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6. O Partido Republicano em Alcanena (1907-1908)

Opinião  »  2015-02-26  »  Gabriel Feitor

Nacional

Em Março de 1907 é decretado o início da greve académica em Coimbra, com a reprovação do candidato a Doutor José Eugénio Dias Ferreira, que em Janeiro, aderira ao PRP. A acção política de João Franco em relação à Universidade e a gradual influência republicana no meio académico, radicaliza a situação. Em 11 de Abril é aprovada uma lei de imprensa, cujo objectivo era conter os ataques dos republicanos e da dissidência progressista. Com o apoio de D. Carlos I, João Franco, em Maio, dissolve o parlamento sem marcar novas eleições, começando a governar à turca. A 27, é realizado um comício republicano em Lisboa, com a destacada presença de importantes figuras monárquicas. Subsequentemente, são dissolvidos os vários órgãos de administração local, como as câmaras municipais e juntas de paróquia, sendo substituídas por comissões administrativas. A censura à imprensa vai apertando, e no início de 1908, são presos vários dirigentes republicanos implicados numa conspiração para derrubar o regime: França Borges, João Chagas, Alfredo Leal, Vítor de Sousa, António José de Almeida e Luz de Almeida. No mesmo instante, sai a lume o Manifesto do Directório Republicano, em que se assumia ser importante «suprimir as opressões e não os homens do regime». A oposição ao Governo crescia, não só dentro do seio do PRP, como também da Maçonaria, da Carbonária e, até, dos partidos rotativistas da Monarquia Constitucional. Após a prisão dos aludidos dirigentes, Afonso Costa, José Maria de Alpoim, Ribeira Brava e Egas Moniz tomam o comando. A tentativa de golpe gorou, tendo sido detidos os seus conspiradores à excepção de Alpoim, que refugia-se e, em seguida, exila-se em Espanha. É intensificada a repressão, e a 31 de Janeiro é aprovado um decreto que previa a expulsão do país ou a deportação para as colónias de quem conspirasse contra a segurança do Estado. A 1 de Fevereiro dá-se o Regicídio, com a morte de D. Carlos e do seu filho D. Luís.

 

Local

Em 1907, o escultor Simões de Almeida (sobrinho), figura ligada aos quadros republicanos, muda-se para Alcanena. No comício republicano desse ano, o concelho de Torres Novas é representado por Augusto dos Santos Trincão, residente em Alcanena.1 Em 15 de Novembro, na sessão da Comissão Municipal Republicana, o directório composto por José Soares Isaac, António Namorado e Arnaldo de Carvalho, denuncia o «abandono» em que alguns membros deixaram a referida comissão, nomeadamente António Vassalo, Salles Vellez, João da Silva Costa e José Estevão Queiroz. Queiroz, na mesma sessão, é referido como um «trabalhador incansável pela causa da República, e desculpável por fazer parte da Comissão Paroquial de Alcanena, onde tem prestado grandes serviços».2 Por essa altura abre em Alcanena o Centro Escolar Republicano Dr. Anselmo Xavier, que em Dezembro, pela mão de Simões de Almeida, começa a leccionar português, francês e escrituração comercial.3 Atente-se que a figura do centro político formalmente como Centro Republicano Dr. Anselmo Xavier só iria surgir mais tarde. Entretanto, o notário Joaquim Albino da Silveira – moderado e mais tarde unionista –, é substituído na direcção do periódico O Povo de Alcanena. O jornal radicaliza-se, e em 13 de Fevereiro é suspenso, devido à sua posição perante o Regicídio. (Continua no próximo número).

?

1 Jornal Torrejano, nº1:177, 2 de Maio de 1907.

2 Jornal Torrejano, nº1:206, 21 de Novembro de 1907.

3 Almanaque Republicano.

 

 

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