3. O Partido Republicano (1890-1905)
Estamos num período de indignação. A cedência ao Ultimatum de 1890 provoca um mau estar geral entre os portugueses. A queda do governo progressista obriga à formação de outro, desta vez Regenerador. Os republicanos aproveitam a onda de um patriotismo magoado e capitalizam sinergias com isso. Em 20 de Agosto de 1890, era assinado o Tratado de Londres entre Portugal e a Grã-Bretanha, que definia os limites territoriais de Angola e Moçambique. É motivo de novos conflitos e por consequente, da queda do governo. Em Outubro, toma posse um governo extrapartidário de unidade nacional, presidido por João Crisóstomo. A progressiva propaganda republicana dá origem a uma tentativa falhada de uma revolução no Porto, em 31 de Janeiro de 1891. Volta-se ao rotativismo, depois dos governos de unidade nacional. Nas eleições de 1895, o PRP decreta uma abstenção e não concorre até 1899, ano em que elege 3 deputados. Entre 1900 e 1905 não elege nenhum deputado, apesar da sua votação aumentar.
1890 marcou de forma indelével o início do fim da monarquia constitucional e dos seus pilares base.
Local
São dois os eventos que marcam os últimos vinte anos da centúria de XIX em Alcanena: a fundação do Centro Instrutivo (1892) e a chegada do comboio (1893). A fundação do Centro Instrutivo de Alcanena, pela elite da freguesia, identifica-se como uma resposta dos alcanenenses ao Clube Torrejano. Os seus objectivos, expressos nos estatutos, não diferenciavam muito as duas agremiações: «[...] difundir [...] a instrução pelos sócios, para o que haverá uma biblioteca e um gabinete reservado de leitura [...]».1
Neste período entre 1890 e 1905, dá-se um período de estagnação na difusão do republicanismo na localidade, que só voltará a preponderar no prelúdio do séc. XX, desta vez dentro do Centro Instrutivo. Não é de estranhar. A nível nacional, o PRP decreta abstenções e, nalgumas situações, alinha com os Progressistas. Nas eleições de 1897, vence na assembleia de Alcanena o candidato progressista Augusto César Claro da Rica, com 311 votos, contra os 3 de Dantas Baracho. José Augusto Mota2 e Cândido dos Santos Moita3, são nomeados para o cargo de regedor durante o governo regenerador. José Estevão Queirós4(regedor substituto) e Domingos Caetano5 (regedor), durante o governo progressista. José Estevão Queirós não chega a permanecer 4 meses no cargo, evidenciando assim algumas fracturas que iriam decidir a sua futura identidade política. Porém, quer os regeneradores, quer os progressistas de Alcanena, apenas os grandes proprietários não aderiram ao PRP, assim como à República já numa fase ulterior.
?
1 Estatutos do Centro Instrutivo de Alcanena. 1892. Processo acessível no rol de documentação do antigo Governo Civil de Santarém.
2 AMTN, livros de registos de autos de posse e termos de juramento, 1889-1895, cota 1641, fls. 18 v.º.
3 Ibid., 1895-1901, cota 1642, fls. 2 v.º.
4 Ibid., fls. 19.
5 Ibid., fls. 23.
3. O Partido Republicano (1890-1905)
Estamos num período de indignação. A cedência ao Ultimatum de 1890 provoca um mau estar geral entre os portugueses. A queda do governo progressista obriga à formação de outro, desta vez Regenerador. Os republicanos aproveitam a onda de um patriotismo magoado e capitalizam sinergias com isso. Em 20 de Agosto de 1890, era assinado o Tratado de Londres entre Portugal e a Grã-Bretanha, que definia os limites territoriais de Angola e Moçambique. É motivo de novos conflitos e por consequente, da queda do governo. Em Outubro, toma posse um governo extrapartidário de unidade nacional, presidido por João Crisóstomo. A progressiva propaganda republicana dá origem a uma tentativa falhada de uma revolução no Porto, em 31 de Janeiro de 1891. Volta-se ao rotativismo, depois dos governos de unidade nacional. Nas eleições de 1895, o PRP decreta uma abstenção e não concorre até 1899, ano em que elege 3 deputados. Entre 1900 e 1905 não elege nenhum deputado, apesar da sua votação aumentar.
1890 marcou de forma indelével o início do fim da monarquia constitucional e dos seus pilares base.
Local
São dois os eventos que marcam os últimos vinte anos da centúria de XIX em Alcanena: a fundação do Centro Instrutivo (1892) e a chegada do comboio (1893). A fundação do Centro Instrutivo de Alcanena, pela elite da freguesia, identifica-se como uma resposta dos alcanenenses ao Clube Torrejano. Os seus objectivos, expressos nos estatutos, não diferenciavam muito as duas agremiações: «[...] difundir [...] a instrução pelos sócios, para o que haverá uma biblioteca e um gabinete reservado de leitura [...]».1
Neste período entre 1890 e 1905, dá-se um período de estagnação na difusão do republicanismo na localidade, que só voltará a preponderar no prelúdio do séc. XX, desta vez dentro do Centro Instrutivo. Não é de estranhar. A nível nacional, o PRP decreta abstenções e, nalgumas situações, alinha com os Progressistas. Nas eleições de 1897, vence na assembleia de Alcanena o candidato progressista Augusto César Claro da Rica, com 311 votos, contra os 3 de Dantas Baracho. José Augusto Mota2 e Cândido dos Santos Moita3, são nomeados para o cargo de regedor durante o governo regenerador. José Estevão Queirós4(regedor substituto) e Domingos Caetano5 (regedor), durante o governo progressista. José Estevão Queirós não chega a permanecer 4 meses no cargo, evidenciando assim algumas fracturas que iriam decidir a sua futura identidade política. Porém, quer os regeneradores, quer os progressistas de Alcanena, apenas os grandes proprietários não aderiram ao PRP, assim como à República já numa fase ulterior.
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1 Estatutos do Centro Instrutivo de Alcanena. 1892. Processo acessível no rol de documentação do antigo Governo Civil de Santarém.
2 AMTN, livros de registos de autos de posse e termos de juramento, 1889-1895, cota 1641, fls. 18 v.º.
3 Ibid., 1895-1901, cota 1642, fls. 2 v.º.
4 Ibid., fls. 19.
5 Ibid., fls. 23.
![]() Apresentados os candidatos à presidência da Câmara de Torres Novas, a realizar nos finais de Setembro, ou na primeira quinzena de Outubro, restam pouco mais de três meses (dois de férias), para se conhecer ao que vêm, quem é quem, o que defendem, para o concelho, na sua interligação cidade/freguesias. |
![]() O nosso major-general é uma versão pós-moderna do Pangloss de Voltaire, atestando que, no designado “mundo livre”, estamos no melhor possível, prontos para a vitória e não pode ser de outro modo. |
![]() “Pobre é o discípulo que não excede o seu mestre” Leonardo da Vinci
Mais do que rumor, é já certo que a IA é capaz de usar linguagem ininteligível para os humanos com o objectivo de ser mais eficaz. |
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Em 2012, o psicólogo social Jonathan Haidt publicou a obra A Mente Justa: Porque as Pessoas Boas não se Entendem sobre Política e Religião. Esta obra é fundamental porque nos ajuda a compreender um dos dramas que assolam os países ocidentais, cujas democracias se estruturam, ainda hoje, pela dicotomia esquerda–direita. |
![]() Imagino que as últimas eleições terão sido oportunidade para belos e significativos encontros. Não é difícil pensar, sem ficar fora da verdade, que, em muitas empresas, patrões e empregados terão ambos votado no Chega. |
![]() "Hire a clown, get a circus" * Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades. |
![]() A eleição de um novo Papa é um acontecimento sempre marcante, apesar de se viver, na Europa, em sociedades cada vez mais estranhas ao cristianismo. Uma das grandes preocupações, antes, durante e após a eleição de Leão XIV, era se o sucessor de Francisco seria conservador ou progressista. |
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