Nos finais do século XIX, mais precisamente entre 1887 e 1894, ficou célebre um grupo de onze intelectuais da nossa praça que, desencantado com as tentativas infrutíferas de transformação de um país decadente e moribundo, resolveu assumir o seu papel tertuliano, entre longas e apimentadas jantaradas no Tavares ou no Bragança, nessa Lisboa ainda monárquica mas já conspiradora e pré-republicana.

Dele faziam parte escritores como Eça de Queiroz, Ramalho Ortigão e Guerra Junqueiro, aristocratas como o Marquês de Soveral, o Conde de Ficalho ou o Conde de Sabugosa e ainda historiadores e políticos como Oliveira Martins e António Cândido, entre outros.

Terá sido Oliveira Martins o autor do notável nome do grup ”Os Vencidos da Vida”.

Como diria Eça ”... para um homem, o ser vencido e derrotado na vida, depende, não da realidade aparente a que chegou, mas do ideal íntimo a que aspirava...”

Mais de um século depois, a tertúlia aumentou e os repastos são bem mais caros.

A ascenção de Costa e a luta de cadeiras que se avizinha porque o Seguro morreu de velho, são apenas o primeiro acto de uma longa metragem. Seguir-se-á a chegada do novo apóstolo Marinho, sem convite para a última ceia. O estrebuchar da bicefalia do Bloco, partido em mil pedaços. Assistiremos, depois, à inevitável inundação de Passos pelo Rio que se adivinha e ao jogo de ancas de Portas à espreita de novo par; sobreviverá a liderança militante de Jerónimo e a dúvida sobre a política de alianças entre os novos actores de uma velha tragicomédia.

À classe política, sendo a realidade mais dura, pede-se um ideal bem mais nobre.

Não aos con(Vencidos) da Vida.