Talvez desse um livro, talvez...
Naqueles anos 30 do passado século, Moçambique estava salpicada por portugueses, britânicos e indianos e ainda por indo-britânicos e indo-portugueses. Era o tempo das monoculturas do sisal e do açúcar e também do êxodo de mão de obra negra, rumo às explorações mineiras da África do Sul.
O meu avô Adelino foi o quarto de oito irmãos nascidos no Codes, Sardoal, e o primeiro a partir para África. Por lá casou com uma mestiça, filha de mãe negra e pai inglês. Maria Smith. Um nome simples que lhe assentava que nem uma luva. Maria, nome de mulher e Smith, apelido de colono. Assim como que uma chancela para a posteridade. Lembro-me bem da avó Maria e guardo dela as melhores memórias. Do afecto pelos seus netos, dos quais eu era o primeiro e, como tal, o mais mimado. Das missangas com que entretinha a sua arte. Da sua cozinha com sabor a África. África dela, África minha.
Morreu novo o meu avô, em 1941, com quarenta e poucos anos. O meu pai, nessa altura com apenas onze, veio então de Moçambique. Estava-se em plena II Guerra Mundial. Por cá cresceu e se fez homem, em casa de um bom tio, capitão do exército, por quem tinha uma enorme gratidão. E onde conheceu a minha mãe.
Queria falar-vos do meu pai que nascera nos confins do antigo Império e morreu também novo, há mais de vinte anos, com alguns sonhos por cumprir. Percebi agora que, para falar dele, teria de falar de muito mais gente, de muitos mais sítios, de muitas mais coisas. Teria de dizer que nós portugueses somos assim, cidadãos do mundo, de todos os mundos. Que ser português é ser bom, justo e tolerante. É saber estar, onde e com quem quer que seja. E que, afinal, falar do meu pai, talvez desse um livro, talvez...
Talvez desse um livro, talvez...
Naqueles anos 30 do passado século, Moçambique estava salpicada por portugueses, britânicos e indianos e ainda por indo-britânicos e indo-portugueses. Era o tempo das monoculturas do sisal e do açúcar e também do êxodo de mão de obra negra, rumo às explorações mineiras da África do Sul.
O meu avô Adelino foi o quarto de oito irmãos nascidos no Codes, Sardoal, e o primeiro a partir para África. Por lá casou com uma mestiça, filha de mãe negra e pai inglês. Maria Smith. Um nome simples que lhe assentava que nem uma luva. Maria, nome de mulher e Smith, apelido de colono. Assim como que uma chancela para a posteridade. Lembro-me bem da avó Maria e guardo dela as melhores memórias. Do afecto pelos seus netos, dos quais eu era o primeiro e, como tal, o mais mimado. Das missangas com que entretinha a sua arte. Da sua cozinha com sabor a África. África dela, África minha.
Morreu novo o meu avô, em 1941, com quarenta e poucos anos. O meu pai, nessa altura com apenas onze, veio então de Moçambique. Estava-se em plena II Guerra Mundial. Por cá cresceu e se fez homem, em casa de um bom tio, capitão do exército, por quem tinha uma enorme gratidão. E onde conheceu a minha mãe.
Queria falar-vos do meu pai que nascera nos confins do antigo Império e morreu também novo, há mais de vinte anos, com alguns sonhos por cumprir. Percebi agora que, para falar dele, teria de falar de muito mais gente, de muitos mais sítios, de muitas mais coisas. Teria de dizer que nós portugueses somos assim, cidadãos do mundo, de todos os mundos. Que ser português é ser bom, justo e tolerante. É saber estar, onde e com quem quer que seja. E que, afinal, falar do meu pai, talvez desse um livro, talvez...
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![]() “Pobre é o discípulo que não excede o seu mestre” Leonardo da Vinci
Mais do que rumor, é já certo que a IA é capaz de usar linguagem ininteligível para os humanos com o objectivo de ser mais eficaz. |
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Em 2012, o psicólogo social Jonathan Haidt publicou a obra A Mente Justa: Porque as Pessoas Boas não se Entendem sobre Política e Religião. Esta obra é fundamental porque nos ajuda a compreender um dos dramas que assolam os países ocidentais, cujas democracias se estruturam, ainda hoje, pela dicotomia esquerda–direita. |
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![]() "Hire a clown, get a circus" * Ele é antissistema. Prometeu limpar o aparelho político de toda a corrupção. Não tem filtros e, como o povo gosta, “chama os bois pelo nome”, não poupando pessoas ou entidades. |
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