando o ressabiamento, a irracionalidade e o ódio de classe que, como mancha de óleo, se estendeu a áreas inimagináveis do campo democrático.
A radicalização dos partidos de extrema-direita, com o consequente enviezamento do centro ideológico, é a consequência da frustração e desorientação reinantes nesse espaço político. Faltava, todavia, um elemento que pudesse servir de catalizador à revanche social, ao escape do azedume acumulado. Vieram, a propósito, as comemorações do 25 de Abril. Campanhas de factos empolados para incendiar a opinião pública, achincalhamento de políticos e instituições, uso até à exaustão do medo e mais medo da pandemia, tudo para esconder o que verdadeiramente nunca desejaram: celebrar a data. Não foi apenas o confronto com um ou outro partido ou instituição, foi uma desbragada ofensiva assente em proposições antidemocráticas, não raro de recorte fascizante. O leque alargado e plural dos intervenientes na Assembeia da República não permitiu levar a campanha mais longe.
O que já parecia muito, subiu a outro patamar com o anúncio da comemoração do 1.º de Maio da CGTP. Juntou-se em uníssono o coro dos alinhados do regime, dos reaccionários de leite e dos convertidos à democracia tutelada pelo capital, dos oportunistas de sempre e dos de ocasião, etc. Aqui lembrei-me de José Afonso e dos Eunucos:
Os eunucos devoram-se a si mesmos
Não mudam de uniforme, são venais
E quando os mais são feitos em torresmos
Defendem os tiranos contra os pais…
Nunca, que eu recorde, a comunicação social, nomeadamente a televisão, assumiu um carácter tão totalizante. Um exemplo: uma apresentadora no diálogo estabelecido com um director de jornal, depois de várias perguntas e não tendo ainda obtido a resposta pretendida, interroga “Mas qual é que é a utilidade desta manifestação?”. E declara, ela mesma, peremptória “Não é nenhuma!?”. Este foi o tom que perpassou por todos os canais e jornais com os próprios jornalistas a cumprir o papel de his master voice.
Para a central sindical amarela, a comemoração foi singela: substituiu o piquenique por um encontro de sindicalistas, na internet, a tecer comentários de comiseração que, logo que possível, serão tratados na Concertação Social. Outros, os que afivelam o elmo da indómita coragem perante o deputado Ventura, o juiz Neto e as mais fracturantes causas, aos sinais da borrasca anunciadora da tempestade entrincheiraram-se nas redes sociais e daí fizeram apelos lancinantes em favor dos trabalhadores. Isto depois de, por mais de uma vez, terem aprovado estados de emergência que retiravam àqueles o direito de protestar contra as arbitrariedades e prepotências que se iam verificando no mundo do trabalho. Entre o calculismo da erosão eleitoral e a capitulação perante os poderes, ideológicos, económicos e mediáticos dominantes, prevaleceu a habitual postura de submissão.
Protestos e reivindicações, por mais radicais que pareçam, sem uma força social que os transporte e lhe dê sentido de praxis transformadora são pouco mais que desabafos. Por isso incomodou no 1.º de Maio da dignidade, a presença de centenas de activistas sindicais, de gente determinada em dar sentido e força reivindicativa aos anseios de milhares de trabalhadores. Dos que levados na enxurrada da pandemia e da desregulamentação das relações de trabalho e da lei da selva instalada, engrossam as filas dos centros de emprego, buscam alimentos na dádiva alheia, os que de súbito se viram privados de qualquer rendimento, etc. Para que não possa singrar a ideia de que para vencer a crise talvez seja preciso cortar a outros salários e pensões, enquanto se vai desvalorizando a distribuição de milhões de euros de dividendos aos accionistas das grandes empresas que como esforço patriótico colocam as suas sedes na Holanda, para aí pagarem menos impostos. Foi para que não seja rasurado tudo isto, que arrostando, também, com o medo dos contágios - porque o vírus não tem ideologia - mas igualmente com as deturpações instituídas contra as organizações sindicais consequentes, que as concentrações se repetiram em mais 26 localidades. Depois de, com iníquas comparações, sugerirem um conflito com as cerimónias religiosas e a Igreja, que nem sempre se demarcou como devia, vêm então, os mesmos, hipocritamente, elogiar a sua sabedoria. Como se alguém, de bom senso, pudesse misturar eventos tão díspares nos seus propósitos e expressões.
Independentemente das declarações expressas na Alameda, o que incomodou mesmo foi a determinação de resistência, de recusa dos pretextos de cerceamento da liberdade a coberto da crise sanitária. De constatar que as forças sociais, sindicais, políticas e partidárias que ali estavam eram, no essencial, as mesmas que consequentemente lutaram para que a liberdade e o 25 de Abril fossem possíveis. A CGTP, criada nessas duras condições de luta, assumiu-se, uma vez mais, como a grande central sindical dos trabalhadores portugueses.

 

 

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