Sushi 2.0 - rui anastácio
Opinião » 2020-12-06 » Rui Anastácio"O nosso amigo Ventura e seus companheiros começam a ter uma pista perfeita para aterrar"
Com o advento do “menu criança”, prefiro chamar-lhe “ração para crianças”, algo entre hambúrguer, pizza, bolonhesa e filetes capitão iglo, inaugurámos uma nova era. A “era principezinho”, que nada tem a ver com “O Principezinho”, de Antoine de Saint-Exupéry, antes pelo contrário, foi iniciada algures na década de noventa pela minha geração de pais.
Muitos de nós fizeram grandes disparates como educadores e criaram jovens adolescentes com pouco espírito de sacrifício e muito autocentrados, o que tende a criar algumas dificuldades aquando da chegada ao mercado de trabalho. Estes jovens, com alguma frequência, têm dificuldades de integração em equipas consolidadas porque lhes falta humildade.
Dito isto, detesto “velhos do Restelo” e gosto muito desta nova geração “Sushi 2.0”.
Quando percebi que eles gostavam de peixe cru comecei a desconfiar que vinha aí algo de bom. Depois de terem sido empanturrados com “ração para crianças”, eles afinal estavam ávidos de novos sabores e de novas experiências.
São pessoas 2.0, são melhores que nós em diversos aspectos, têm diferentes princípios de vida, querem mais da vida, tendem a ser menos materialistas, querem contribuir para um mundo melhor, são focados no seu bem estar, no limite são algo egoístas.
Acredito, no entanto, que vão deixar este mundo melhor do que o encontraram, algo que a minha geração talvez não tenha conseguido.
Esta geração “Sushi 2.0” desconfia dos políticos, para não dizer que os despreza ardentemente. Não estão sós, os seu pais e os seu avós comungam da mesma opinião, é claramente um sentimento intergeracional. Aqui chegados, como saímos disto?
Como o poder tem horror ao vazio, o resultado está bom de ver, os cargos políticos tendem a ser ocupados por rapaziada tendencialmente pior, porque os melhores não querem ser contagiados. Isto talvez não vá acabar bem. O nosso amigo Ventura e seus companheiros começam a ter uma pista perfeita para aterrar.
Estive há dias a ler a história do Partido Nazi na Alemanha, e recomendo esta leitura.
Sushi 2.0 - rui anastácio
Opinião » 2020-12-06 » Rui AnastácioO nosso amigo Ventura e seus companheiros começam a ter uma pista perfeita para aterrar
Com o advento do “menu criança”, prefiro chamar-lhe “ração para crianças”, algo entre hambúrguer, pizza, bolonhesa e filetes capitão iglo, inaugurámos uma nova era. A “era principezinho”, que nada tem a ver com “O Principezinho”, de Antoine de Saint-Exupéry, antes pelo contrário, foi iniciada algures na década de noventa pela minha geração de pais.
Muitos de nós fizeram grandes disparates como educadores e criaram jovens adolescentes com pouco espírito de sacrifício e muito autocentrados, o que tende a criar algumas dificuldades aquando da chegada ao mercado de trabalho. Estes jovens, com alguma frequência, têm dificuldades de integração em equipas consolidadas porque lhes falta humildade.
Dito isto, detesto “velhos do Restelo” e gosto muito desta nova geração “Sushi 2.0”.
Quando percebi que eles gostavam de peixe cru comecei a desconfiar que vinha aí algo de bom. Depois de terem sido empanturrados com “ração para crianças”, eles afinal estavam ávidos de novos sabores e de novas experiências.
São pessoas 2.0, são melhores que nós em diversos aspectos, têm diferentes princípios de vida, querem mais da vida, tendem a ser menos materialistas, querem contribuir para um mundo melhor, são focados no seu bem estar, no limite são algo egoístas.
Acredito, no entanto, que vão deixar este mundo melhor do que o encontraram, algo que a minha geração talvez não tenha conseguido.
Esta geração “Sushi 2.0” desconfia dos políticos, para não dizer que os despreza ardentemente. Não estão sós, os seu pais e os seu avós comungam da mesma opinião, é claramente um sentimento intergeracional. Aqui chegados, como saímos disto?
Como o poder tem horror ao vazio, o resultado está bom de ver, os cargos políticos tendem a ser ocupados por rapaziada tendencialmente pior, porque os melhores não querem ser contagiados. Isto talvez não vá acabar bem. O nosso amigo Ventura e seus companheiros começam a ter uma pista perfeita para aterrar.
Estive há dias a ler a história do Partido Nazi na Alemanha, e recomendo esta leitura.
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
Eleições, para que vos quero! - antónio mário santos » 2024-02-22 Quando me aborreço, mudo de canal. Vou seguindo os debates eleitorais televisivos, mas, saturado, opto por um filme no SYFY, onde a Humanidade tenta salvar com seus heróis americanizados da Marvel o planeta Terra, em vez de gramar as notas e as opiniões dos comentadores profissionais e partidocratas que se esfalfam na crítica ou no elogio do seu candidato de estimação. |
» 2024-02-28
» Hélder Dias
O Flautista de Hamelin... |
» 2024-03-08
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