O enigma...
Mas é na estante que me aconchega as costas, que sobressai o enigmático e belíssimo retrato a carvão da autoria de Carlos Reis, do qual me não canso e não abdico. Faz-me companhia, a nossa cumplicidade aumenta a cada dia que passa, observa o que faço e o que escrevo, ouve o que digo, conhece quem me visita, enfim, faz as honras da casa.
Quem entra com alguma frequência, quase que já não dá por ele, tal a familiaridade com que o encontra. Ao invés, quem pela primeira vez me visita, não lhe consegue ser indiferente. Trocam olhares, cumprimentam-se em silêncio e ficam-se por aí. Não sei o que pensam nem o que gostariam de dizer um ao outro. Mas sei que se aquele enigmático retrato dali saísse, desaparecia um pedaço da alma do espaço.
Comprei-o num leilão que o descrevia como se fosse um auto-retrato do Mestre. Para alguns, que sim, não havia dúvidas. Talvez para me confortarem. Para outros, os mais entendidos, que não, claro que não. Convenci-me que não. Talvez até prefiro que assim seja. Que se prolongue o enigma.
Entre dúvidas e incertezas, sei apenas que é um belíssimo carvão de Carlos Reis e que não consta das obras referenciadas no Museu com o seu nome, nem no livro escrito pelo seu neto. Sei ainda que se mantém o enigma do retratado. Que algumas pistas poderiam ser seguidas e que talvez desse um interessante trabalho de investigação no âmbito da história da arte.
Mas sei, sobretudo, que passou a ser um dos meus anjos da guarda, mesmo sem saber quem será. É destes enigmas que se alimenta o conhecimento. Obrigado leiloeiro, por te teres equivocado.
O enigma...
Mas é na estante que me aconchega as costas, que sobressai o enigmático e belíssimo retrato a carvão da autoria de Carlos Reis, do qual me não canso e não abdico. Faz-me companhia, a nossa cumplicidade aumenta a cada dia que passa, observa o que faço e o que escrevo, ouve o que digo, conhece quem me visita, enfim, faz as honras da casa.
Quem entra com alguma frequência, quase que já não dá por ele, tal a familiaridade com que o encontra. Ao invés, quem pela primeira vez me visita, não lhe consegue ser indiferente. Trocam olhares, cumprimentam-se em silêncio e ficam-se por aí. Não sei o que pensam nem o que gostariam de dizer um ao outro. Mas sei que se aquele enigmático retrato dali saísse, desaparecia um pedaço da alma do espaço.
Comprei-o num leilão que o descrevia como se fosse um auto-retrato do Mestre. Para alguns, que sim, não havia dúvidas. Talvez para me confortarem. Para outros, os mais entendidos, que não, claro que não. Convenci-me que não. Talvez até prefiro que assim seja. Que se prolongue o enigma.
Entre dúvidas e incertezas, sei apenas que é um belíssimo carvão de Carlos Reis e que não consta das obras referenciadas no Museu com o seu nome, nem no livro escrito pelo seu neto. Sei ainda que se mantém o enigma do retratado. Que algumas pistas poderiam ser seguidas e que talvez desse um interessante trabalho de investigação no âmbito da história da arte.
Mas sei, sobretudo, que passou a ser um dos meus anjos da guarda, mesmo sem saber quem será. É destes enigmas que se alimenta o conhecimento. Obrigado leiloeiro, por te teres equivocado.
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![]() Num momento em que o sentimento generalizado sobre os chineses é de alguma desconfiança, preparo-me aqui para contrapor e dar uma oportunidade aos tipos. Eu sei que nos foram mandando com a peste bubónica, a gripe asiática, a gripe das aves, o corona vírus. |
![]() É muito bom viver em Torres Novas mas também se sente o peso de estar longe do que de verdadeiramente moderno se passa no mundo, enfim, nada de #Me Too, Je suis Charlie Hebdo, vetustas estátuas transformadas em anúncios da Benetton. |
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Recuemos no tempo. Entremos numa máquina do tempo e cliquemos no botão que nos leve até ao ano de 2001. Recordemos vagamente que em 2001: - Caíram as Torres Gémeas em Nova Yorque em 11 setembro. |
![]() Quando a internet surgiu e, posteriormente, com a emergência dos blogues e redes sociais pensou-se que a esfera pública tinha encontrado uma fonte de renovação. Mais pessoas poderiam trocar opiniões sobre os problemas que afectam a vida comum, sem estarem controladas pelos diversos poderes, contribuindo para uma crescente participação, racionalmente educada, nos assuntos públicos. |
![]() É e sempre foi uma questão de equilíbrio. Tudo. E todos o sabemos. O difícil é chegar lá, encontrá-lo, ter a racionalidade e o bom senso suficientes para o ter e para o ser. E para saber que o equilíbrio de hoje não é obrigatoriamente o de amanhã, muito menos o que era ontem. |
![]() Comemorou-se a 21 de Março o dia da floresta. O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) resolveu assinalar a data disponibilizando 50.000 árvores gratuitamente à população. Quem as quisesse plantar, teria de se identificar, inscrever, levantar a árvore (até um máximo de dez árvores por pessoa) e, num prazo de 48 horas, declarar o local onde plantou documentando com fotos. |
![]() Hoje, como acontece diariamente, no caminho de casa até à escola, lá se deu o habitual encontro matinal entre mim e o Ananias, o meu amigo ardina. Trocámos algumas palavras, comprei o jornal e seguimos por caminhos opostos que nos levam à nossa missão do dia, o trabalho. |
![]() Durante décadas, todos os torrejanos ajudaram no que puderam o CRIT, uma obra social que granjeou a estima de todos os cidadãos e empresários, e foram muitos, que sempre disseram sim a todas e quaisquer formas de ajuda em prol da aventura iniciada em 1975. |