Gatos
"A liberdade de expressão e de livre pensamento é a rainha da democracia. Deveria ser intocável"
A “Rosa dos Gatos” foi uma das personagens que habitou a minha infância. Na verdade a minha infância foi habitada por uma miríade de personagens. Escolhi a Rosa não sei bem porquê.
A Rosa alimentava vinte gatos, tinha muito mau feitio para as crianças mas um imenso amor pelos gatos. Na “estação das fisgas”, os pobres gatos sofriam muito connosco. Havia uma estação de tudo, do pião, da carica, do berlinde, dos cowboys, depois vinha o carnaval e a loucura das bombas que faziam voar latas de salsichas.
Hoje o mundo está mais uniformizado, é mais difícil encontrar nele as personagens da minha infância. Temos cada vez mais regras, bebemos os mesmos conteúdos, criámos códigos de uniformização. Parece ser um mundo mais democrático mas por vezes tenho dúvidas.
A liberdade de expressão e de livre pensamento é a rainha da democracia. Deveria ser intocável. Todos os dias, todos nós lhe deveríamos fazer uma vénia e reconhecer a nossa humildade. Frequentemente vejo germinar focos de intolerância, de desrespeito pela sagrada opinião de cada um.
Perdemos o prazer das sociedades plurais. Não só não queremos personagens estranhas, como também não queremos ideias estranhas. Entenda-se por ideia estranha uma ideia diferente da nossa.
A coisa é levada ao extremo quando aparecem ideias que colocam em causa interesses instalados. Nesse caso, as ideias até podem não ser estranhas. Basta que sejam ideias, simples ideias.
Aí, os donos do pequeno mundo local, ficam inquietos, com aquele nervoso miudinho de quem não quer sequer ouvir falar de ideias. Afinal, o mundo está tão perfeito. Porque raio alguém se lembrará de agitar as águas?
É então que começam as terríveis perseguições. Passamos para a gestão pelo medo e alguns acabam a desonrar os seus avós. Todos nós assistimos a algo parecido nos nossos pequenos universos.
À “Rosa dos Gatos”, alguns chamavam “Rosa Babosa”. Há nomes que não se devem desperdiçar com a Rosa, nem talvez com ninguém, por mais que, por vezes, não nos falte vontade.
Gatos
A liberdade de expressão e de livre pensamento é a rainha da democracia. Deveria ser intocável
A “Rosa dos Gatos” foi uma das personagens que habitou a minha infância. Na verdade a minha infância foi habitada por uma miríade de personagens. Escolhi a Rosa não sei bem porquê.
A Rosa alimentava vinte gatos, tinha muito mau feitio para as crianças mas um imenso amor pelos gatos. Na “estação das fisgas”, os pobres gatos sofriam muito connosco. Havia uma estação de tudo, do pião, da carica, do berlinde, dos cowboys, depois vinha o carnaval e a loucura das bombas que faziam voar latas de salsichas.
Hoje o mundo está mais uniformizado, é mais difícil encontrar nele as personagens da minha infância. Temos cada vez mais regras, bebemos os mesmos conteúdos, criámos códigos de uniformização. Parece ser um mundo mais democrático mas por vezes tenho dúvidas.
A liberdade de expressão e de livre pensamento é a rainha da democracia. Deveria ser intocável. Todos os dias, todos nós lhe deveríamos fazer uma vénia e reconhecer a nossa humildade. Frequentemente vejo germinar focos de intolerância, de desrespeito pela sagrada opinião de cada um.
Perdemos o prazer das sociedades plurais. Não só não queremos personagens estranhas, como também não queremos ideias estranhas. Entenda-se por ideia estranha uma ideia diferente da nossa.
A coisa é levada ao extremo quando aparecem ideias que colocam em causa interesses instalados. Nesse caso, as ideias até podem não ser estranhas. Basta que sejam ideias, simples ideias.
Aí, os donos do pequeno mundo local, ficam inquietos, com aquele nervoso miudinho de quem não quer sequer ouvir falar de ideias. Afinal, o mundo está tão perfeito. Porque raio alguém se lembrará de agitar as águas?
É então que começam as terríveis perseguições. Passamos para a gestão pelo medo e alguns acabam a desonrar os seus avós. Todos nós assistimos a algo parecido nos nossos pequenos universos.
À “Rosa dos Gatos”, alguns chamavam “Rosa Babosa”. Há nomes que não se devem desperdiçar com a Rosa, nem talvez com ninguém, por mais que, por vezes, não nos falte vontade.
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![]() Há uns meses, em circunstâncias que não vêm ao caso, tive o prazer de privar com José Luís Peixoto e a sua mulher, Patrícia Pinto. Foram dias muito agradáveis em que fiquei a conhecer um pouco da pessoa que está por trás do escritor. |
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2021: uma vida que afaste a morte - inês vidal |
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