A importância de Joe Biden - jorge carreira maia
"Biden não representa qualquer devaneio utópico no interior da grande nação americana"
A vitória de Joe Biden é um acontecimento que, em princípio, terá importantes e benévolas consequências para nós portugueses e europeus. Antes de explicar as razões para tal afirmação, convém sublinhar que os EUA não deixarão de ser o que eram e que Biden não representa qualquer devaneio utópico no interior da grande nação americana, como poderia ser o caso do democrata Bernie Sanders. Aliás, Biden surge como o contrário da utopia, neste caso da utopia da direita populista organizada em torno de Donald Trump.
A vitória de Biden é importante para os portugueses, em primeiro lugar, por causa da NATO. Toda a nossa defesa está assente na NATO e sem ela não é visível como Portugal se poderia defender de eventuais ameaças externas, que podem surgir a qualquer momento. O desprezo com que Trump tratou a NATO foi, para nós, um perigo. Com Biden, a cooperação com os aliados voltará a um grau de confiança tranquilizador. A defesa externa é um dos elementos centrais de qualquer país, e a portuguesa depende por completo da Aliança Atlântica.
Uma segunda razão está ligada à União Europeia. Trump tentou desfazer a União. Para quem crê que o projecto europeu é melhor do que uma Europa dividida em pequenos reinos e repúblicas – é isto que, à escala global, são os países europeus, mesmo os maiores – a eleição de um aliado amigável é uma excelente notícia e pode ajudar a própria União Europeia a resolver alguns importantes problemas internos, além de pôr fim ao mau exemplo americano que alimentava populismos locais.
Em terceiro lugar, o retorno dos EUA ao Acordo de Paris e à Organização Mundial de Saúde são boas notícias para quem está preocupado tanto com os problemas do clima como com os da saúde. Os EUA têm uma palavra fundamental a dizer em qualquer um destes importantes dossiês. Se tanto a questão do clima como a da saúde mundial são difíceis de resolver com a presença da maior potência mundial, muito mais o seriam se ela estivesse, como estava, em sistemática oposição.
Uma quarta razão está ligada à questão da democracia. Donald Trump inclinou a vida política norte-americana, contaminando o mundo ocidental, para um confronto entre amigos e inimigos, fazendo dos seus adversários políticos inimigos. Quando a lógica política se inclina para a tensão amigo-inimigo encontramo-nos à beira de uma situação muito perigosa, que pode facilmente resvalar para um estado autoritário ou, em casos mais extremos, para a guerra civil. O discurso moderado e conciliador de Biden é, no mundo actual, uma bênção. Não sendo um Messias, não é pouco o que Biden pode trazer.
A importância de Joe Biden - jorge carreira maia
Biden não representa qualquer devaneio utópico no interior da grande nação americana
A vitória de Joe Biden é um acontecimento que, em princípio, terá importantes e benévolas consequências para nós portugueses e europeus. Antes de explicar as razões para tal afirmação, convém sublinhar que os EUA não deixarão de ser o que eram e que Biden não representa qualquer devaneio utópico no interior da grande nação americana, como poderia ser o caso do democrata Bernie Sanders. Aliás, Biden surge como o contrário da utopia, neste caso da utopia da direita populista organizada em torno de Donald Trump.
A vitória de Biden é importante para os portugueses, em primeiro lugar, por causa da NATO. Toda a nossa defesa está assente na NATO e sem ela não é visível como Portugal se poderia defender de eventuais ameaças externas, que podem surgir a qualquer momento. O desprezo com que Trump tratou a NATO foi, para nós, um perigo. Com Biden, a cooperação com os aliados voltará a um grau de confiança tranquilizador. A defesa externa é um dos elementos centrais de qualquer país, e a portuguesa depende por completo da Aliança Atlântica.
Uma segunda razão está ligada à União Europeia. Trump tentou desfazer a União. Para quem crê que o projecto europeu é melhor do que uma Europa dividida em pequenos reinos e repúblicas – é isto que, à escala global, são os países europeus, mesmo os maiores – a eleição de um aliado amigável é uma excelente notícia e pode ajudar a própria União Europeia a resolver alguns importantes problemas internos, além de pôr fim ao mau exemplo americano que alimentava populismos locais.
Em terceiro lugar, o retorno dos EUA ao Acordo de Paris e à Organização Mundial de Saúde são boas notícias para quem está preocupado tanto com os problemas do clima como com os da saúde. Os EUA têm uma palavra fundamental a dizer em qualquer um destes importantes dossiês. Se tanto a questão do clima como a da saúde mundial são difíceis de resolver com a presença da maior potência mundial, muito mais o seriam se ela estivesse, como estava, em sistemática oposição.
Uma quarta razão está ligada à questão da democracia. Donald Trump inclinou a vida política norte-americana, contaminando o mundo ocidental, para um confronto entre amigos e inimigos, fazendo dos seus adversários políticos inimigos. Quando a lógica política se inclina para a tensão amigo-inimigo encontramo-nos à beira de uma situação muito perigosa, que pode facilmente resvalar para um estado autoritário ou, em casos mais extremos, para a guerra civil. O discurso moderado e conciliador de Biden é, no mundo actual, uma bênção. Não sendo um Messias, não é pouco o que Biden pode trazer.
![]() Imagino que as últimas eleições terão sido oportunidade para belos e significativos encontros. Não é difícil pensar, sem ficar fora da verdade, que, em muitas empresas, patrões e empregados terão ambos votado no Chega. |
![]() "Hire a clown, get a circus" * Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades. |
![]() A eleição de um novo Papa é um acontecimento sempre marcante, apesar de se viver, na Europa, em sociedades cada vez mais estranhas ao cristianismo. Uma das grandes preocupações, antes, durante e após a eleição de Leão XIV, era se o sucessor de Francisco seria conservador ou progressista. |
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![]() Agora que nos estamos a aproximar, no calendário católico, da Páscoa, talvez valha a pena meditar nos versículos 36, 37 e 38, do Capítulo 18, do Evangelho de João. Depois de entregue a Pôncio Pilatos, Jesus respondeu à pergunta deste: Que fizeste? Dito de outro modo: de que és culpado? Ora, a resposta de Jesus é surpreendente: «O meu reino não é deste mundo. |